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Estado de Minas COLUNA HIT

Agitador cultural na área gastronômica cria a plataforma Cumbucca

Marcelo Wanderley diz que o projeto, surgido durante a pandemia, é uma forma de valorizar a identidade cultural de Minas Gerais


15/05/2021 04:00 - atualizado 15/05/2021 07:20

Marcelo Wanderley
Secretário-executivo da Frente da Gastronomia Mineira

"Fomos em busca de relíquias do interior, como incríveis mercearias e armazéns antigos"


Nos últimos anos, eu vivi de aglomeração. Promover eventos de gastronomia era minha principal atividade. Aí veio o vírus e tornou meu ofício algo não recomendável. Ao menos por enquanto.


Fui me reinventar. Vinha de um período de acúmulo de várias atividades. A pisada abrupta no freio me permitiu parar, pensar, calcular. Minha rota precisava ser redirecionada.

Conversei com meu amigo Leo Paixão. Contei a ele que gostaria de criar uma plataforma que reunisse em um só lugar as melhores informações sobre a inconfundível gastronomia de Minas Gerais, amarrando isso com nosso absurdo – e ainda pouco explorado – potencial turístico.

Cumbucca, ele batizou de prontidão. Optei pela escrita com dois cês. Dar bons nomes a eventos e restaurantes é outra das habilidades do chef amigo.

Meu sonho de anos passados, guardado em alguma gaveta, começava a sair da toca. A pandemia seguia, mas eu não podia parar. Momentos de sufoco como o que vivemos demandam força e fé. E lá fui eu em busca do desconhecido.

Comecei a desenhar o projeto. Tinha que ser algo de curadoria bem temperada. Um lugar que desse holofotes a pessoas que estão fazendo coisas incríveis pelos 853 municípios desta vastidão mineira, mas que nem sempre ganham a visibilidade merecida. São doceiras, cozinheiras, chefs, quituteiras, agricultores familiares, professores, pesquisadores, enfim, toda uma diversidade de fazedores que são responsáveis por termos a melhor gastronomia do Brasil.

Isso precisa ser espalhado, ganhar o mundo. A Cumbucca veio para isso. Percebi a imensidão do desafio, as demandas foram crescendo feito bolo de vó no forno. Montei uma equipe multidisciplinar e demos um mergulho infinito nessa cultura alimentar.

O lançamento, em outubro do ano passado, foi turbulento. Aprendi a ter cautela. Em pouco tempo, conseguimos falar sobre queijos, cafés, cachaças, cervejas e tanto mais. Não perdemos de foco nossa missão: ir além do básico. Minas é mais!

A colheita está sendo linda. Vá em cumbucca.com.br ou no perfil @cumbucca do Instagram e confira. Já comeu cambuquira? É um broto que anda desaparecendo do nosso prato. E pão de queijo colorido? Sai do forno de Michel Abras, que prepara o quitute usando plantas alimentícias não convencionais.

Para além da já conhecida força gastronômica da capital, fomos em busca de relíquias do interior, como incríveis mercearias e armazéns antigos, as balas bordadas de Carmo do Rio Claro, os doces típicos de Nova Lima – como a lamparina e a queca – e as oliveiras que escutam música clássica em Maria da Fé.

Mesmo neste cenário pandêmico adverso, agora estou conseguindo realizar outro feito: lançar o documentário sobre dona Nelsa Trombino, uma das pessoas mais importantes na gastronomia mineira e brasileira. O filme se chama “A dona do tacho” e conta a emocionante trajetória desta mulher exemplar. Quem já esteve no Xapuri, o restaurante por ela fundado na Pampulha, desconfia do que estou narrando.

O filme tem pré-estreia gratuita amanhã (16/5), no site matulafilmfestival.com.br. É importante que você assista e consuma. Precisamos conhecer e valorizar a nossa identidade cultural, que é única. É isso que tem me dado tanto prazer e motivação. Pode esperar, sempre vai ter mais. Nossa Cumbucca nunca vai esvaziar.

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