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Estado de Minas MÚSICA

Transborda realiza neste sábado (10) sua edição (virtual) 2020

Festival convidou oito artistas mineiros para se apresentar sozinhos no palco do Teatro Sesiminas, refletindo as circunstâncias do isolamento social


10/10/2020 04:00 - atualizado 10/10/2020 12:26

Gustavo Drummond, que integrou a Diesel e hoje pertence ao trio Oceania, vai tocar músicas de seu disco solo inédito Save me from myself (foto: Luciano Viana/Divulgação)
Gustavo Drummond, que integrou a Diesel e hoje pertence ao trio Oceania, vai tocar músicas de seu disco solo inédito Save me from myself  (foto: Luciano Viana/Divulgação)
Criado em 2010, o Festival Transborda nasceu como uma plataforma para novos artistas, principalmente mineiros. A primeira edição ocorreu na Praça da Estação, no Centro de BH, e marcou a liberação do espaço, depois de uma proibição de seu uso decretada pelo poder público municipal. Desde então, o evento somou mais seis edições, se espalhou por outros espaços da capital mineira e manteve a missão de fortalecer a música autoral brasileira.

Em 2020, o festival completa uma década de existência e realiza uma edição virtual adaptada às restrições impostas pela pandemia da COVID-19. Neste sábado (10), a partir das 16h, o Transborda transmite, via YouTube do Coletivo Pegada, apresentações de oito artistas emergentes da cena independente belo-horizontina. Os shows, sem público, serão realizados no palco do Teatro Sesiminas.  

''O Transborda é o resultado de uma discussão de anos entre os participantes do Pegada, esse coletivo criado em 2008 por vários agentes da área de cultura de BH'', conta o produtor Luciano Viana, um dos criadores do festival. ''Ele foi pensado para amplificar a nossa atuação e acabou ganhando um viés político. Temos essa preocupação com a música local, com artistas que estão em início de carreira e com a ocupação dos espaços públicos da cidade.''
Heberte Almeida pretende concentrar o show no repertório de Negro amor, com a inclusão de canções compostas durante a quarentena(foto: Deise Oliveira/Divulgação )
Heberte Almeida pretende concentrar o show no repertório de Negro amor, com a inclusão de canções compostas durante a quarentena (foto: Deise Oliveira/Divulgação )

APOSTAS 
Ao longo de sua trajetória, o evento já trouxe para BH shows de artistas como Júpiter Maçã (1968-2015), Maurício Pereira, Criolo, Iara Rennó, Far From Alaska, Boogarins e Carne Doce. A lista completa também inclui algumas apostas em pouco tempo confirmadas em cenário nacional, como a pernambucana Duda Beat e o rapper mineiro Djonga.

''No início do ano, a gente nem estava pensando em fazer algo comemorativo. A ideia era realizar algumas ações de comunicação, resgatando a memória das edições anteriores. Aí, aos 45 do segundo tempo, bolamos essa edição on-line para não passar em branco'', diz o produtor.

A live do Transborda chega num momento em que o formato já está saturado. Pensando nisso, a organização decidiu investir em conceito, ressaltando o distanciamento social. ''Convidamos oito artistas que vão se apresentar sozinhos, refletindo o isolamento a que nos submetemos. Queremos destacar essa solitude e introspecção da quarentena'', comenta Luciano.

Além disso, o evento também será marcado pela interação com o público por meio de sorteios. Durante a transmissão, será possível comprar bebidas e comidas em dois estabelecimentos parceiros: a Growleria de Arte e a hamburgueria Dumbo. Os comes e bebes serão vendidos a preços especiais e as informações estão disponíveis nos perfis do Instagram do Música Quente (@musicaquente) e do próprio festival (@festivaltransborda).

MINEIROS 
A programação musical é composta exclusivamente por artistas mineiros. Entre eles, o músico Gustavo Drummond, cuja carreira começou em 1997, na banda Diesel, que alcançou projeção nacional e se apresentou no palco principal da terceira edição do Rock in Rio, em 2001. Superados os imbróglios de um grupo que cresceu muito rapidamente, eles viraram Udora e anunciaram um hiato em 2012.

Cinco anos mais tarde, em 2017, Gustavo retomou a carreira musical e lançou o disco Beneath the surface com outros dois amigos. Nascia ali a banda Oceania. Agora, ele se prepara para lançar o segundo álbum do trio e também seu primeiro trabalho solo, Save me from myself, cujo repertório, ainda inédito, irá pautar sua estreia no Transborda.

