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Estado de Minas COLUNA HIT

Estação Criativa, projeto que incentiva a leitura, completa 15 anos

Iniciativa de Belmiro e Adriano Borges, ação passou por cerca de 100 cidades com 30 espetáculos e oficinas artísticas


15/05/2023 04:00 - atualizado 15/05/2023 07:44
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Belmiro e Adriano Borges fantasiados como palhaços estão sentados em escadas de uma varanda, segurando boneco e letras coloridas feitas de almofada
Belmiro e Adriano Borges, companheiros do boneco Leco, usam a arte como ferramenta para despertar o gosto das crianças pela leitura (foto: Carolina Cordeiro/divulgação)

Há 15 anos, Belmiro e Adriano Borges se uniram em torno de um programa social. “Começamos muito despretensiosamente, a partir da demanda de uma ação na Vila São José a pedido da Urbel, órgão da Prefeitura de Belo Horizonte. Nossa intervenção cênica falava sobre uma obra na região”, relembra Belmiro. A partir dali, surgiram outras demandas que resultaram no grupo Estação Teatral, rebatizado como Estação Criativa.

“São 15 anos de história, circulamos em quase 100 cidades de vários estados com 30 espetáculos, muitas oficinas artísticas, muitos cursos e muitos projetos”, afirma. “Trabalhar com arte neste país não é fácil, seja em que área for. É resistência e luta diária para produzir e viver daquilo que a gente ama e nos motiva a viver”, diz.

A estreia de “Ô de casa”, com direção do ator e palhaço Rodrigo Robleño e dramaturgia de Glicério do Rosário, está prevista para setembro, na periferia de BH. O projeto tem apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Outra ação para 2023 é o Circuito Cresça Brincando, que resgatará o ato de brincar em praças de Barbacena, Pará de Minas, Curvelo, Felixlândia, Pompéu e Divinópolis, além da periferia de Belo Horizonte. Nesta entrevista, Belmiro explica como funciona o projeto Estação Criativa.

O que mais chama a atenção nas viagens de vocês?
Temos um trabalho muito próximo das escolas, somos muito bem recebidos no ambiente escolar. Outro ponto de apoio são as prefeituras do interior, que nos ajudam muito, especialmente na divulgação de nossas ações. A gente percebe nas escolas o desejo por mais ações culturais. Vemos diretoras e professores muito dedicados, tentando fazer um ensino de qualidade. Por vezes, a escola convida os pais para assistirem a nosso trabalho, atitude muito legal, pois mostra como a escola é ambiente seguro.

Como é a relação com as crianças?
Fomos surpreendidos pela garota que se apresentou com sua primeira poesia, escrita durante a realização do projeto Pé de Livro e a Arte de Contar Histórias em sua escola. Com o título “Se essa rua fosse minha”, ela conciliou o presente com a esperança de um mundo melhor, uma belezura! Outra vez, um garoto foi chamado ao palco pelo personagem Leco (um boneco). Um mês após o lançamento do projeto em sua escola, o mesmo garoto pediu para se apresentar no sarau. Realizou a performance de um desmaio. Todas as crianças aplaudiram, riram e gritaram muito! Ao finalizarmos o sarau, as crianças vieram nos parabenizar. De repente, a maioria começou a “desmaiar”, uma após a outra. Foi mágico, engraçado e bonito, pois também buscamos proporcionar liberdade, espontaneidade e autonomia à criança.

O Circuito Pé de Livro chega agora à terceira edição. Como ele funciona?
O projeto consiste na apresentação do espetáculo “Leco, o Sonhador no mundo das letras”; a chegada de uma ‘biblioteca estante’ em formato de árvore e de uma oficina de quadrinhos para algumas turmas da escola; uma oficina de contação de histórias para professores, pais, artistas e pessoas interessadas. No sarau, as crianças fazem apresentações artísticas baseadas nos livros que levamos. Esse projeto só se realiza porque temos patrocínio de leis de incentivo. Só assim a gente consegue realizar a logística. Não é uma logística fácil, pois deixamos a biblioteca na escola e só voltamos depois de um mês. Fazemos duas viagens para a mesma cidade.

Como surgiu o boneco-personagem Leco, o Sonhador?
Através da demanda do parceiro que precisava de um espetáculo de incentivo à leitura para rodar cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A primeira história foi “Leco no mundo das letras”, quando ele ainda não gostava de ler. Certo dia, ganha um livro e, de tão chateado por não ter ganhado um brinquedo, ele dorme. No sonho, visualiza as letras e vive uma aventura. E descobre como ler pode ser divertido. Hoje, o Leco tem mais duas histórias em formato de peça teatral: “Leco, o Sonhador no mundo dos heróis”, onde ele já gosta de ler, gosta de desenhar e inventar super-heróis, e “Leco, o Sonhador no mundo da internet”, que fala sobre navegação segura na rede.

Vocês têm o canal A Galera de Leco no YouTube. O mundo digital é um desafio para a difusão da leitura?
Até a pandemia, Estação Criativa tinha pouco material na internet. Durante a pandemia, como todos os artistas, começamos a produzir material para a internet. Com o edital da Lei Aldir Blanc, gravamos as duas primeiras histórias do Leco, o Sonhador. Concorrer com a internet é um desafio, quem tem filhos em casa sabe bem disso. Mas a internet pode ser um meio de estímulo à leitura, é possível trabalhar qualquer tema dentro dela. Criamos o canal A Galera do Leco. Não podemos ignorar que a internet veio para ficar e transformou o mundo todo. Nosso papel como artistas, pais e educadores é estarmos atentos às inovações e sermos criativos.

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