![A leitura é uma prática necessária para a saúde mental e emocional também das crianças (foto: Victoria_Borodinova /Pixabay) A leitura é uma prática necessária para a saúde mental e emocional também das crianças (foto: Victoria_Borodinova /Pixabay)](https://i.em.com.br/67mEEoCDggVhffSpQoKEPhAmCbU=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/04/11/1254852/20210408093259854790e.jpg)
A leitura oferece um mundo de fantasia, imaginação e criatividade. Um universo lúdico. Portanto, um dos melhores lugares no planeta para que as crianças sempre estejam presentes e seguras.
A pedagoga Cláudia Onofre exalta que os livros são pontes de conexão entre a criança e o adulto. Além do conteúdo abordado, “o livro, por meio da história apresentada, aproxima olhares, proporciona contato afetivo que são fundamentais desde os primeiros meses de vida”.
Para ter o efeito desejado, Cláudia Onofre avisa que a leitura deve ser adequada para cada faixa etária, garantindo momentos de prazer, aprendizado e interação de forma significativa.
“Em tempos de pandemia, os livros são grandes aliados, contribuem para que crianças e jovens fiquem ativos por meio da leitura: desenvolve a atenção, concentração, vocabulário, memória e raciocínio; estimula a curiosidade, imaginação e criatividade; colabora ativamente para que a criança e o jovem aprendam a lidar com sentimentos e emoções; é essencial no desenvolvimento da empatia; além de contribuir no desenvolvimento do processo de aprendizagem.”
Cláudia Onofre destaca que a leitura é uma prática necessária para a saúde mental e emocional das crianças. É importante que essa prática seja consolidada como hábito que deve se iniciar desde a primeira infância até o fim da vida.Por meio dos livros, tem como manter o aprendizado ativo, estabelecer vínculos afetivos com os avôs ou familiares, brincadeiras com amigos. Mesmo que distante, a especialista diz que é possível leituras compartilhadas que superam o distanciamento e aquecem o coração
Cláudia Onofre, pedagoga
“Quando falamos de crianças e jovens em período de pandemia, é inevitável pensarmos no impacto social, emocional e cognitivo. Eles precisam da socialização e do processo ensino-aprendizagem de forma sistematizada por meio das escolas."
Apesar dos danos, o momento é de centrar esforços para que fiquem em casa e em parceria com escolas, professores e famílias encontrar caminhos que proporcionam alegria, compartilhamento, acolhida e brincadeiras.
A leitura é uma grande aliada. Por meio dos livros, enfatiza Cláudia Onofre, tem como manter o aprendizado ativo, estabelecer vínculos afetivos com os avôs ou familiares, brincadeiras com amigos. Mesmo que distante, a especialista diz que é possível leituras compartilhadas que superam o distanciamento e aquecem o coração.
Adequação a cada faixa etária
![Pedagoga Cláudia Onofre avisa que o caminho é escolher livros com temas que a criança gosta ou que sejam divertidos e adequados à faixa etária(foto: Arquivo Pessoal) Pedagoga Cláudia Onofre avisa que o caminho é escolher livros com temas que a criança gosta ou que sejam divertidos e adequados à faixa etária(foto: Arquivo Pessoal)](https://i.em.com.br/iO8oPrpFHR5SYjns09bE0oRe30I=/332x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/04/11/1254852/20210408003009947463o.jpg)
“É importante escolher um lugar apropriado, onde a criança possa ficar à vontade para explorar este momento. Aproveite e mergulhe na história com gestos, tons de voz, caretas etc. Peça que a criança repita ou mostre o que você está falando (sempre adequando à faixa etária). Incentive e elogie a criança com suas descobertas e participação. São momentos divertidos que a criança irá desenvolver ou até mesmo ampliar seu processo de aprendizagem, bem como criar vínculos afetivos que são levados de forma significativa até a vida adulta.”
A pedagoga, consultora da Dentro da História (www.dentrodahistoria.com.br), plataforma de livros personalizáveis para idades até 12 anos, ensina que, para as crianças que não gostam de ler, é preciso de forma leve e acolhedora inserir a leitura na rotina até que seja criado o hábito.
“O melhor caminho é escolher temas que a criança gosta ou que sejam divertidos, como trava-línguas ou o que é o que é?. Sempre são uma boa pedida, as crianças adoram e se divertem, além de estimular o gosto pela leitura de forma prazerosa. Ao término da leitura, é importante mostrar como aquele momento foi importante, gostoso e divertido. Aproveite para propor combinados de leitura diária, estimula o gosto pela leitura.”
