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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Golpe de Estado no Peru: Vereadores de BH parecem ter gostado da ideia

Belo Horizonte não é Lima. O Brasil não é o Peru. Há pessoas morrendo afogadas nas ruas da cidade


08/12/2022 10:47 - atualizado 08/12/2022 11:19

CMBH em sessão
CMBH não é o Congresso Peruano (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Quem me conhece e/ou acompanha meu trabalho na revista impressa e no site da IstoÉ, no Estado de Minas digital e no Portal UAI, ou ainda na Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, a maior de Minas e uma das líderes de audiência em todo o Brasil, sabe que não sou jornalista, não sou analista político nem muito menos especialista em nada. 

Meu objetivo como comunicador é um só: traduzir e expressar meus sentimentos - o mesmo da população e do homem comum - de extrema indignação diante das injustiças e pouco caso do Poder Público, nas três esferas e poderes (executivo, legislativo e judiciário; estado, município e União), que nos suga até a última gota de suor (e centavos).

Ontem, no Peru, para não fugir à regra dessa triste “América Latrina”, uma tentativa de golpe de Estado ocorreu. Na terça-feira, na Argentina, Cristina Kirchner, vice-presidente, foi condenada a seis anos de cadeia por corrupção, mas obviamente não foi presa - nem será - e poderá disputar eleições normalmente. Entendem o “latrina” que usei acima?

No Brasil, longe da perfeição, mas menos pior que os vizinhos, convivemos com um presidente eleito por força de uma decisão judicial que anulou suas condenações penais, enquanto o presidente em exercício cuida de sua aposentadoria especial, salário em partido político e custeio advocatício das centenas de ações judiciais que terá de responder.  

Seguindo a ordem “hierárquica” (continente, país, estado e município), vou saltar nossa Gerais e partir para Belzonte, atingida de forma brutal - para não variar! - por chuvas torrenciais nesta tarde-noite de quarta-feira (7), que assistiu, atônita, à duas crianças serem arrastadas pela enchente diluvial que um certo ex-prefeito prometeu resolver.

Pois bem. Enquanto o mundo nos caía sobre as cabeças, um grupo de vereadores, sempre preocupados com os próprios umbigos, protocolava um pedido de impeachment do atual prefeito, Fuad Noman, em princípio, apenas para pressionar o chefe do executivo da capital a apoiar o candidato A, ou B, na disputa pela Presidência da Câmara.

Curiosamente, ou nada curioso, a presidente da Casa, vereadora Nely Aquino, leu o pedido durante a sessão - algo que nunca havia feito durante toda sua gestão com os inúmeros pedidos de impeachment contra Alexandre Kalil, o prefeito anterior. O objetivo, além de influenciar na eleição da mesa diretora, pode ser, sim, depor Fuad do cargo.

Mas não só: como atualmente há vacância na vice-prefeitura, já que Noman era o vice-prefeito, o comando da cidade passaria às mãos do novo presidente da CMBH, caso prosperasse - ou prospere, vá saber! - o impeachment. Entenderam, agora, meus caros e caras, o jogo sujo que segue no legislativo de BH enquanto morremos afogados? 

Sim, isso mesmo, uma espécie de golpe de estado! Gente que não disputou a prefeitura nem teve voto para ser prefeito quer tomar a Av. Afonso Pena 1212 na base da caneta e da conspirata. É hora dos vereadores sérios desta cidade, Gabriel Azevedo, Fernanda Altoé, Bruno Miranda, entre outros, virem a público e defenderem a vontade dos eleitores, que elegeram uma chapa (Kalil-Noman) e exigem que a democracia seja respeitada.

Belo Horizonte não é Lima. O Brasil não é o Peru. Há pessoas morrendo afogadas nas ruas da cidade. Tomem vergonha na cara, senhores e senhoras da CMBH.

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