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Estado de Minas ESTÉTICA

Entenda a 'doença do silicone' que fez Miss retirar as próteses dos seios

Condição não possui uma terminologia médica e ainda está sendo estudada


05/05/2022 16:52 - atualizado 05/05/2022 17:27

Giovanna Coltro segurando as próteses de silicone após cirurgia de explante
Jovem retira próteses mamárias após desenvolver uma condição rara conhecida como "doença do silicone" (foto: Giovanna Coltro Instagram/Divulgação )

Recentemente, a dentista e Miss, Giovanna Coltro, de 24 anos, passou por um explante das próteses mamárias após sofrer com uma condição chamada "doença do silicone". Mas você já tinha ouvido falar sobre isso?

O cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Douglas Aires, explica que a "doença do silicone" é um termo popular, não uma terminologia médica, que se refere a um conjunto de sintomas supostamente causados pelo implante.

"Essa condição ocorre em casos raros, geralmente em pessoas geneticamente predispostas e com sintomas ocorrendo após o uso da prótese, principalmente dor articular, dor muscular, fadiga, mau funcionamento intestinal, queda de cabelo e perda de memória", respalda Aires.

Dessa forma, o profissional deixa claro ser imprescindível a importância de buscar um cirurgião plástico devidamente qualificado que irá verificar antecedente pessoal e familiar de possível doença autoimune, reação prévia a adjuvantes, e, eventualmente, solicitar avaliação de reumatologista para casos duvidosos.

Essa associação entre o silicone e o desenvolvimento de sintomas que simulam doenças imunológicas segue em fase de estudos e a OMS (Organização Mundial de Saúde) ainda não reconhece esse termo como uma doença real.

A "doença do silicone" é diferente da síndrome ASIA (Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes). "A ASIA é reconhecida pela OMS como uma doença autoimune desencadeada por fatores adjuvantes, ou seja, fatores externos ou corpo estranho, que pode ou não estar associada à prótese de silicone", declara o especialista.

Pessoas que colocam implante de silicone também estão sujeitas a sofrerem contratura capsular. Isso acontece quando o organismo forma um tecido cicatricial em volta da prótese, que começa a apertar o implante e causa dor, desconforto e deformações, modificando a posição do implante; pode ocorrer ainda a ruptura da prótese e a toxicidade pelo próprio silicone.

Além dos sintomas citados pelo especialista, da contratura capsular e do vazamento do silicone, Giovanna Coltro relata que também sofreu com tremores intensos, sudorese noturna, olhos secos, inchaço e intolerância ao frio.

"Eu não sabia que isso existia e só fui descobrir quando comecei a procurar os sintomas na internet e vi que batiam. Não fui alertada que isso era algo possível de acontecer, mesmo que muito raro. Foram, mais ou menos, uns 6 meses de muita busca e exames até chegar no diagnóstico. Depois precisei fazer a retirada imediata", declara a Miss.

Giovanna explica que desde pequena sempre foi muito magrinha e sem peito, o que a deixava extremamente desconfortável. Segundo ela, mais por uma pressão de seguir um padrão de beleza, ela quis colocar as próteses.

"Claro que foi difícil processar que tudo aquilo que estava me fazendo mal era o meu sonho de infância e que eu teria que abrir mão dele, mas, nada se compara a alívio, quase que momentâneo, que tive após o explante. Sem contar que a cirurgia de extração é mais tranquila e com três semanas eu já tinha voltado a trabalhar", finaliza Coltro.

Tratamento


O tratamento pode envolver o explante em bloco e o uso de medicações imunossupressoras como, por exemplo, os corticóides. Ao realizar a retirada da prótese, pode ser que se faça necessário reconstruir a mama, elevá-la através da mastopexia ou colocar enxerto de gordura.

De acordo com o cirurgião plástico, não há a garantia que os sintomas irão melhorar após o explante. A literatura médica indica uma melhora dos sintomas em 75% das pacientes submetidas ao explante, porém é preciso notar que há 25% das pacientes que não apresentam melhora dos sintomas.

"Por isso, volto a dizer da importância da escolha de um bom profissional. É ele quem fará a avaliação antes da intervenção, pedir todos os exames para certificar que o paciente está apto para realizar tal procedimento, buscar os materiais mais seguros, cercar-se de uma equipe competente no bloco cirúrgico e dar toda a assistência necessária após a cirurgia", conclui Aires.


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