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Estado de Minas entrevista/Marcelo Tofani

Rosa Neon lança videoclipe com animação em 3D

Single 'Parei' será lançado neste domingo (11) pela banda, indicada ao Prêmio Multishow 2020 como Revelação do Ano


10/10/2020 04:00

Marcelo Tofani integra a banda indie pop mineira Rosa Neon, ao lado de Luiz Gabriel Lopes e Marina Sena (foto: Sarah Leal/divulgação)
Marcelo Tofani integra a banda indie pop mineira Rosa Neon, ao lado de Luiz Gabriel Lopes e Marina Sena (foto: Sarah Leal/divulgação)
A banda mineira Rosa Neon tem ganho destaque no cenário musical da indústria nacional. Para acompanhar esse sucesso, o grupo lança duas músicas neste mês de outubro: Parei e Não tô dando conta. O videoclipe que vai estrear junto com os singles traz um formato pouco testado no Brasil, que é a animação em 3D.

A música Parei tem data de lançamento para este domingo (11). E na semana seguinte (18) estreia Não tô dando conta. Os dois videoclipes têm a direção de Vito Soares e são animações 3D, com a modelagem de Pedro Mameluque e Lucas Leme. Eles estão ligados e um dialoga com o outro, trazendo a leveza do pop que o Rosa Neon consegue transmitir e levando as pessoas para diversos lugares.

Isso é representado pelos três integrantes da banda – Luiz Gabriel Lopes, Marcelo Tofani e Marina Sena –, que se encontram no meio de um cenário minimalista, onde penas coloridas caem sobre eles. No decorrer do vídeo, eles desaparecem no meio das penas, simbolizando essa leveza que querem transmitir no som.

A letra e a melodia da canção trazem um trabalho diferente do que a banda já expôs em seus grandes sucessos, como Ombrim e o mais recente, Fama. Segundo Marcelo Tofani, Parei tem uma carga emocional maior pelo período conturbado que a pandemia trouxe. “Esse tempo em casa coloca várias questões na nossa cabeça, a gente acaba pensando mais e a coisa emocional falou bem alto e forte”, diz.

E todo esse sucesso veio acompanhado da indicação ao Prêmio Multishow 2020 na categoria Revelação do ano. Pela primeira vez, a banda concorre na maior premiação de música do Brasil.

Em entrevista ao Estado de Minas, Marcelo Tofani conta sobre os novos lançamentos, comenta a indicação ao prêmio e para qual direção a música mineira tem seguido.

Cena do clipe de Parei, que a banda mineira divulga amanhã(foto: Rosa Neon/Divulgação )
Cena do clipe de Parei, que a banda mineira divulga amanhã (foto: Rosa Neon/Divulgação )

O que o público pode esperar das músicas novas?

São duas músicas totalmente diferentes do que a gente já lançou, elas têm uma carga emocional maior, são um pouco mais intimistas e emocionais. Nada mais natural, por tudo que a gente está passando enquanto humanidade. E esse tempo em casa coloca várias questões na nossa cabeça, a gente acaba pensando mais e a coisa emocional falou bem alto e forte.

Esses lançamentos fazem parte de algum projeto novo?

A gente começou com um projeto de lançar uma música por mês com clipe e foi isso que acabou chamando a atenção da galera. Sempre fomos essa banda que compra ideias simples, mas com muita gente a fim de fazer. Simples, porém criativas. Essas ideias fazem parecer que é uma grande produção. E realmente é uma grande produção para artistas do nosso tamanho, mas foi isso que chamou a atenção. E agora temos esse projeto de lançar os dois singles ainda este mês.

Vocês tiveram alguma referência para criar essas músicas e o videoclipe?

A gente gosta muito de música pop de todos os tipos. De Marília Mendonça a Björk, de Justin Bieber a Caetano Veloso. Acaba que sempre é um mix de tudo isso. Mas na imersão que fizemos dessas duas músicas, mergulhamos muito nos Tribalistas. A gente estava ouvindo muito e esses lançamentos têm muito a ver com eles, mas também com o Justin Bieber. É engraçado, porque quando falamos das referências do Rosa Neon, a gente até se perde. Realmente, tudo pode ser referência. Os dois vídeos são animações e é a primeira vez que a gente faz com animação. E quanto ao vídeo, tivemos várias referências audiovisuais. Uma delas é o Cao Guimarães, um cineasta.

Como tem sido esse processo de produção durante a quarentena?

