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Estado de Minas BRASIL EM FOCO

Inflação e juros altos são as feridas econômicas da guerra na Ucrânia

Há o temor de que, mesmo sem as sanções atingindo as exportações, ocorra uma quebra nas cadeias de suprimentos globais, onde Ucrânia e Rússia são importantes


03/03/2022 09:08 - atualizado 03/03/2022 16:50

Na foto, a cidade de Kharkiv atacada
Conflito iniciado com a invasão russa ao país vizinho isolou economia russa (foto: Sergey BOBOK / AFP)
A guerra se intensifica na Ucrânia e uma maior visibilidade do alcance das sanções aplicadas pelo Ocidente à economia da Rússia mostram que não houve um estrangulamento total da atividade econômica russa, o que teria impacto imediato na Europa, fortemente dependente do gás natural fornecido pelo governo Putin. O mesmo vale para petróleo, cujos preços continuam subindo com o temor de redução na oferta, e trigo e fertilizantes, ligados diretamente à produção de alimentos e cuja falta pode significar aumento da fome no mundo. Mesmo a exclusão dos bancos russos do sistema de compensações financeiras entre nações, o Swuift, que levará 10 dias para ser efetivada, atinge sete instituições, enquanto duas foram poupadas, o Sberbank, principal banco da Rússia, e Gazprombank, que continuam no sistema para receber pelo gás natural e o petróleo vendidos para a Europa.

Embora dificultadas por causa de restrições financeiras e logísticas, as exportações russas de energia e fertilizantes não foram sancionadas. Mantidas, geram recursos para a economia russa, que sentiu o duro golpe, mas não está derrotada, ainda, e conta com uma válvula de escape: a China, que ontem anunciou a sua não adesão às sanções impostas pelo Ocidente ao governo de Vladimir Putin e se isentou de votar na resolução da ONU que condena a invasão russa à Ucrânia. Rússia e China desenvolvem há vários anos sistemas de compensações financeiras internacionais próprios, que podem operar de forma integrada e contar com países da África e Ásia. Esse movimento pode levar ao surgimento de outro sistema de compensações financeiras internacionais, reduzindo a hegemonia do Swift.
 

 
A economia russa está sufocada, com o rublo na menor cotação da história e recursos em dólar, euro e títulos de países ocidentais congelados fora do país. O Banco Central da Rússia tenta controlar a saída de capitais do país, mas não pode contar com as reservas internacionais, boa parte delas em títulos norte-americanos que foram congelados, assim como as aplicações de magnatas russos. Esse congelamento de recursos pode colocar em dúvida a garantia e credibilidade desses ativos de um lado e de outro levar a Rússia a dar o calote na sua dívida, o que terá impacto no sistema financeiro global, podendo gerar um efeito em cascata. Tecnicamente, os recursos são propriedade da Rússia, que não está em guerra com os Estados Unidos.

Há o temor ainda de que, mesmo sem as sanções atingindo as exportações, ocorra uma quebra nas cadeias de suprimentos globais, onde Ucrânia e Rússia são importantes em petróleo, gás, trigo, milho, óleo de girassol, potássio e ureia. Hoje não há navios operando na região dos portos da Ucrânia e da Rússia porque não há como contratar seguros, suspensos por cláusula de guerra. Grandes transportadores, como Maersk e MSC Cargo suspenderam os embarques com destino ou provenientes dos terminais marítimos da Rússia, o que compromete a venda de petróleo, grãos e fertilizantes russos. Com o espaço aéreo fechado para aviões russos na Europa e nos Estados Unidos, a via aérea para transporte está praticamente fechada.

O risco no momento, com a continuidade do conflito e embargos à Rússia, é de redução da oferta ou mesmo de desabastecimento de itens onde a região é grande produtora, o que está fazendo com que os preços desses produtos, assim como o de metais, dispare nos mercados internacionais. A consequência para a economia mundial será o aumento da inflação, já fortemente impulsionada pelos estímulos econômicos robustos nos Estados Unidos e Europa nos dois últimos anos de pandemia de COVID-19. Com inflação alta, os bancos centrais de todo o mundo vão elevar os juros – o presidente do Fed – o BC norte-americano – já sinalizou para um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa norte-americana. Inflação e juros em alta vão significar menor crescimento da economia mundial neste ano.

Garantia


R$ 1,7 trilhão

Foi o total de depósitos de com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que garante até R$ 250 mil aos depositantes e investidores 

Fertilizantes 1
A safrinha de milho, principal cultura de inverno na agricultura brasileira, está plantada e não depende mais de fertilizantes, o que isola a safra dos efeitos imediatos da guerra. Para o plantio das culturas de verão, incluindo a soja, o Brasil tem estoques suficientes, incluindo o que foi contratado e não embarcado e o que está em trânsito. “Nós temos um estoque de passagem”, diz a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

Fertilizantes 2
De acordo com a ministra Tereza Cristina, o Brasil vai acompanhar os desdobramentos da guerra na Ucrânia, que, junto com a Rússia e Belarus, responde por 30% das importações de fertilizantes do Brasil. Para não impactar a próxima safra, o país está negociando com outros fornecedores, como Irã e Canadá, e ainda países árabes. A busca é por fornecedores de ureia e potássio, para complementar a oferta até outubro.

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