''O trabalho ainda não está pronto. Quem me conhece sabe a minha assinatura, então as músicas vão seguir o que eu já faço ou fiz nas outras bandas'', conta ele. ''Agora estou no processo de gravação. Quando as músicas estiverem prontas, a ideia é lançar uma por uma, como singles, nas plataformas digitais, até formar todo o disco.''

Já experiente no universo das lives, o músico fez algumas em seu perfil no Instagram (@gustavodrummondlc). A diferença, agora, é que o cenário não será a sala de música em sua casa, mas o palco de um teatro. ''Acho que isso ajuda a criar um clima diferente, e estou bastante entusiasmado com essa apresentação. Ainda que não haja público, a sensação é outra, tanto para quem se apresenta quanto para quem assiste.''

A interação com o público, inclusive, é do que o músico mais sente saudades. ''Sinto falta desses momentos espontâneos, de ver os fãs curtindo a música. Mas agora é necessário esperar essa situação atípica pela qual o mundo todo está passando.''

Outra atração é Heberte Almeida, cantor, compositor e instrumentista que coleciona trabalhos junto a bandas e cantautores de BH, como Nobat, Diplomattas e Projeto Manobra. Em janeiro passado, ele lançou seu disco de estreia, Negro amor, que celebra diversos gêneros musicais.

''Lancei esse trabalho num mundo pré-pandemia, então ele tem uma vibração diferente, com outro astral, outra percepção de mundo. É uma obra de um passado'', analisa ele, que irá apresentar as canções do trabalho no palco do Transborda.

IMPACTO 
O músico conta que irá incluir no repertório do show novas músicas, que foram compostas durante a quarentena. ''Essas têm uma tonalidade diferente. Falam de um lugar específico e sobre os impactos desse período. Pensei o repertório dessa apresentação como uma forma de celebrar o meu passado, dizer sobre o presente e falar sobre o futuro.''

Heberte é também um dos autores da trilha sonora do filme No coração do mundo (2019), de Maurílio e Gabriel Martins, diretores com quem o músico alimenta uma relação de amizade. ''Essa trilha foi feita de uma forma muito natural. A gente já colabora e se admira há muito tempo. Sempre acompanho os lançamentos deles. Esse filme diz muito sobre as periferias da cidade, então fazer a trilha foi uma honra para mim.''

Sara Não Tem Nome e Jennifer Souza também estão na programação. A primeira, com um disco na bagagem, Ômega III (2015), se prepara para lançar o álbum A situação, pela Natura Musical. A segunda se divide entre a carreira solo e as bandas Transmissor e Moons. Assim como Sara, Jennifer tem um disco na bagagem, Impossível breve (2013), e pretende lançar o segundo, Pacífica pedra branca, ainda em 2020.

Somando passagens por bandas como Orquestra Mineira de Brega, Eminence e Graveola, o músico Thiago Corrêa se apresenta no Transborda após lançar sua estreia solo, A solidão é um fio (2020). Nascido no sertão baiano e radicado em BH, Aocoral apresentará músicas de seu primeiro disco autoral, Os loucos anos XX. A cantora, compositora e atriz Maíra Baldaia e o músico Persiano completam a programação.

''Acreditamos que o palco de um festival amplifica a música de quem está tocando. Serve como uma plataforma mesmo. Privilegiamos completamente a cena local por uma questão de segurança também. Trazer artistas de fora em meio a uma pandemia não seria seguro para eles e para a nossa equipe', diz Luciano Viana. 

Sobre uma possível edição presencial no futuro, o produtor afirma que o projeto já está aprovado e o festival deve ocorrer quando a situação for favorável. ''Não temos pressa. Não queremos forçar nada. Quando fazer uma aglomeração for totalmente seguro, estaremos lá. Até lá, vamos aguardar.'' 

Sara Não Tem Nome, que prepara o lançamento de seu segundo álbum, A situação, é uma das convidadas desta edição, que tem somente artistas de Minas(foto: Pedro Veneroso/Divulgação)
Sara Não Tem Nome, que prepara o lançamento de seu segundo álbum, A situação, é uma das convidadas desta edição, que tem somente artistas de Minas (foto: Pedro Veneroso/Divulgação)


AGENDE-SE
Confira os horários das apresentações do festival 

16h – Maíra Baldaia
16h40 – Persiano
17h30 – Sara Não Tem Nome
18h10 – Gustavo Drummond
18h50 – Heberte Almeida
19h30 – Thiago Corrêa
20h10 – Aocoral
20h50 – Jennifer Souza


FESTIVAL TRANSBORDA
Com Coral, Gustavo Drummond, Heberte Almeida, Jennifer Souza, Maíra Baldaia, Persiano, Sara Não Tem Nome e Thiago Corrêa. Neste sábado (10), a partir das 16h, no canal do YouTube do Coletivo Pegada.


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