“O melhor caminho é escolher temas que a criança gosta ou que sejam divertidos, como trava-línguas ou o que é o que é?. Sempre são uma boa pedida, as crianças adoram e se divertem, além de estimular o gosto pela leitura de forma prazerosa. Ao término da leitura, é importante mostrar como aquele momento foi importante, gostoso e divertido. Aproveite para propor combinados de leitura diária, estimula o gosto pela leitura.”
Ler em família
![A leitura sempre deve se adequada a cada faixa etária(foto: Arquivo Pessoal) A leitura sempre deve se adequada a cada faixa etária(foto: Arquivo Pessoal)](https://i.em.com.br/D0hu4ZD-rVYvUpa-j52lI2cpwKM=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/04/11/1254852/20210408092918544587i.png)
“Nesse caso, é preciso de amor e acolhimento, colocar-se no lugar do outro, mostrar que entende o que está passando, que de fato é desafiador. Mostrar que os livros são aliados para a saúde mental, agentes de felicidade, nos transportando por meio das histórias para outros locais, grandes aventuras e descobertas. Em família, definam juntos como podem superar essa fase de desinteresse e criem algumas regras: todos devem ser exemplo, ou seja, a família toda deverá se comprometer a ler um livro; crie um momento de partilha, onde poderão falar se estão gostando da leitura, contar um pouco da história e até mesmo dizer que não estão gostando e recomeçar a leitura com outro livro; e em tempos de pandemia, organize passeios literários virtuais.”
TRÊS PERGUNTAS PARA: Jaqueline Bifano, psiquiatra
![Jaqueline Bifano, psiquiatra(foto: Leca Novo/Divulgação) Jaqueline Bifano, psiquiatra(foto: Leca Novo/Divulgação)](https://i.em.com.br/UEcmKglZ6DAOWViDjLzmyHVyGls=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/04/11/1254852/20210408094253248450a.jpg)
1 -Como a leitura e os livros, no isolamento social, contribuem para preservar a saúde mental?
Estamos isolados e impedidos de viver e conviver com outras pessoas há um ano. Desde então, muito se fala sobre os cuidados com o corpo, com a alimentação e com a saúde mental. A leitura é, sem dúvida, uma forma de ocuparmos nosso tempo e mente durante esse tempo. Por meio dela, conseguimos relaxar, ativar a memória, ampliar nossos conhecimentos, tirar o foco das preocupações do dia a dia e mergulhar em outras realidades. Os livros são responsáveis por nos fazer viajar sem precisar sair de casa. Se estou lendo algo que prenda a minha atenção, os níveis de ansiedade, de estresse e de tristeza, por exemplo, acabam dando espaço para outros sentimentos mais positivos.
2 - Há quem, mesmo em casa, com tempo de sobra, não consegue ler diante da ansiedade, dificuldade de concentração. O que fazer para se entregar à leitura e acalmar a mente?
Muita gente não consegue ler em episódios de ansiedade leve ou moderada porque a concentração fica comprometida. Isso tem a ver com a grande descarga de adrenalina que percorre o corpo. Leitura é hábito, um processo que tende a melhorar a cada dia. Uma dica para quem deseja melhorar a concentração ao ler é sempre ter um ambiente aconchegante, com boa iluminação e longe de aparelhos eletrônicos ou de barulhos. Vale investir em uma posição confortável para a coluna – mas não tão confortável que dê para tirar um cochilo – e, se possível, fazer pausa de tempos em tempos, seja para alongar, seja para comer algo leve ou tomar uma água. A leitura é um hábito e precisamos exercitá-lo. Vale dedicar alguns minutos do dia inicialmente e, aos poucos, o hábito vai fazer parte do dia ou da semana.
3 - Neste momento, qual estilo, gênero de leitura é mais indicado? O que é importante levar em conta pensando em preservar a saúde mental? Livros de autoajuda são a saída?
Não existe um estilo ou gênero que seja melhor para o período; afinal, as pessoas tendem a escolher o que ler de acordo com aquilo que mais as atrai. É válido evitar leituras que falem apenas de situações difíceis, de problemas e epidemias. Afinal, estamos sendo bombardeados por esse tipo de informação 24 horas por dia. Romances, ficção, aventuras, biografias e até autoajuda tendem a favorecer a saúde mental por conseguir tirar o foco do que está acontecendo no mundo real e nos fazer viajar em outras realidades e fatos. Com relação aos livros de autoajuda, eles podem ser benéficos sim, afinal todos estamos precisando exercitar a resiliência e o autoconhecimento. Eles podem ser excelentes companheiros nessa missão durante este período. O que não vale é fazer deles um amuleto. Esses livros costumam dar dicas sobre como viver a vida, como se fosse uma receita de bolo. Sabemos que não funciona dessa forma. Não existe fórmula mágica de como fazer ou agir em determinadas situações. Estamos em constante evolução e precisamos nos transformar profundamente diariamente. Ou seja, as respostas nunca estarão prontas.