vários frascos de vacina contra COVID-19

vários frascos de vacina contra COVID-19

Bra%u0148o/Unsplash
Um vídeo que circula nas redes sociais, alegando que vacinas contra a COVID-19 causam trombose venosa profunda, utilizando imagens de supostos exames para embasar a afirmação, foi desmentido. O vídeo faz referência a um brasileiro que se identifica como biólogo, alegando ter encontrado coágulos 'maciços' no sistema vascular de pessoas vacinadas, utilizando uma máquina criada por ele. No entanto, não há registros oficiais que comprovem tal fato. A universidade onde ele alega ter estudado informa que ele não se formou em ciências biológicas. O aparelho em questão foi desenvolvido para detectar dor e não para analisar outros problemas de saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fiocruz atestam que casos de trombose relacionados à vacinação contra a COVID-19 são raros e que os benefícios da vacina superam os riscos.

O conteúdo investigado é um vídeo que afirma que exames termográficos mostram trombose em vacinados contra a COVID-19, mesmo que assintomáticos, devido à presença de coágulos sanguíneos 'maciços' no organismo. O vídeo foi compartilhado no Twitter e no Telegram.

A conclusão da investigação aponta que é falso o tuíte que afirma que um suposto cientista brasileiro, Felipe Reitz, teria detectado trombose venosa profunda em pacientes vacinados contra a COVID-19. O equipamento mencionado no vídeo, chamado 'Reitz Scan', utiliza imagens termográficas (que medem temperatura em locais do corpo) para identificar dor e não para detectar coágulos sanguíneos.
 
Segundo a plataforma Lattes, Felipe Reitz estudou biologia e relações internacionais, além de se identificar como inventor e 'consultor da Nova Era'. A Universidade Federal de Santa Catarina informou que ele ingressou no curso de ciências biológicas em 1991, mas não concluiu a graduação.

O aparelho 'Reitz Scan' foi apresentado ao Ministério da Saúde em 2018, com financiamento do governo de Santa Catarina, mas não há informações oficiais de que a máquina seja capaz de identificar coágulos sanguíneos ou qualquer outra condição de saúde além de dor.

Postagem desinformativa

O vídeo que acompanha a postagem desinformativa no Twitter foi originalmente publicado por Greg Reese no Instagram e traduzido pelo perfil investigado. Reese é editor de uma publicação americana conhecida por disseminar conteúdos desinformativos.
No perfil do Facebook de Reitz, é possível notar que ele publica constantemente conteúdos antivacina, principalmente ligados à vacinação contra a COVID-19. Ele classifica a imunização em massa contra o coronavírus como um 'experimento biológico'. Para Felipe Reitz, as vacinas foram criadas para matar, o que não é verdade.

A Anvisa e a Fiocruz já atestaram que, apesar de terem sido relatados, casos de trombose venosa em vacinados são raros, com registros entre 0,2 e 3 casos para cada 100 mil doses aplicadas. Os benefícios das vacinas superam os riscos relacionados ao uso desses produtos. Assim, os imunizantes são considerados seguros e seguem sendo recomendados.