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Estado de Minas JUVENTUDE REVERSA

O Dia Internacional da Pessoa Idosa é celebrado no dia 1º de outubro

Entre os diversos estigmas e preconceitos dirigidos aos idosos, o etarismo tem vitimizado principalmente os "baby boomers", a geração que rompeu barreiras


28/09/2023 06:00
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bonecos de um casal de idosos em banco de praça, o homem beijando o rosto da mulher
(foto: Pixabay)

O Dia Internacional da Pessoa Idosa é celebrado no dia 1º de outubro para reforçar a importância da proteção e cuidados a esse público. No Brasil, o dia faz referência ao marco da aprovação do Estatuto do Idoso, em 2003, e tem o objetivo de refletir a forma como lidamos com a idade e com o envelhecimento no país. Afinal, o Brasil caminha para se tornar um país majoritariamente idoso, cuja população com mais de sessenta anos será maior que o grupo de crianças com até 14 anos, até 2030, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Entre os diversos estigmas e preconceitos dirigidos aos idosos, o etarismo (ou ageísmo, ou idadismo) desponta como uma prática terrível que tem vitimizado principalmente a geração dos “baby boomers” - a dos nascidos entre 1945 e 1964.

O que torna essa situação mais complexa é que metade de cada dólar gasto nos EUA é por pessoas acima dos cinquenta anos que em 2017 controlavam mais de 70% da riqueza do país, de acordo com inspirador ensaio do Egídio Lima Dórea, Idadismo: um mal universal pouco percebido.

O autor narra no livro pesquisa publicada na revista Newsweek, em 2020, sobre como os boomers encontraram o mundo aos 23 anos e como o mundo foi entregue quando os millenials, geração nascida entre 1980 e 2000, entrou nos 23 anos. Os itens citados são:

    1. Riqueza: o rendimento per capita atual é 20% maior do que era em 1969 e os gastos, bem menores. Por exemplo, os gastos com o telefone caíram drasticamente. Hoje uma pessoa utiliza em média três horas por dia em mensagens ou ligações no celular. Caso as taxas de 1969 fossem usadas, isso daria uma cota de 8 mil dólares ao mês.
    2. Direitos humanos e inclusão: o casamento entre pessoas de raças diferentes era proibido em 1967. Até 1973, a homossexualidade era considerada uma doença mental.
    3. Meio ambiente e clima: a geração milênio enfrenta sérios problemas ambientais como mudanças climáticas, toneladas de lixo nos oceanos e cerca de 200 espécies extintas por dia.
    4. Cultura: antes de 1970 a cultura era muito controlada, tanto formalmente como informalmente. A partir dessa época, gêneros musicais foram misturados e o sexo começou a ser mostrado em filmes.
    5. Mundo: em 1969, 449 de cada 100 mil pessoas morriam de doença infectocontagiosa, hoje este número é de 140, uma queda de 69%. Em 1969, 36% da população mundial viviam em situação de extrema pobreza, hoje 8% vivem nessa situação. Na década de 60, o regime de governo mais comum era a ditadura. Existiam 119 autocracias e somente 36 democracias. Hoje são 99 democracias, ou seja, somos mais livres.”

Os boomers romperam barreiras, curtiram Beatles e Rolling Stones, promoveram o movimento Hippie, lançaram a moda do biquíni e minissaia, desenvolveram os computadores e muito mais. Hoje usufruímos dessa busca de identidade e definição dos modos de vida que essa geração ajudou a desenvolver. 

A sociedade brasileira precisa avançar no debate do etarismo para desencadear um processo de reeducação social. Todos envelhecemos, todos nós, sem exceção. Não temos escolha, não há como parar o tempo.

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