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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

O América já é gigante e isso não se discute mais

"Depois de décadas de insistência, hoje enfrentamos qualquer time do Brasil de igual pra igual. O que pouca gente sabe é que o Coelho sempre foi grande"


02/06/2022 04:00 - atualizado 02/06/2022 08:06

América x Corinthians
América enfrentou Corinthians de peito aberto e arrancou um empate por 1 a 1 em pleno Itaquerão, por 1 a 1, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro (foto: Gabriel Morais/América)


Não precisamos ir muito longe para entender qual o peso do América hoje no futebol brasileiro. Time de Libertadores, time que joga semifinal de Copa do Brasil e que fica entre os oito do Brasileirão.

Somos time que consegue ganhar dos melhores do Brasil – ano passado batemos o Palmeiras, esse ano o Atlético, rival e principal algoz (demorou, mas veio). Temos toda estrutura física e de gestão que nos coloca em um patamar entre os maiores.

Hoje em dia, conseguimos lamentar um empate com o Corinthians em um estádio lotado com a torcida deles, em São Paulo. Alguém imaginaria isso? Ninguém enfrenta o América hoje, nem os times estrangeiros, com a certeza de vitória.

Sim, a chave virou definitivamente e é bom não esquecermos! Mas o que muita gente não sabe é que o Coelho nunca foi pequeno – muito pelo contrário. A história prova e eu te conto aqui.

O América já nasceu grande. Não é qualquer time que consegue ganhar dez vezes seguidas um campeonato estadual. O América foi grande quando incentivava o futebol feminino em época que ele era mal visto e até proibido no país.

O Deca foi imenso quando não admitia discriminar jogadores negros – mesmo sendo um clube formado por aristocratas da elite branca mineira – e quando protestou contra os vícios do futebol profissional e mudou suas cores para vermelho sem medo de perder sua identidade.

O Coelho foi grande quando suportou uma punição injusta da CBF na década de 1990, nunca antes vista, e ainda sim conseguiu retornar à elite. Foi gigante quando conseguiu sobreviver às escaladas dos rivais e permanecer de pé, incomodando em clássicos, revelando craques e ganhando alguns títulos.

Há mil razões para dizer que fomos grandes. Mas o América de agora, que respeita suas origens, não quer ser só a sombra do que foi antes. O Coelhão que quer ser gigante hoje é este que estamos vendo: um clube que resistiu a rebaixamentos, às interferências de arbitragens e da CBF, às chacotas dos rivais e até ao descaso da cobertura esportiva.

Valeu o sacrifício e é um caminho sem volta (espero). Temos as finanças organizadas, exploramos um shopping com nossa sede, um belo estádio próprio, nossa marca está bem cuidada e a perspectiva de dias melhores já é real.

Tão grande ou maior que o América são aqueles torcedores que, mesmo no fundo do poço, estavam lá, presentes, e entoando nosso hino. Eles sabiam que um dia haveria de vir alguma justiça que justificasse a saga. E esse dia chegou. A Onda Verde não tem freio. Grande ontem, maior hoje, gigante para sempre.

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