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Estado de Minas COLUNA

Do medo à fé

De fé em fé vamos fazendo crescer a esperança de que o momento difícil passa, que a pedra no caminho só faz tropeçar


25/04/2021 06:00 - atualizado 25/04/2021 08:11


O ano de 2021 será lembrado como aquele que começou sem cor. Dias difíceis com a pandemia. Contudo, para os mineiros, o tempo ficou mais colorido a partir da metade de fevereiro, quando as quaresmeiras chegaram em tom mais forte para florir a capital.

Nas praças, ruas e canteiros, elas se esparramaram pelas copas como que borrifando o ar de novos tempos, abrindo as janelas da alma para o perfume das flores fazer morada nos corações e avisando que, com as flores, chegava também o período de oração, caridade e jejum.

Daí a pouco chegou a alegria da Páscoa, com as flores caindo ao chão no outono e suas três semanas na alegria do Cristo ressuscitado, e nas três últimas Ele se despedindo dos apóstolos. Quaresma e Páscoa, o roxo da quaresma e o branco do nascer de uma nova igreja.

Se, na “Bíblia”, os quatro evangelistas narram a história da vida e atuação pública de Jesus, o livro “Atos dos apóstolos”, escrito por Lucas, fala sobre a atuação dos discípulos em Jerusalém, na Judeia e na Samaria.

É o início do ministério da Igreja primitiva e de como a palavra se propagou de Jerusalém até Roma. É, portanto, com essa passagem bíblica que estamos vivendo a alegria do tempo pascal, tendo uma rica experiência das histórias da Igreja primitiva.

O livro trata dos atos, das ações dos apóstolos, não dos seus pensamentos. Atos corajosos, praticados por pessoas simples, gente como a gente, que, impulsionadas pelo Espírito Santo, transformaram judeus e pagãos em cristãos.

Nem parece que são atos realizados há mais de dois mil anos. Mesmo para quem vive no aqui e no agora, que preza a novidade, os Atos, simplesmente, são de uma atualidade que desconcerta. Parece que foi ontem que Pedro e Paulo eram os grandes pregadores da salvação, levando a palavra a todos os confins da Terra.

Pois a palavra atravessou o tempo, ultrapassou mares e montanhas, venceu as barreiras dos idiomas e surge atualizada nos dias de hoje, nas redes sociais digitais ou mídia impressa. A palavra ainda acontece entre nós, e é sempre a grande notícia, a melhor nota, o fato mais esperado por todos os cristãos.

Os Atos começam com os apóstolos recebendo o Espírito, que vem em forma de vento e fogo. E a partir daí eles deixam o conforto da sala a portas fechadas e vão pregar sem medo no centro do templo de Jerusalém, onde despertavam a ira das autoridades religiosas. Quantas vezes foram presos, açoitados, ameaçados?

Nada mais os detinha. A prisão lhes aumentava o ânimo, por se sentirem “dignos” do Santo Nome. Acreditavam, no fundo da alma, na ressurreição, tinham certeza absoluta de que Jesus era o crucificado, ressuscitado e glorioso que estivera entre eles.

Convertiam multidões e faziam maravilhas em nome do Senhor. Viajavam em missões para cidades pequeninas e grandes metrópoles, pregavam nas sinagogas, nas casas e nos presídios. E morreram todos martirizados, menos João. Os Atos terminam com Paulo pregando ao povo, em prisão domiciliar. Mas a palavra finalmente tinha chegado a Roma, centro do mundo ocidental.

Por isso nossa fé é apostólica, pois fundamentada na doutrina dos apóstolos. Estudiosos dizem que a história bíblica termina no “Atos dos apóstolos”. Termina não. Continua em cada um de nós. Também hoje somos convidados a fazer maravilhas.

Enquanto uma grande maioria de brasileiros continuam presos em casa, bom ouvir as histórias da Igreja nascente, desses discípulos incrédulos e assustados com as atitudes do Mestre, e que se transformaram naquilo para o qual foram convidados no início do evangelho: “Pescadores de homens”. Ade hoje é muito maior que o medo de ontem.

Por isso, neste ainda tempo de Páscoa, inspirados nos apóstolos, de fé em fé vamos fazendo crescer a esperança de que o momento difícil passa, que a pedra no caminho só faz tropeçar, que os joelhos no chão transformam dor em ato de amor, que a reconciliação é tão possível quanto o perdão é necessário. É Páscoa. Tempo de ver no impossível o possível, no incrível o crível, na cruz a luz. Hora de fazer do deserto um pomar.

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