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Estado de Minas

Veja como a prática de atividade física pode auxiliar durante o tratamento de doenças psíquicas

Especialistas revelam como o corpo e a mente trabalham junto para o bem-estar emocional


16/09/2019 16:00 - atualizado 16/09/2019 16:26

Atividade física mantém corpo e mente em harmonia(foto: Fernando Souza/Especial para EM - Juiz de Fora)
Atividade física mantém corpo e mente em harmonia (foto: Fernando Souza/Especial para EM - Juiz de Fora)
Exercitar-se é uma boa maneira de manter a saúde em dia e prevenir várias doenças, inclusive, a prática de exercícios físicos regularmente ajuda a manter a mente limpa, tomar decisões e alcançar o bem-estar emocional. “O exercício físico inibe o aparecimento de muitas alterações orgânicas que se associam ao processo degenerativo, e também ajuda na reabilitação de determinadas patologias que atualmente contribuem para o aumento dos índices de morbidade e mortalidade”, explica a psicóloga Sônia Eustáquia.
 
Quando uma pessoa está se exercitando, alguns hormônios são liberados, como a endorfina, que cria uma sensação de felicidade, além de reduzir o estresse. Assim, o exercício físico auxilia no combate de doenças como depressão, ansiedade e melhora as relações sociais. “Pela prática regular de atividades físicas de forma diária, ocorre a liberação de um hormônio chamado endorfina (conhecido como o hormônio da alegria, que promove a sensação de bem-estar, euforia e alívio de dores) e da dopamina (que gera efeito tranquilizante e analgésico na pessoa que pratica).
 
Tais alterações promovem uma sensação relaxante pós-esforço e, em geral, as pessoas conseguem manter, em longo prazo, um estado de equilíbrio psicossocial mais estável frente às ameaças do meio externo”, conta Sônia.
  
Já o psicólogo Tiago Alves fala da importância do diálogo do profissional com o paciente. “É de suma importância os profissionais da área da saúde dialogarem com seus pacientes sobre as atividades físicas que lhes dão prazer. Quando um paciente está em processo terapêutico e percebe a importância de mudar hábitos e incorporar a atividade física ou qualquer outra a sua rotina, ouvi-lo é fundamental. Devemos considerar que sujeito está diante de nós, sua classe social, sua realidade e também o seu desejo. Um profissional que comanda muito e ouve pouco pode cometer o equívoco de sugerir 10 treinos funcionais para alguém que não conhece e nem deseja conhecer essa realidade, dificultando o processo”, relata.
 
O educador físico Filipe Anicio Souza revela que a atividade física vai além da liberação dos hormônios.  “Além de seus benefícios de liberações hormonais positivas a melhora da qualidade de vida e tratamento, promove socialização e sentimento de aceitação e pertencimento. Sentir-se amado e respeitado é fundamental para essas pessoas”, ressalta. “Muitos estudos vêm mostrando que uma prática regular de exercícios aeróbios como caminhada, corrida, esportes cinco vezes na semana tem tido bons resultados para essas pessoas. De 30 a 50 minutos de atividades de leve a moderada intensidade são os mais indicados”, alerta Filipe.

Exemplo de superação
Renata Amorim,40, mudou o estilo de vida e teve benefícios na saúde física e mental (foto: Arquivo pessoal)
Renata Amorim,40, mudou o estilo de vida e teve benefícios na saúde física e mental (foto: Arquivo pessoal)
A dentista Renata Amorim viu de perto os benefícios tanto físico quanto mental de praticar atividade física, entre o final da adolescência e início da fase adulta. "O meu peso, o meu corpo , o tanto que eu comia foram motivos constantes na minha vida. Busquei tratamento com vários nutricionistas, mas não conseguia aderir bem às dietas propostas. Até que comecei um tratamento com uma nutricionista funcional mais ou menos em 2013. Fui mudando meus hábitos com o tempo, mas teve uma época que senti a necessidade de ajuda emocional de uma psicóloga para ajudar no tratamento nutricional. Depois da terapia, ainda com o acompanhamento nutricional, comecei um trabalho com uma coach que me ajudou muito também, principalmente, no meu autoconhecimento."
 
Ela conta que entrou para a ioga (que é mais meditativa, mais contemplativa que um exercício) há dois anos e desde junho deste ano está em tratamento terapêutico com uma nutricionista comportamental para resignificar a sua relação com a comida e com seu corpo.

Hoje, ela é corredora e fala com orgulho das mudanças. “A mudança foi gradativa nos últimos 10 anos. A minha vida mudou consideravelmente. A qualidade da minha pele e cabelo melhorou, consigo subir escadas sem chegar ofegante, quase não adoeço, tenho muita disposição para trabalhar.”

