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Estado de Minas Cognição

Psicóloga mineira conquista certificação internacional para atuação com autismo

Gleice de Castro Nogueira é a primeira do estado, no Brasil, a garantir a certificação do Modelo Denver de Intervenção Precoce, ferramenta promissora para o tratamento da doença


10/08/2020 17:20 - atualizado 12/08/2020 08:55

(foto: Caleb Woods/Unsplash/Banco de Imagens)
(foto: Caleb Woods/Unsplash/Banco de Imagens)

A psicóloga Gleice de Castro Nogueira traz para Minas Gerais um feito inédito em relação ao tratamento precoce de pacientes autistas. É a primeira do estado e figura entre as 15 terapeutas no Brasil de Early Start Denver Model (ESDM, na sigla em inglês para Modelo Denver de Intervenção Precoce), certificação que se refere a método e qualificação originados na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, com premissas diferenciadas para o enfrentamento do autismo.

O Modelo Denver de Intervenção Precoce surgiu e vem sendo aprimorado depois de anos de pesquisas no Centro de Excelência em Autismo, na Califórnia. É alicerçado em ferramentas de ensino naturalistas, o que significa permitir que a criança aprenda brincando, desenvolvendo habilidades essenciais para explorar o mundo e melhorar as relações interpessoais.

Gleice tem 37 anos e formou-se em psicologia em 2012. Natural e residente em Ipatinga, no Vale do Aço, logo começou a trabalhar no consultório de uma professora, que tinha atuação com o autismo. Desde já teve contato e experiência com a área, para a qual decidiu se especializar depois de dois anos da conclusão da graduação. Para ela, um dos encantos desse tipo de atendimento é enxergar na criança, que apresenta algum atraso no desenvolvimento, a possibilidade de superar limitações.

Para Gleice, um dos encantos do trabalho com o autismo é enxergar na criança que apresenta algum atraso no desenvolvimento a possibilidade de superar limitações(foto: Thamar Rodrigues/Divulgação)
Para Gleice, um dos encantos do trabalho com o autismo é enxergar na criança que apresenta algum atraso no desenvolvimento a possibilidade de superar limitações (foto: Thamar Rodrigues/Divulgação)
Para Gleice, são alguns os desafios ao lidar com o autismo. O primeiro é a respeito da aceitação do diagnóstico pela família - há que se assumir o problema para afinar o enfrentamento. Em outra análise, também existem dificuldades em começar as intervenções médicas quando a criança autista tem uma idade mais avançada. "Entre os sinais da presença do autismo, estão a baixa qualidade do contato visual e atrasos na comunicação e linguagem", explica a psicóloga.

E muito parte, justamente, pelo envolvimento da família. "Quando se chega a esse diagnóstico, para pais e mães o mundo pode parecer desabar. Com o começo e o decorrer da prática clínica, começam a se abrir novas janelas. São transformações que acontecem quando escolhido o caminho certo. Para muitos familiares que tinham o sonho de ter um filho saudável e isso não acontece, com o tratamento esse sonho desponta novamente no horizonte", diz.

Pelo modelo Denver, as crianças são encorajadas a aperfeiçoar suas habilidades linguísticas, sociais, cognitivas, de reciprocidade e afeto, entre outras aptidões. O método estabelece práticas com duração entre 15 a 20 horas semanais no atendimento ao autista, e em sua própria casa. A família é orientada quanto a um plano de intervenções, concluindo uma lista de ações, entre elas diretrizes sobre: comunicação receptiva, baseada em um relacionamento afetivo positivo e na dinâmica interpessoal, comunicação expressiva, cognição, motricidade fina e grossa, competências sociais, independência pessoal.

O modelo chama pais e terapeutas para aplicar atividades lúdicas, que reforcem comportamentos positivos e, entre outros pontos primordiais que o caracterizam, também estão: interação parental profunda, estratégias retiradas da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), atividades conjuntas que reforçam o envolvimento compartilhado e sensibilidade maior aos objetivos normais de desenvolvimento infantil. "Eu sabia da existência desta certificação e busquei me qualificar para oferecer aos meus pacientes e na minha região uma prática baseada em evidências científicas", conta.

A abordagem terapêutica tem efeitos afirmados em crianças autistas com idade entre um e quatro anos e, em 2012, figurou na revista Times como uma das dez maiores descobertas da área da medicina.


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