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Estado de Minas SAÚDE

Sedentarismo na pandemia pode levar à piora de doenças crônicas

Dificuldade de controle de comorbidades e agravamento de quadros de dores crônicas são algumas das consequências da ausência de atividades neste período


19/03/2021 16:49 - atualizado 19/03/2021 17:41

Se entregar ao comodismo e aos programas de TV, deixando de lado as atividades físicas, pode ser um grande impulso para o sedentarismo(foto: Pixabay/Reprodução)
Se entregar ao comodismo e aos programas de TV, deixando de lado as atividades físicas, pode ser um grande impulso para o sedentarismo (foto: Pixabay/Reprodução)
Em momento crítico da pandemia de COVID-19 no Brasil, com o aumento de casos e mortes pela doença, as restrições impostas para tentar frear a curva de contaminação levaram ao fechamento de academias e praças. Se antes cerca de 40% da população adulta brasileira já era sedentária, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, agora, com obstáculos maiores – entre eles, o comodismo do isolamento social –, a prática de atividades físicas neste período tende a cair à medida que crescem as “justificativas” para se manter parado. 

Quem sofre com isso é próprio corpo, principalmente de quem tem algum tipo de doença crônica, como diabetes, hipertensão e obesidade.

Isso porque o sedentarismo proveniente deste período sem práticas esportivas pode causar consequências sérias. É o que explica a cardiologista integrante da equipe de medicina esportiva do Instituto Orizonti Deborah Pereira Prado. 

“A prática de atividade física está fortemente associada ao melhor controle do peso, da taxa de açúcar no sangue, da pressão arterial, força muscular, equilíbrio e flexibilidade, além de ser importante aliada no controle do estresse e da boa qualidade do sono", explica.

Ela alerta para as consequências desse comportamento: "Os riscos da falta ou diminuição das atividades físicas estão relacionados à dificuldade no controle da obesidade, diabetes, hipertensão arterial, distúrbios do sono, transtornos psiquiátricos e do humor como ansiedade e depressão, além da piora de dores crônicas e problemas articulares”. 

A médica explica a importância do esporte no controle das doenças durante a pandemia: “Isso pode ser ainda pior para, por exemplo os portadores de diabetes, visto que a prática esportiva tem um papel essencial no controle da glicose e sobrepeso e muitos apresentaram piora devido ao fato de terem interrompido a prática esportiva”. 

Neste cenário, Deborah Pereira lembra que a prática de exercícios físicos gera adaptações no corpo que culminam em melhora do metabolismo dos açúcares e gorduras, do condicionamento físico, da força muscular e da massa óssea.

“Dessa forma, conseguimos, com uma única intervenção, gerar resultados que não são facilmente alcançáveis de outra forma. Diversos estudos demonstraram que a melhora do condicionamento físico está fortemente associada à redução da mortalidade e a um importante ganho de qualidade de vida.” 

Em casa 


Se não pode sair de casa, use-a como a sua própria academia. Esse deve ser o lema atual no que tange à pandemia de COVID-19 e à necessidade de manter as atividades físicas em dia. 

“Vivemos uma fase complicada, em que se manter saudável tem sido difícil, não apenas do ponto de vista físico, mas também emocional. Dentro desse contexto, manter-se ativo fica ainda mais importante. Não dá para esperarmos a pandemia acabar para retomar a rotina de exercícios", destaca a cardiologista.

"Sabemos das dificuldades impostas pela necessidade de distanciamento social, mas é necessário nos adaptarmos a essa nova realidade, que está sempre mudando”, completa. 

Deborah Pereira Prado, cardiologista integrante da equipe de medicina esportiva do Instituto Orizonti(foto: Arquivo pessoal)
Deborah Pereira Prado, cardiologista integrante da equipe de medicina esportiva do Instituto Orizonti (foto: Arquivo pessoal)


Deborah dá a dica: “Se exercite em casa mesmo”.

É preciso, segundo ela, ter consciência de que é essa a saída para o momento e manter o pensamento fixo em que, quando for possível voltar às ruas, as caminhadas e corridas poderão ser feitas.

Quando as academias forem, novamente, lugares seguros, aí sim será hora de voltar para elas.

“Mesmo que seja algo desafiador, há várias maneiras de nos mantermos ativos e vários profissionais que se dedicam a facilitar nossa vida”, afirma. 

“Temos hoje diversas plataformas, como vídeos, aplicativos e aulas on-line em tempo real, ministradas por educadores físicos, muitas vezes da própria academia que a pessoa frequentava, permitindo ao cliente manter a supervisão do treinamento e ajudando a manter a motivação e a rotina dos exercícios”, lembra. 

A dica do Ministério da Saúde é: dance, pule corda, suba escadas e até opte por jogar videogames, mas, claro, aqueles que estimulem os movimentos corporais.

O que não pode é ficar parado, sem hidratação e/ou acompanhamento de especialistas, mesmo que a distância, para manter a saúde em dia e, também, a boa e perfeita prática. 

Xô, preguiça! 


Em casa, tudo vira motivo de distração, correto? Não à toa, pode ser comum olhar para o sofá e para a TV e preferi-los do que optar por realizar esforços físicos.

Porém, Deborah Pereira pontua que os benefícios de dedicar um tempo para manter a rotina de treinos são muito maiores, e isso além de contribuir para a boa saúde e bem-estar de pessoas com comorbidades

Mas como driblar a preguiça? O principal meio, segundo a especialista, é conscientização.  

“É uma necessidade, não um luxo ou passatempo. É muito importante também fazer um planejamento das atividades ao longo da semana, estabelecer os dias e horários em que os exercícios serão feitos, e não ficar esperando ter vontade de fazê-los. Com o estabelecimento de uma rotina, o corpo vai se adaptando, a disposição física melhora muito e tudo fica mais fácil”, recomenda. 

*Estagiária sob a supervisão da subeditora Kelen Cristina


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