A dentista aproveita e deixa um recado. “Depois de tudo que percorri, hoje acredito que a pessoa que se sente desconfortável com seu corpo, seu peso, sua imagem deve procurar ajuda de uma nutricionista comportamental (e caso haja necessidade, ela vai indicar para outros profissionais como educador físico, psiquiatra, psicólogo) o mais rápido possível para que ela aprenda a enxergar as reais necessidades que seu corpo tem e aprender a se enxergar como uma pessoa e um corpo de valor”, finaliza. 


Palavra da especilista-Sônia Eustáquia:

Principais vantagens da atividade física para a saúde mental:

 


  •  Diminuição do risco de doenças de maneira geral; no corpo, na mente e nas relações sociais.

Aqui, cabe lembrar que a saúde mental deve andar junto com a saúde física e boas relações sociais. Por organismo entendemos três instâncias: CORPO, MENTE E MUNDO EXTERNO, elas são tangentes e mantêm sempre algum ponto de confluência. Por isso, o adoecimento pode predominar e se manifestar primeiramente em alguma dessas áreas, mas estará sempre ligado as outras na composição do organismo.    

  •  Melhora e deixa mais ativos a memória  e o raciocínio.

O aumento da capacidade aeróbica tem relação direta com a melhoria das funções cognitivas, contribuindo para a integridade do cérebro e do sistema cardiovascular, o que aperfeiçoa o tempo de reação e a amplitude da memória.

Estudos mostram que idosos que praticam atividades físicas, como caminhar 3 vezes por semana durante 1 hora, têm uma melhora significativa na atenção, na memória, na agilidade motora e no humor.

À medida que envelhecemos, crescem os riscos de contrair doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer. Porém, ao praticar exercícios físicos, principalmente entre os 25 e 45 anos, conseguimos aumentar as substâncias químicas do cérebro que previnem a degeneração dos neurônios do hipocampo.

  •  Dormir melhor

O exercício físico pode proporcionar a liberação de hormônios que influenciam no ciclo sono-vigília, o que significa dormir melhor. Isso faz com que a pessoa passe a ter mais disposição para o dia a dia, o que favorece também a estabilidade do humor.

  • Melhoria da autoestima

Ao exercitar regularmente pode-se conseguir a perda de peso e a tonificação dos músculos, o que favorece a construção e a otimização da autoestima e também uma melhor percepção de si mesmo. Com isso, os relacionamentos podem melhorar muito e a autoconfiança ajuda na vontade de se aproximar das pessoas.

  •  Envolvimento social

Exercícios físicos oferecem a oportunidade de envolvimento social, principalmente na fase adulta e terceira idade. É possível conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e manter vínculos prazerosos no cotidiano que nessa época da vida se tornam cada vez mais difíceis. A prática esportiva auxilia no envolvimento social, seja através de novos vínculos na academia, seja por meio de grupo de pessoas com interesses em comum.

  •  Desenvolvimento de habilidades emocionais

Assim como na vida cotidiana, no esporte também somos testados quanto aos nossos limites e capacidade de superação. Desenvolvemos a dedicação e a disciplina, e aprendemos a lidar com as derrotas e as vitórias. Saber lidar bem com os êxitos e com os fracassos é uma grande conquista.

  • Recuperação de dependentes químicos

Diante de estímulos prazerosos (como sexo, drogas ou alimentos), o cérebro libera como resposta a dopamina. Infelizmente, algumas pessoas se tornam dependentes de algumas substâncias que produzem a liberação de dopamina em grandes quantidades, como as drogas. Sendo assim, os exercícios físicos podem ajudar na recuperação de dependentes. Isso porque, além da liberação da substância, ajudam na ressocialização e criação de novos vínculos de amizade.

  •  Para  se sentir melhor

Os neurotransmissores, que promovem a comunicação entre os neurônios, são naturalmente produzidos pelo cérebro em resposta ao estímulo da atividade física. Isso quer dizer que, após a prática, a pessoa desfrutará de substâncias como a serotonina, conhecida como “hormônio do bem-estar”, a endorfina, que alivia tensões e melhora o humor, e a anandamida (substância da felicidade), que ativa a sensação de autoconfiança e autoestima, tem efeitos analgésicos, ansiolítico e antidepressivo).

  • Para ajudar a combater  os transtornos emocionais

A liberação química auxilia na efetividade das medicações bem como na motivação para as sessões de psicoterapia.

  • Exercícios ao ar livre devem entrar na rotina para o bem-estar geral

Treinos em academias ao ar livre ou esportes de aventura são muito importantes para garantir o contato com o sol e com a natureza. A luz solar impacta positivamente sobre o bem-estar, e é por isso que muitas pessoas costumam ficar tristes e irritadas nos dias chuvosos.
 
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 



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