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Estado de Minas

Fatores hormonais influenciam risco de doenças cardiovasculares em mulheres

Menopausa, menarca, gestação e outras condições femininas podem ser um fator protetivo ou de risco para as cardiopatias


16/03/2022 09:12

Mulher desenha na areia
(foto: Pixabay)

Recorrente tanto nas mulheres como nos homens, as doenças cardiovasculares são sabidamente a principal causa de morte no mundo. São patologias que já respondem por 30% do total da mortalidade, ainda mais na faixa etária acima dos 40 anos, como estima a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

No que concerne especificamente às mulheres, enquanto estão em idade fértil, o estrogênio, principal hormônio sexual feminino, tem um efeito protetor no coração. Mas, com sua queda após a menopausa, o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares acaba se tornando maior nelas do que nos homens. É o que explica a cardiologista do Hospital São Vicente Curitiba, Bruna Loise Mayer.

"Isso ocorre porque a queda desse hormônio provoca uma distribuição diferente no metabolismo dos lipídios, dos açúcares, das gorduras, que acabam se depositando em lugares diferentes do organismo. Nessa fase, as mulheres ficam com uma resistência maior à insulina, têm maior rigidez arterial, o que eleva o risco de hipertensão, diabetes, colesterol e outras doenças que são os fatores de riscos clássicos para as doenças cardiovasculares", esclarece.

Outras características individuais também podem influenciar na saúde do coração. O cardiologista clínico do mesmo hospital, Leandro Vasconcelos, relata que mulheres com a menarca (primeiro fluxo menstrual) antes dos dez anos ou após os 17 anos, que tiveram pré-eclâmpsia ou diabetes gestacional têm maior risco de desenvolver uma doença cardiovascular na vida adulta. "Mas a amamentação parece ter um efeito protetor", complementa.

Muitas mulheres ainda não sabem que o risco de evento cardiovascular é alto ao associar o uso da pílula anticoncepcional ao tabagismo. "Nós vemos uma incidência muito grande de eventos cardiovasculares, como trombose, AVC ou até embolias pulmonares em mulheres jovens por causa dessa combinação", alerta o médico.

Algumas doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, mais comuns entre a população feminina, também são fatores de risco. "Essas doenças são inflamatórias e favorecem a aterosclerose, principal causa de deposição de gordura nas artérias", aponta Leandro Vasconcelos.

Sintomas de infarto

As mulheres podem ter sintomas diferentes quando acontece um infarto. Enquanto os homens têm uma dor mais típica no peito, que corre para o lado esquerdo, nas mulheres nem sempre isso acontece. "Muitas vezes, elas têm uma dor na barriga, mais falta de ar, náusea e muitas ignoram os sintomas achando que é algo gástrico. Isso provoca uma demora no diagnóstico, o que dificulta as possibilidades de tratamento", acrescenta o cardiologista.

Prevenção

Com ou sem proteção de fatores hormonais, a prevenção ainda é a melhor maneira de evitar cardiopatias. "Na maioria das vezes, a evolução para uma doença cardiovascular mais grave acontece quando temos uma combinação de fatores de risco", observa Bruna Loise Mayer.

Por isso, a cardiologista ressalta a importância da prática de exercícios físicos, alimentação mais equilibrada e saudável, manter o peso adequado e evitar o tabagismo. "Grande parte dos fatores de risco são evitáveis. Nós podemos modificar nosso estilo de vida, sempre sem esquecer de ter um acompanhamento cardiológico regular", conclui.


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