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Estado de Minas MINA$ EM FOCO

Indústria de Minas busca novos mercados para driblar coronavírus

Atrás de destinos para a sua diversificada oferta de lácteos, frutas, mel, própolis e café, num momento de demanda afetada pela pandemia, produtores se esforçam para conquistar mercados no exterior e no Brasil


postado em 29/05/2020 04:00 / atualizado em 29/05/2020 07:23

Produção de mel e própolis é uma das promessas, entre itens já exportados de Minas Gerais, na busca de novos clientes no mercado internacional (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press 9/3/16)
Produção de mel e própolis é uma das promessas, entre itens já exportados de Minas Gerais, na busca de novos clientes no mercado internacional (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press 9/3/16)


Leite em pó de Minas Gerais, entre outros produtos de laticínios, frutas, mel, própolis verde e ainda o famoso café colhido no estado surgem como protagonistas de uma corrida atrás de novos destinos para a diversificada produção do estado. Esse esforço chega para enfrentar os duros efeitos da COVID-19 sobre a economia, tendo agravado uma crise anterior ao coronavírus e à qual o país demonstrava dificuldades para reagir.
 
Minas perdeu 88.298 empregos com carteira assinada em abril, segundo pior resultado no Brasil depois de São Paulo, onde houve corte de 260.902 postos de trabalho formais no mês passado. Como um quebra-cabeças, a deterioração de indicadores econômicos importantes – primeiro foi a queda das exportações brasileiras e mineiras e agora o encolhimento do mercado de trabalho com registro – dá sinais da urgência na busca de alternativas para a produção tentar seguir em frente e, assim, evitar mais desemprego.
 
Uma dessas iniciativas que agora ganhou força é a união dos cafeicultores de Minas que miram novos mercados para o grão na China e na Índia. Com predominância dos cafés do estado, o Brasil já exporta para 137 países e tem obtido notas acima de 8 pontos na classificação da escala internacional de cafés especiais, que tem pontuação até 10.
 
A despeito das dificuldades que o mercado internacional apresenta devido à pandemia, no Brasil a cafeicultura tem encontrado mercado aberto. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) estimou que a demanda pelo produto nos supermercados aumentou 35%. Os dois movimentos, no mercado interno e nos embarques ao exterior, serão favorecidos pelo bom resultado esperado da safra em Minas neste ano. A oferta deve bater recorde com volume estimado de 30 milhões de sacas.
 
Além desse ouro negro do agronegócio de Minas, o grande potencial de vendas de produtos lácteos, frutas e da dupla mel e própolis verde começaram a ser trabalhados com expectativa de testar novos mercados no exterior pela Faemg. Aline Veloso, coordenadora da Assessoria Técnica da entidade, destaca que o balanço das exportações de abril mostra o retorno da demanda, especialmente da China, por alimentos.
 
Entre os desdobramentos da crise provocada pela COVID-19, o país espera também definições sobre barreiras comerciais nos Estados Unidos e na Europa. Sem perder tempo, a Faemg abriu um escritório regional para desenvolver projeto robusto, segundo Aline Veloso, no campo das exportações. Trata-se do projeto Agro.BR, em parceria com a CNA e a Apex Brasil.
 
“O foco é colocar o produtor rural na trilha da exportação. Minas tem produção diversificada e potencial enorme para ser desenvolvido”, diz Aline Veloso.  Depois de se cadastrarem, os produtores serão submetidos a um diagnóstico para que sejam inseridos no mercado internacional. Aquicultura, hortaliças, plantas ornamentais e café também estão entre as cadeias de produtos escolhidos nesta etapa do projeto.

A ministra de Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, tem dito que a pandemia de COVID-19 acelerou o trabalho pela abertura de mercados pelo Brasil, que se beneficia por ser reconhecido como um grande fornecedor de alimentos. Essa tentativa de ampliação de destinos tem sido feita para os produtos tradicionais das exportações brasileiras, como soja, proteínas animais, café, algodão, cana de açúcar, como também para novos segmentos de produtos.
 
Estudo feito pelo ministério indicou negócios com gergelim para a Índia; embriões bovinos e bubalinos e carne de rãs para a Argentina; milho de pipoca para a Colômbia; miúdos bovinos para o Egito; e lácteos para Tailândia e Austrália. O Brasil conseguiu também reabrir as vendas de carne bovina para o Kuwait, entre outros países, que, segundo a ministra, estão preocupados com a manutenção do seu abastecimento de alimentos. Resta saber se a medida será apenas temporária.

GRÃOS

Com excepcional estimativa da safra de grãos 2019/2020, Minas deve alcançar 15,3 milhões de toneladas, melhor resultado desde 1976.  As duas culturas mais importantes no estado, que são o milho e a soja, têm previsão, respectivamente, de 7,8 e 5,8 milhões de toneladas, de acordo com dados da Conab.

CARNES

Minas vendeu no exterior, de janeiro a abril, 28 mil toneladas de cortes de frango, que, embora tenham representado queda 2,8% em volume, proporcionaram receita de US$ 52,7 milhões, aumento de 7,3% ante o primeiro quadrimestre de 2019.  Os embarques de carne suína cresceram 170% em valor e 137% em volume no período analisado.

Portas abertas

60 foi o número de mercados no exterior que o Brasil abriu desde janeiro do ano passado para produtos agropecuários

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