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Estado de Minas TURISMO

2021: Cadê meu carnaval?!

Como um hiato na maior festa brasileira vai deixar sequelas econômicas para tantos profissionais do turismo e muitos foliões órfãos do carnaval


16/02/2021 07:00 - atualizado 16/02/2021 10:24

Bloco de Carnaval no Bairro Santa Teresa, em BH, em 2020(foto: Luh Souza Fotografia)
Bloco de Carnaval no Bairro Santa Teresa, em BH, em 2020 (foto: Luh Souza Fotografia)


A gente pode até tentar se enganar com algumas lives direto da Bahia e uma latinha de cerveja do lado. Mas nem tão lá no fundo assim, todos sabemos que este ano não teve carnaval. Somos adultos o suficiente para entender que todas as iniciativas, ainda que louváveis, foram uma medida paliativa para que muitos artistas e suas equipes se fizessem presentes, nessa época tão marcante e lucrativa para tantos.

Mas o fato é que para sempre teremos esse hiato no carnaval brasileiro: o ano de 2021. Como eu já disse aqui na coluna no ano passado, a pandemia do COVID-19 transformou o carnaval em algo mais profano do que qualquer religião podia sequer imaginar. 
Para os cristãos a quaresma começou bem antes da quarta-feira de cinzas, e certamente o setor do turismo vai amargar durante um bom tempo os prejuízos financeiros deste carnaval que não existiu. O turismo funciona em cadeia, e um evento da proporção do carnaval é capaz de movimentar praticamente 100% dessa cadeia.

Desde os equipamentos diretamente ligados ao turismo e ao setor de eventos, tais como: meios de hospedagem, bares e restaurantes, ambulantes e eventualmente até mesmo atrativos turísticos. Passando pela infraestrutura básica como setor de transportes, segurança pública e privada, saúde e ambulâncias especializadas em eventos. Sem falar de uma grande parte do comércio, que com criatividade faz vender coisas que nem se imagina num período de festas como esse.

Toda essa cadeia movimentada gera empregos, ainda que temporários. Também faz circular a economia, quem é daqui vai gastar seu dinheiro na cidade ali do lado ou na praia, e quem é de lá vem gastar seu dinheiro aqui. Isso é a economia circulando, criando oportunidade para uns e dias de muita diversão para outros. E é lindo quando a gente consegue ver essa movimentação acontecendo de maneira tão clara quanto acontece no carnaval. Afinal, o carnaval movimenta o país inteiro, pois tem festa para quem quer festa e sossego para quem quer sossego, e todo mundo sai ganhando.

Mas eis que um vírus decidiu que este ano ninguém ganha. Ninguém ganha dinheiro, ninguém ganha diversão. Pelo menos ninguém que tenha responsabilidade vai conseguir ganhar uma dessas coisas plenamente. E não são poucos os lamentos de foliões que podemos ver pela internet. Uma enxurrada de tbt’s (uma espécie de melhores memórias que são publicadas por usuários a cada quinta-feira) inunda as redes sociais não só às quintas-feiras, relembrando os melhores momentos, os melhores blocos e as músicas que ficaram lá em 2020.

Só em Belo Horizonte, o carnaval de 2020 trouxe mais de 200 mil turistas e garantiu 56% de ocupação dos hotéis da cidade, como aponta esta matéria. Feito que há poucos anos era impensável para belorizontinos e empresários do setor, que viam a cidade às moscas durante este feriado. 

E, por fim, nos resta aceitar que este carnaval não existiu. Mas também entender que por outro lado estamos poupando milhares de vidas. E que realmente não há muito o que celebrar agora. Porém, há de se esperar que a quarta-feira de cinzas traga a renovação que tanto precisamos. E que de uma forma ordenada comecemos a reocupar os espaços turísticos.

Porque independente de carnaval, a beleza do Brasil está nas suas cidades, nos seus atrativos, nas pessoas que moram em cada cantinho desse país com seus costumes, suas artes e sua gastronomia. É certo que faremos nosso carnaval ao longo do ano, de maneira mais homeopática, é claro. Mas como sempre sabendo levar e receber com a alegria que outros carnavais já nos ensinaram. 

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