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Estado de Minas DOENÇAS GASTROINTESTINAIS

Procedimento inédito e pouco invasivo no esôfago oferece qualidade de vida

Realizado no Hospital Carlos Chagas, exame é feito em quem sofre de acalasia idiopática, doença que provoca dores e dificuldade de engolir alimentos


13/12/2021 15:28 - atualizado 13/12/2021 16:27

Homem com mão na barriga como se estivesse com dores abdominais
Procedimento inédito se mostrou eficaz contra a acalasia idiopática (foto: Pixabay )

 A acalasia idiopática é uma um distúrbio da motilidade esofágica caracterizado pela ausência de contrações musculares coordenadas e pela falta de relaxamento que interfere no funcionamento da cárdia, dificultando a passagem de alimentos para o estômago. Os principais sintomas da doença são dificuldade para engolir sólidos e líquidos, dor no peito, refluxo gástrico, tosse noturna, infecções das vias aéreas e problemas respiratórios.

 

Um procedimento inédito foi realizado pelo Hospital Carlos Chagas em Itabira. Ele foi realizado por videolaparoscopia na ex-monitora escolar Nirlene de Oliveira, 31 anos, que lutava há mais de três anos com dores para engolir, chegando a perder 17 quilos.

“Eu não conseguia engolir direito quase nada. Até água me doía. Se comesse alguma coisa sólida eu tinha que pressionar o meu esôfago para que o alimento descesse.  Eu também tinha ânsia de vômito, queimação, refluxo e a sensação de garganta queimando. Era uma dor insuportável. Cheguei a ficar sem ânimo para nada, quase fiquei deprimida”.

 

Uma das primeiras pessoas a realizar a cirurgia, Nirlene voltou a comer sem sentir nenhum tipo de dor ou precisar de grandes quantidades de água para empurrar os alimentos.

“A cirurgia por vídeo é simples e leva em média duas horas, mas de grande ajuda aos nossos pacientes. Ela oferece mais qualidade de vida a quem sofre com a doença que ataca o esôfago e tem extrema dificuldade para engolir. Estamos muito empolgados em poder proporcionar conforto e bem-estar a quem precisa”, pontua Adriano Guimarães Franco, cirurgião-geral da Fundação São Francisco Xavier, administradora do Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC).

 

O profissional explica que a doença causa dificuldade de passagem do alimento do esôfago para o estômago e o paciente fica com a sensação de entalo, pois o alimento não desce direito e, muitas vezes, até volta. “Essa sensação é causada pela constrição no esôfago, que não deixa o alimento passar. É comum esses pacientes tentarem se alimentar somente com líquidos", completa.

 

Com a progressão da acalasia sem tratamento, ocorre uma obstrução à passagem do alimento, aumentando a pressão no interior do corpo do esôfago e levando a retenção do material não digerido, o que pode causar um remodelamento do esôfago.

“Esse remodelamento é observado clinicamente como uma dilatação esofágica, que pode se apresentar em graus variados, sendo denominada megaesôfago”. E acrescenta. “O início do sintoma é gradual. Mas, em todos os pacientes, apresenta disfagia para sólidos e alguns graus variados de disfagia para líquidos”.

 

“Entre os fatores de risco para a acalasia, o principal deles é a doença de chagas, que representa a segunda maior causa da doença após a forma idiopática. A doença também pode ser causada por drogas, malignidade, pseudo-obstrução intestinal crônica, insuficiência suprarrenal familiar, pós-vagotomia”, finaliza o médico.

 


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