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Estado de Minas

Farmacêuticas se unem para ampliar o acesso das classes mais baixas ao diagnóstico do câncer de pulmão

Projeto Lung Mapping visa agilizar a identificação do subtipo do tumor, que é determinante para indicar o tratamento adequado em cada caso


postado em 07/11/2019 09:00 / atualizado em 06/11/2019 17:00


câncer de pulmão é um dos mais comuns no Brasil (foto: Sobrice/reprodução)
câncer de pulmão é um dos mais comuns no Brasil (foto: Sobrice/reprodução)
O câncer de pulmão é o mais comum no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), foi estimado para cada ano do biênio 2018/2019, 31.270 novos diagnósticos de casos de câncer de pulmão, sendo 18.740 em homens e 12.530 em mulheres. 
 
“A doença é caracterizada por um tumor maligno que se inicia em um dos pulmões. Assim como em outros tipos de câncer, uma célula normal do pulmão sofre uma mutação em genes específicos que estão relacionados à multiplicação celular. O tumor pode ficar restrito ao pulmão ou pode atingir estruturas vizinhas. Também pode ocorrer a disseminação para os gânglios ou ainda para outros órgãos, o que é denominado como metástase”, explica Samira Mascarenhas, oncologista clínica do Núcleo de Oncologia da Bahia, Grupo Oncoclínicas e diretora científica do GBOT (Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica). 

A médica alerta sobre alguns hábitos que podem culminar no desenvolvimento do câncer de pulmão. “O grupo mais afetado pelo câncer de pulmão são os pacientes tabagistas, o cigarro é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer e esse risco aumenta de acordo com o tamanho da exposição ao tabaco. Existem outros fatores de risco como exposição ao arsênio, cromo, sílica, cádmio, radônio, entre outros”, revela. 

 
 

Novas terapias

 
Durante o Congresso Brasileiro de Oncologia (SBOC), foi apresentado aos médicos o Lung Mapping, projeto que nasceu da parceria entre AstraZeneca, Bayer, BMS, Pfizer e Roche que visa otimizar a jornada do paciente com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNCP) subtipo não escamoso.
 
O método irá disponibilizar gratuitamente os exames para detectar o perfil molecular do tumor, por meio de um painel genômico abrangente (FoundationOne® CDX), um teste de alta sensibilidade que contempla 324 genes. A tecnologia utiliza uma amostra única e garante diagnóstico preciso, o que contribui para identificar o tratamento ao paciente. O teste estará disponível gratuitamente e pode ser solicitado pelo médico.
 
“Os testes FoundationOne® + PD-L1 – ensaio Ventana® poderão ser solicitados através das plataformas das empresas que fazem parte do Lung Mapping. Cada empresa desenvolveu uma plataforma específica que conta com infraestrutura de apoio aos programas, compreendendo websites próprios, centrais de atendimento 0800, parceria com laboratórios, entre outros. Os programas são ID (AstraZeneca), onTRacK (Bayer) I-O Detect (BMS) , Pfizer Alvo (Pfizer)  e Roche Teste (Roche). Em cada um deles, os médicos cadastrados poderão fazer as solicitações dos exames de seus pacientes, tanto dos pacientes do serviço público ou privado”, conta o grupo de indústrias responsáveis pelo projeto.

Para as farmacêuticas, o Lung Mapping foi criado a partir da necessidade de tornar o diagnóstico mais preciso e acessível a todas classes sociais. "Com o aumento do conhecimento da biologia do tumor, o número de testes necessários para melhor tratar o paciente com câncer de pulmão aumentou significantemente nos últimos tempos. Aliado a isso, novas tecnologias permitem biópsias cada vez menos invasivas, mas que também fornecem cada vez menos material para análise. Os guidelines internacionais já sinalizam há algum tempo a necessidade de se usar um único teste que seja capaz de dar o máximo de informações sobre o tumor e assim otimizar a amostra do tecido. Diante desse cenário, a realidade da testagem molecular no Brasil e o compromisso das empresas de colocar o paciente sempre no centro, AstraZenca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer se uniram em 2017 e lançaram a primeira parceria para a realização de testes moleculares”, afirmam em nota.

A oncologista Samira Mascarenhas conta que o avanço tecnológico torna possível a realização de iniciativas como essa, além de poder proporcionar mais chances de cura. “O tratamento do câncer de pulmão evoluiu muito nos últimos anos, de forma que podemos subdividir o câncer de pulmão em várias doenças com característica biológicas diferentes e consequentemente, estratégias terapêuticas diferentes. O reconhecimento das mutações, possibilita a utilização de terapia-alvo que traz ao paciente uma melhor resposta ao tratamento. Normalmente, os pacientes apresentam melhora dos sintomas ocasionados pela doença e consequentemente da qualidade de vida, além de maior sobrevida”, comemora.
 
* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 



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