O Rosa, na verdade, sempre teve que trabalhar a distância, mesmo antes da pandemia. Quando a banda começou, eu morava em BH, Mariana Cavanellas, que fazia parte do grupo naquela época também, o Luiz estava morando em São Paulo e a Marina em Montes Claros, no Norte de Minas, tudo muito longe. Não é aquela banda que se encontra com frequência. Sempre trabalhamos com imersões. Todo mundo tem trabalho solo e se concentra nisso, mas quando era a semana do Rosa Neon, a gente se juntava e ficava uma semana no sítio, quase que uma semana sem internet, gravando clipe, música nova, ensaiando, compondo. Aí, no fim de semana, a gente fazia três shows em cidades diferentes. Sempre foi essa coisa de temporadas, os encontros. A gente aprendeu a trabalhar dessa forma, tudo que tivemos que fazer foi a distância. Particularmente, meu processo criativo durante a quarentena está rendendo bons frutos, estou criando mais. Temos um contato inevitável com as mais profundas emoções, das melhores até as mais estranhas. Também falei que ia parar de ser músico e ia começar a vender tênis de ‘luzinha’ no Mercado Livre. Era uma viagem, está tudo dando certo. Só que você está sozinho e começa a pensar em muitas coisas.

E diante disso tudo que está acontecendo, vocês foram indicados ao Prêmio Multishow 2020 na categoria Revelação do ano. Como foi para vocês receber essa notícia?

Foi uma injeção de ânimo bem grande para a gente. Antes da pandemia, estávamos em uma maré muito boa, fazendo shows em três cidades diferentes por semana e vendo o público crescer. Todas as cidades em que a gente foi sempre teve show cheio. Fomos em cidades de norte a sul do país, literalmente. Vimos um crescimento muito rápido. Hoje em dia, a banda vai fazer dois anos em novembro, e estamos vendo isso acontecer tão genuinamente, o público comprando essa ideia. E aí, do nada, explode a pandemia, todo mundo dentro de casa, a gente não pode mais fazer show. E quando isso ocorre enquanto você está com a energia lá no alto, você toma um choque. É tipo dormir debaixo da coberta quentinha, entrar dentro da água fria e tomar o choque de realidade. A notícia do Multishow foi uma ‘doideira’, eu estava gravando outras coisas da minha carreira solo. Marina estava em São Paulo para gravar coisas dela. Aí, a gente recebe a notícia, ligamos um para o outro e falamos ‘que isso, o que tá acontecendo?’. Eu acho que o Prêmio Multishow é, se não o maior, um dos maiores prêmios de música brasileira. A gente ficou imaginando: se tivesse a festa, nós iríamos estar com a Marília Mendonça, a Ivete Sangalo. Ficamos muito felizes com a indicação. Só de ser indicado já está maravilhoso, mas a gente quer muito ganhar.

E vocês estão carregando uma nova geração da música mineira. O que você destaca como diferencial? Quais as novidades e propostas que vocês, como novos artistas, têm para oferecer?

Acho que o Rosa trouxe um refresco, que eu observo. Primeiro da união de esforços, como isso pode gerar coisas maravilhosas. Todo mundo, antes do grupo, tinha carreira solo. O Rosa foi montado a partir de artistas que já tinham a própria carreira. Por si só, somos um símbolo dessa união, que são artistas da cena que se uniram para fazer um grupo. E isso acaba que alastra e vai juntando. É um movimento que o Djonga e a DV Tribo, um grupo formado por ele, Fabrício Fbc, Hot Apocalypse, Clara Lima, Oreia e eles vieram iniciando isso. Eu vejo muito o Rosa Neon como um DV Tribo do pop. Porque é isso, nada mais é do que a junção de artistas que já vinham fazendo coisas sozinhos e se uniram. E a coisa da estética audiovisual e o fato de a gente procurar sempre trabalhar com os artistas daqui. Tem muita gente fazendo coisas sensacionais em Belo Horizonte, em todos os gêneros. Sempre fez, mas falando da música contemporânea. O Djonga, por exemplo, recebendo indicações internacionais, o primeiro brasileiro a ser indicado nessas premiações. Então é muito doido ver isso acontecendo em BH.

Você acha que no cenário musical a indústria mineira está crescendo?

Eu acho que está acontecendo um ‘boom’ em Minas, os olhos estão começando a se ligar que têm que se virar para cá. Coisas enormes estão sendo feitas aqui. Um termo que é ruim, porque é excludente, é ‘eixo Rio-São Paulo’. Ele está começando a ver que aqui é um lugar em que se estão fazendo grandes obras, que te- mos artistas se destacando tanto nacional quanto internacionalmente. É muito bom ver tantos artistas ao mesmo tempo em BH tendo um destaque nacional. A gente tem grandes nomes há mais tempo em BH, mas eu sinto que cada um aconteceu em um momento. Agora, tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, muito artista tendo exposição nacional. Temos o Lagum, que lota casas no Brasil inteiro, tem o Cidoca, do trap, o Djonga. Sempre teve gente boa, sempre teve essa arte incrível aqui, mas agora está rolando uma confluência de ser ao mesmo tempo. Muita gente junta, unida, fazendo isso. Então, não tem como as pessoas não repararem, porque estão sendo bombardeadas com isso.

*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram


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