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Estado de Minas SAÚDE MASCULINA

Biomarcadores bioquímicos podem ajudar na detecção precoce de tumor

Um novo estudo da Afip reforçou a importância dos indicadores para o câncer de testículo


10/12/2021 15:30 - atualizado 10/12/2021 16:37

Laço Roxo
Biomarcadores b-HCG e AFP contribuem para a identificação de tumor em testículo (foto: Pexels )

 Dados do Instituto Nacional do Câncer (Iinca) revelam que o câncer de testículo acomete 5% dos homens, principalmente entre os 15 e 50 anos. Embora corresponda a 1% dos tumores que afetam a população masculina, a doença preocupa porque atinge em geral pessoas sexualmente ativas, causando grande impacto psicológico, emocional e social.

Pesquisadores da Afip – Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa realizaram um estudo nacional para investigar os biomarcadores que contribuem para o diagnóstico e o monitoramento da doença.

 

O Brasil carece de pesquisas recentes sobre o câncer de testículo que se diferencia dos demais por acometer adultos jovens e quando identificado em fase inicial tem altos níveis de cura. Na pesquisa da Afip, por exemplo, a faixa etária com maior incidência ficou entre os 21 e 45 anos, mas também houve casos de crianças e homens idosos. 

 

Mais de 95% dos casos de tumores de testículos derivam de células germinativas, que dão origem aos espermatozoides. Esses tumores se dividem em dois grandes grupos:  seminomatosos e não seminomatosos.

“As dosagens dos biomarcadores aumentam as chances de sucesso do tratamento porque ajudam na diferenciação desses tumores e no acompanhamento pós-cirúrgico", explica o biólogo Felipe Silva de Siqueira, supervisor do setor de Inteligência Laboratorial da Afip Medicina Diagnóstica, que está realizando o estudo sob orientação da Professora Márcia C Feres. 

 

O especialista explica que o primeiro grupo apresenta menor agressividade e incide em homens de 20 a 35 anos. Um subtipo, conhecido por espermatocítico, atinge homens com 60 anos ou mais, tendo uma evolução favorável.

Já os tumores não seminomatosos são mais agressivos e se dividem em quatro subtipos: carcinoma embrionário, coriocarcinoma, teratocarcinoma e teratoma. O primeiro representa cerca de 20% dos tumores de células germinativas do testículo em jovens, tem alta malignidade e cresce de forma rápida com metástases precoce. O último incide em até 10% dos jovens e 40% das crianças.

 

O estudo da Afip envolveu aproximadamente mil amostras de anátomo patológica de testículos analisadas ao longo de dois anos. Deste total, cerca de 13% foram diagnosticados para câncer. Mais da metade com resultado positivo para a doença apresentava três marcadores tumorais:  alfafetoproteína (AFP), gonatotrofina coriônica humana (b-HCG) e desidrogenase láctica (DHL).

 

Os biomarcadores b-HCG e AFP contribuem para a identificação do tumor. Altos níveis de b-HCG na corrente sanguínea demonstram que o câncer se originou em uma célula germinativa. No caso, no testículo. Ao apresentar uma alteração, o biomarcador AFP indica a origem da célula tumoral, mostrando se está ou não enquadrada na categoria seminomatosa. Já o DHL ajuda a avaliar o estágio do câncer, tanto no pré como no pós-operatório.

 

O sintoma mais comum do câncer de testículo é o surgimento de um nódulo duro, que pode ser seguido de endurecimento, aumento ou redução do tamanho dos testículos, dor abaixo do abdômen, sangue na urina e sensibilidade nos mamilos. O aparecimento desses sinais demanda uma consulta ao urologista, que pode fazer o encaminhamento para o oncologista.


Como é o tratamento

 

O tratamento do câncer envolve inicialmente cirurgia para a retirada unilateral do testículo ou bilateral por decisão do médico e do paciente. A função sexual ou reprodutiva é preservada na cirurgia unilateral, desde que o outro testículo esteja saudável. O tratamento posterior inclui radioterapia, quimioterapia ou controle clínico.

 

O autoexame regular, o checkup periódico e a identificação dos sintomas nos adultos jovens podem propiciar o diagnóstico precoce do câncer de testículo. “Por causa do preconceito que envolve os exames, muitos homens são diagnosticados quando a doença já está em estágios mais avançados, o que leva ao aumento da mortalidade”, lamenta a biomédica Márcia Feres.

 

Pessoas com histórico familiar deste tumor, infertilidade, história prévia de testículo contralateral (fora do escroto), criptorquidia (não descida na infância de um ou dois testículos para a bolsa escrotal) e pessoas que trabalham em locais com desenvolvimento industrial elevado possuem risco aumentado para a enfermidade.  


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