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Estado de Minas ALERTA

Câncer de pele no couro cabeludo tem risco de metástase

Além de influência genética, a exposição solar é uma das principais causas do câncer de pele no couro cabeludo, já que a área é uma das mais expostas do corpo


10/12/2021 15:24 - atualizado 10/12/2021 17:17

Jovem mostra o couro cabeludo
Câncer no couro cabeludo requer atenção redobrada (foto: Holding Comunicação/Divulgação)

O couro cabeludo é uma região que muitas vezes é esquecida, mas também faz parte da pele e merece todo cuidado, principalmente durante o verão. Nesta época do ano, os índices de radiação atingem níveis considerados potencialmente cancerígenos, de forma que a exposição à radiação UVA/UVB E IR (infravermelho), ao longo dos anos, pode gerar lesões novas ou modificar aquelas que já existiam previamente na pele de qualquer pessoa, por isso que neste mês se conscientiza sobre o câncer de pele na campanha Dezembro Laranja.

 

O tipo de câncer de pele com pior prognóstico é o melanoma e, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), em 2020 a estimativa de novos casos no Brasil: 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres.

“O couro cabeludo também pode apresentar lesões causadas pelo sol, até mesmo tumores. Eles podem aparecer em diferentes tamanhos e formas, por isso, a prevenção e a detecção precoce são os melhores caminhos para evitar complicações”, afirma a dermatologista Patrícia Mafra, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

 

Por ser uma área encoberta pelo cabelo, a atenção ao couro cabeludo deve ser redobrada, pois além de muitas pessoas não usarem protetor solar na região, os fios de cabelo ajudam a esconder as lesões causadas pelo câncer.

“O câncer de pele no couro cabeludo é perigoso se não for diagnosticado e tratado, pois há risco de metástase para o cérebro. Apesar de não serem classificados como tumores cerebrais, as metástases cerebrais são tipos de câncer que chegam no cérebro após circular pelo corpo”, explica Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA).

 

Não há filtro solar específico para o couro cabeludo. Contudo, os especialistas indicam aplicar um protetor solar em spray para alcançar a área. Caso a pessoa seja calva, ela pode utilizar o mesmo produto aplicado no rosto, com FPS de, no mínimo, 30 e PPD 10, reaplicando a cada duas horas. Além disso, principalmente para quem trabalha exposto ao sol, deve-se usar bonés e chapéus.

 

Segundo um estudo da Universidade Carolina do Norte, nos Estados Unidos, melanomas no couro cabeludo e pescoço, por uma variedade de razões, podem ser mais agressivos do que aqueles que aparecem em outros lugares. A equipe de pesquisadores analisou 50 mil casos e descobriu que os pacientes com câncer de pele nessa área têm o dobro de chances de falecer quando comparados com os que têm a doença nos braços ou pernas. “Por exemplo, essas pessoas são mais propensas a ter câncer que se espalha para o cérebro do que aquelas com melanoma nos braços, pernas ou tronco”, explica o neuro-oncologista.

 

Apesar do prognóstico ruim, a incidência de tumor nessa área não é tão grande quanto em outras. Dependendo do tipo de câncer de pele, os sintomas e a apresentação podem ser diferentes. Os cânceres de pele não melanoma costumam se apresentar com lesões de pele que não cicatrizam e parecem incomuns ou doem, sangram e formam crosta por mais de quatro semanas. Já o câncer de pele melanoma é caracterizado por uma lesão que muda de forma, cor, tamanho, sangra ou desenvolve uma borda irregular. 

 

Embora qualquer pessoa possa ter câncer de pele, pessoas de tom de pele claro, que se ‘queimam’ facilmente após exposição ao sol, que tenham histórico familiar de câncer de pele (ou que já tiveram câncer de pele) são mais suscetíveis. No couro cabeludo, pessoas de cabelos mais finos, ralos e principalmente os calvos também têm maior risco.

 

Uma das formas de acelerar o diagnóstico do câncer de pele é por meio do autoexame do tecido cutâneo, utilizando principalmente a regra de manchas e lesões ABCDE (A de assimétrica, B de bordas irregulares, C de cores desiguais, D de diâmetro maior que 6 milímetros e E de evolução – quando crescem aceleradamente). Como o couro cabeludo essa detecção pode ser mais difícil de ser feita individualmente, ocê pode pedir ajuda ao seu companheiro, familiar ou amigo. Basta alguns minutos, uma vez por mês, de preferência com luz natural, verificar alguma mudança na região. 

 

“Normalmente, surge uma ferida pequena com casquinha que sangra facilmente. Consideramos que essa é a primeira etapa do problema, onde o próprio paciente pode pesquisar. Além disso, se a ferida for maior que seis milímetros, se houver coloração dupla ou tripla e se não cicatrizar em quatro semanas, é fundamental procurar o médico imediatamente para obter um diagnóstico preciso e tratamento adequado que, normalmente, é cirúrgico para retirada total da lesão e deve ser realizado o mais precocemente possível”, finaliza a dermatologista Patrícia Mafra.


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