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Estado de Minas PROTEÇÃO

Previna-se: caia na folia sem abrir mão da saúde

Os dias de folia podem levar a descuidos com a higiene e o sexo, levando ao contágio por infecções virais e bacterianas


postado em 09/02/2020 04:00 / atualizado em 10/02/2020 18:04



É importante saber a origem das bebidas que vai consumir para evitar o risco de contaminação por leptospirose(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
É importante saber a origem das bebidas que vai consumir para evitar o risco de contaminação por leptospirose (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

O carnaval é uma das datas mais aguardadas do ano pelo brasileiro. E, em Belo Horizonte, os blocos de rua vêm ganhando cada vez mais espaço no coração dos mineiros e turistas de toda parte do país e do mundo. No entanto, só a disposição e alegria não são suficientes para cair na folia. Alguns cuidados são necessários para manter a saúde e o bem-estar dos foliões.

A mononucleose, popularmente conhecida como “doença do beijo”, pode demorar até dois meses para manifestar sua contaminação, diferentemente das intoxicações alimentares, que em um curto espaço de tempo já podem apresentar sintomas. Segundo a médica patologista clínica Luisiane Vieira, diretora técnica do Laboratório Lustosa, além da demora para a doença se manifestar, os próprios sintomas causados pelo contágio do vírus podem contribuir para que um diagnóstico errado possa ser feito. “A mononucleose é uma virose aguda, febril, mas o quadro clínico é inespecífico, quer dizer, se parece com o de outras viroses, inclusive uma gripe”, afirma.

Os sintomas mais comuns são fadiga, febre, dor de garganta e ínguas inchadas no pescoço ou em outras áreas do corpo. Em casos mais graves, podem ocorrer erupções cutâneas. Sendo a mononucleose um vírus presente na saliva, a única forma de prevenção da doença é evitar contatos íntimos com quem tem o vírus, como o beijo e o compartilhamento de copos e talheres. Tosses e espirros também merecem atenção.

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) merecem atenção redobrada durante o carnaval, já que a falta de preocupação com o sexo seguro é grande durante a folia, fazendo com que os jovens e adultos esqueçam de usar a camisinha. Além do HIV, a sífilis e o papiloma vírus humano (HPV) tiveram  aumento de incidências nos últimos anos. Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis não pode ser evitada com vacina e a pessoa pode ser contaminada novamente ao ter contato com a bactéria. Já o HPV pode ser precavido com a aplicação da vacina em homens e mulheres a partir dos 9 anos de idade. No entanto, de acordo com a responsável técnica pelas vacinas do Laboratório Lustosa, Marta Moura, aqueles que já foram infectados podem ser vacinados, uma vez que na fórmula da vacina existem mais de um tipo de HPV.

Outras doenças 

Tome muito cuidado com a intoxicação alimentar, que, na maioria das vezes, é causada pela má higienização e conservação dos alimentos. O coordenador de microbiologia do Laboratório Lustosa, Hyllo Baeta, ressalta que alguns cuidados, como a atenção quanto à manipulação e ingestão de bebidas e alimentos, podem evitar a infecção. Além disso, é recomendado que os foliões consumam apenas água tratada, com lacre, e não usem gelo de procedência desconhecida. É indicado, também, evitar a ingestão de alimentos crus e exóticos. “Dê sempre preferência às opções cozidas, assadas ou fritas, especialmente aquelas preparadas na hora. O consumo de frutas e verduras danificadas também deve ser evitado, pois a casca funciona como uma barreira natural e protege esses alimentos de contaminação”, completa.

Com o tempo chuvoso, os riscos da contração da leptospirose, bactéria presente na urina de ratos e outros animais, pode aumentar e, por isso, no carnaval é uma das doenças mais comuns, visto que, além da contração através do contato com a água e com o solo contaminado, o consumo de bebidas se torna um ponto de alerta. “A maneira de armazenagem e o caminho que as latinhas de cerveja ou refrigerante fazem até o ponto de venda, são, muitas vezes, desconhecidos pelo consumidor. A contaminação pode ocorrer em qualquer parte desse percurso. Além disso, para refrigerar as latas, o método mais adotado pelos ambulantes é o uso das caixas térmicas com gelo, que também podem ter sido contaminadas por roedores ou outros animais”, explica o gerente técnico do Laboratório Lustosa, Adriano Basques.

A leptospirose pode levar à morte e se manifesta através de febre alta, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, vômito, diarreia e tosse. Nos casos mais graves, os olhos e a pele podem ficar amarelados. A doença pode ser tratada com medicamentos, necessitando internação em casos mais graves. Algumas medidas podem ser tomadas para prevenir o contágio da bactéria. “Use copos descartáveis ou, se puder, leve um recipiente de casa. É mais seguro também utilizar os canudos reutilizáveis. Caso não tenha recipiente em mão, lave as latas com água e sabão sempre que possível. Nos pés, use calçados leves e confortáveis. Evite sandálias de solado fino e não ande descalço em hipótese alguma”, orienta Basques.

Estagiária sob a supervisão do subeditor Carlos Altman


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