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Estado de Minas Clínica médica

Por que você ainda precisa se proteger muito contra a COVID-19?

As notícias sobre as vacinas são boas, mas ainda há um caminho a ser percorrido até a disponibilização para todas as pessoas


27/11/2020 06:00 - atualizado 26/11/2020 14:58

 

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Um dos desafios de um problema longo é que, aos poucos, a acomodação e a adaptação dão a falsa impressão de tranquilidade.

Os casos de COVID-19 nunca estiveram em situação de tranquilidade, tanto pela quantidade, como também pelos desafios de um país continental, com cultura e diversos outros aspectos que dificultam o controle populacional.

A tão aclamada liberdade individual é muito complicada de ser mantida diante do caos e dos problemas de saúde pública, e que são arcados pelo poder público, inclusive. Medidas de saúde pública, como a disponibilização das vacinas, são ações coletivas que conferem proteção individual e de grupo.

Os casos de COVID-19 de hoje são reflexos das ações realizadas 15 dias atrás. A rigor, não tem nada de errado. Vários pesquisadores já haviam alertado que o avanço real seria na capacidade de tomar decisões e mudar os rumos - esse desconfortável vai e vem pode parecer uma "lenga-lenga" de pesquisadores, médicos, políticos e estudiosos, mas não é.

Precisamos medir, avaliar e tomar condutas de acordo com a situação que se apresenta em cada momento. Quem fornecer uma solução ou resposta pronta tenha certeza que não sabe sobre o que está opinando.

O coronavírus é um desafio clínico para os médicos, um desafio de estratégia para gestores e também um desafio para o cidadão comum e todos aqueles que são a base da economia de todo lugar.

Diversos hospitais, nas mais variadas capitais brasileiras, estão emitindo informes sobre a lotação máxima de leitos e, nesse momento, vivemos o risco do colapso do sistema de saúde, seja o público ou o privado. Uma coisa é a doença ser grave, outra coisa é não conseguirmos sequer atender as demandas que surgem. E, nesse ponto, vai muito além do grego - strateegia - ou do latim - strategi. As decisões devem ser rápidas e precisas. Não é hora de brincadeiras.

O momento pede extremo cuidado e atenção, principalmente porque ainda não temos uma vacina. Mas temos novidades sobre esse assunto. Nesta semana atingimos um ponto interessante em alguns estudos de vacina contra o coronavírus.

Em especial um anúncio do Instituto Butantan, que colocou esperança nos olhos de todos nós. Vou esclarecer para vocês de forma mais objetiva.

A princípio, os estudos visam responder perguntas razoavelmente simples, mas há toda uma metodologia e forma para serem respondidas, para que a vacina seja validada cientificamente. O que queremos saber de uma vacina? A vacina é segura? A vacina é eficaz? Como responder essas perguntas neste momento?

A segurança é confirmada através da avaliação dos sinais e sintomas que os voluntários apresentam. Isso é feito através do monitoramento intenso dos voluntários por uma equipe de saúde treinada para isso.

A eficácia é avaliada através da comparação de dois grupos - um que recebeu a vacina e outro que recebeu o placebo. Todo esse estudo é cego. Nem os participantes sabem o que receberam e nem os avaliadores, a fim de reduzir os fatores que poderiam gerar conflitos de avaliação no estudo.

Então, o que ocorreu? Como o estudo é realizado e avaliado estatisticamente, os registros sinalizaram que há um número de casos, dentro do estudo, que poderá fornecer uma análise favorável. Para isso, é realizada uma análise interina, por uma equipe externa ao estudo, para conferir se todos os dados registrados têm qualidade e estão seguindo as normas internacionais.

Após esta análise, teremos algumas possibilidades:

- Não é possível concluir ainda sobre a eficácia da vacina (lembrando que é uma validação matemática - estatística)

- É possível concluir que o grupo vacinado está mais protegido que o grupo que recebeu o placebo, ponto favorável para avanço da pesquisa

- O grupo vacinado apresenta desempenho pior que o que recebeu placebo. Nesse caso, o estudo precisa ser revisto e é suspensa a inclusão de novos membros, apenas acompanhando os atuais.

Então, se tudo caminhar bem e o resultado for positivo, abre-se o estudo, serão vacinados todos os voluntários e pode-se iniciar os processos de liberação da vacina, a ser aprovada pela ANVISA e pelo mundo. São notícias boas, mas todas essas ações demoram um tempo para serem analisadas, e isso não será do dia para a noite.

Então, qual é a notícia, de fato? Os atuais estudos caminham bem e estamos avançando para conseguir uma vacina segura e eficaz, porém os prazos ainda são indefinidos para conseguirmos ter as tão sonhadas respostas. Use máscara, lave as mãos e não brinque com a doença. E, se possível, fique em casa.

Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: ericksongontijo@gmail.com

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