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Estado de Minas COVID-19

Coronavírus: mitos e verdades sobre a doença

Causada por um novo vírus, ainda pouco se sabe sobre a COVID-19. Por isso, especialistas tiram dúvidas sobre a patologia


postado em 19/05/2020 11:00 / atualizado em 20/05/2020 11:16

Em meio à pandemia, circulam várias fake news sobre a doença(foto: Pixabay)
Em meio à pandemia, circulam várias fake news sobre a doença (foto: Pixabay)
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro deste ano, estado de emergência de saúde pública, o mais alto nível de alerta da entidade. Além disso, em 11 de março, a COVID-19 foi considerada uma pandemia

“A OMS tem trabalhado com autoridades chinesas e especialistas globais desde o dia em que foi notificada, para aprender mais sobre o vírus, como ele afeta as pessoas que estão doentes, como os pacientes podem ser tratados e o que os países podem fazer para responder”, informa o site da organização. 

No entanto, ainda pouco se sabe sobre a doença como um todo. E, sendo esse um assunto global, inúmeros debates surgem sobre a patologia em si, seus tratamentos e demais comportamentos frente à pandemia. Com essas discussões, algumas dúvidas tendem a se tornar mitos

Por isso, especialistas alertam para que as informações sejam procuradas em sites de confiança e/ou órgãos oficiais de saúde. E, alertam para algumas mentiras que podem vir a ser consideradas verdades.  

O imunologista e diretor do grupo de pesquisa de vacinas da Mayo Clinic, em Rochester, Minesotta, Gregory Poland, analisa e explica o porquê da veracidade ou falsidade de certas afirmações e/ou dúvidas sobre a pandemia

“Muitas pessoas acreditam que borrifar álcool ou cloro no corpo pode matar a COVID-19, mas isso não é verdade. Além disso, essas soluções não devem ser aplicadas na pele e seu uso tem que ser reservado apenas às superfícies duras. Para o corpo, a higienização correta é com água e sabão.” 

Poland destaca que, nesses casos, os agentes de tensão superficial, existentes no sabonete, são capazes de remover a atração eletrostática do vírus, destruir a cápsula viral e remover os óleos e as mucosas presentes na pele, nos quais o vírus pode viver. “Com água e sabão, o vírus está, de fato, sendo levado embora com a água.” 

Ainda, essa higienização não precisa ser feita em água fervente, como algumas pessoas acreditam, a considerar a ebulição como fator de desinfecção. Isso porque, de acordo com o imunologista, a água, seja ela fria, morna ou quente, tem a mesma eficácia

“O fator determinante está na forma correta de lavar as mãos e não na temperatura da água, pois os vírus aderem ao óleo presente na pele. E, o atrito feito ao se higienizar lava o vírus, enquanto o sabão o danifica. É o mais eficaz. É por isso que os cirurgiões, por exemplo, esfregam as mãos tão cuidadosamente antes de entrar na sala de cirurgia. Funciona e funciona muito bem.” 

O especialista conta que existem passos importantes a serem seguidos para que essa higienização seja feita de forma correta e eficaz. “Molhe as mãos com água corrente limpa, morna ou fria, aplique sabão e ensaboe bem. Depois, esfregue as mãos vigorosamente por pelo menos 20 segundos. Lembre-se de esfregar todas as superfícies, incluindo as costas das mãos, pulsos, entre os dedos e debaixo das unhas. Enxague bem e seque as mãos com uma toalha limpa ou seque-as ao ar.” 

"Se não for possível lavar as mãos com água, a segunda melhor opção é o desinfetante para as mãos. No entanto, é importante usar o tipo e a quantidade corretos para que seja eficaz. Para isso, é preciso colocar nas mãos uma porção de desinfetante do tamanho de uma moeda de 25 ou 50 centavos que contenha pelo menos 60% de álcool. Este produto pode, também, ser produzido em casa, pois existem muitas receitas online, incluindo uma divulgada pela Organização Mundial da Saúde."

Gregory Poland, imunologista e diretor do grupo de pesquisa de vacinas da Mayo Clinic, em Rochester, Minesotta

 

Quanto aos antibióticos, Poland destaca que estes também não têm eficácia na eliminação do novo coronavírus. “Nenhum antibiótico pode matar um vírus. Devem ser usados apenas quando houver coinfecção documentada e conhecida com bactérias.” 

Ainda sobre aspectos capazes de matar o vírus, o especialista ressalta que, ao contrário do que algumas pessoas pensam e/ou afirmam, os secadores de mãos não têm características favoráveis à eliminação do novo coronavírus. “Evite esses secadores. A razão para isso é que eles apenas aumentam a circulação de ar dos vírus, pois esse ar, seja ele quente ou não, sopra contra suas mãos. Isso foi bem demonstrado com outros vírus.” 


Prevenção 


Poland conta que, na tentativa de evitar o contágio da COVID-19, alguns relatos ou mesmo sites trazem dicas caseiras "eficientes" na contenção do vírus. No entanto, o especialista afirma que essas são recomendações falsas

“Houve informações compartilhadas na internet onde pessoas falam sobre gargarejar alvejante diluído ou colocá-los em plugues de algodão a serem inseridos no nariz. Essas são coisas extraordinariamente perigosas e inúteis de se fazer. Já o alho, também frequentemente indicado nas redes sociais, ajudará no que diz respeito a facilitar o distanciamento social. Mas, quanto ao vírus, não há evidências desse alimento como proteção.” 

Quanto ao uso do desinfetante na higienização das mãos, a fim de prevenir a contaminação, o infectologista afirma ser essa uma afirmação verídica, mas ressalta ser importante ter cautela

“Se não for possível lavar as mãos com água, a segunda melhor opção é o desinfetante para as mãos. No entanto, é importante usar o tipo e a quantidade corretos para que seja eficaz. Para isso, é preciso colocar nas mãos uma porção de desinfetante do tamanho de uma moeda de 25 ou 50 centavos que contenha pelo menos 60% de álcool. Este produto pode, também, ser produzido em casa, pois existem muitas receitas on-line, incluindo uma divulgada pela Organização Mundial da Saúde”, pontua. 

* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 


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