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Estado de Minas SENSIBILIDADE

Liberdade se conquista com inteligência, compromisso e maturidade

"Livres e prisioneiros de nossos limites, sonhos e miragens, caminhamos vida adentro"


04/09/2021 06:00 - atualizado 04/09/2021 07:15

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(foto: Fabricio Macedo FGMsp/Pixabay )

Às vezes rebuscado,
às vezes ácido e às vezes doce mel.

Sim.

Somos o que os dias querem que sejamos.

Dias difíceis, ácido.
Dias leves, doce mel.
Dias sombrios, barroco.

Assim somos todos nós.
Vento ventania,
Nuvens que se desmancham ao sabor do humor que embala a alma.

Genes batem palma, soluçam, choram e revoltam.
Arquitetura divina chamada eu, você, nós.
Encontro de alelos singelos e complexos.

Obra barroca inacabada em eterna construção e desmanchando com o tempo.

O mar nunca é igual,
Assim como o deserto,
As montanhas,
As manhãs, tardes, noites
Eu, você, nós.

O que temos em comum e nos une?!
Tudo e nada.
As estrelas e a poeira cósmica,
A beira de um rio que nunca para de correr.

Assim somos,
Doces, ácidos, picantes e barrocos.

Ao sabor da vida,
Oriundos do inverno,
Corremos inexoravelmente em busca da primavera.

Estações que se repetem ao som de Vivaldi.

Assim, o amontoado de dias e emoções que percorremos para chegarmos a nós mesmos é infinito.

Mas, chegaremos.
Sim, chegaremos.

Liberdade é o que nossa alma exige no momento exato em que vivemos.

O Sete de Setembro nos lembra o desejo de sermos livres, independentes.

Ao longo da minha vida sempre tive interpretações distintas do que significa liberdade.

Incrível, mas me lembro dos meus primeiros passos.
Ainda tinha medo de me desgrudar da parede e dar os primeiros passos.
Joelho ralado era tratado com Merthiolate, um antisséptico antigo que ardia até na alma.
Mas, fui desafiado por uma menina, Neumarzinha.

Ela andava com firmeza por um quarador de roupas.
Eu não resisti.
Se ela pode eu também posso!

Assim, caminhei com meus próprios pés.
Sensação única e primordial de liberdade.

Algum tempo depois foram os 15 quilômetros que separavam Ibiá da fazenda do meu avô.
Preparei matula, água e fui poeira afora na minha monareta Caloi.
No meio do caminho a solidão da estrada e o medo me fizeram voltar.
Aos 6 anos fui derrotado pela sensatez. Não era hora para aquele tipo de liberdade, conquista e aventura.
Alguns anos depois, eu venceria a poeira, o cascalho e a estrada de terra que separa Ibiá da fazenda Europa.

Desafio alcançado, liberdade que já não fazia sentido algum.
O momento agora era outro.
Queria uma nova liberdade.
Subir no alto da Gameleira e ver a noite cair sobre a cidade.

Desafiar o escuro da noite e andar sem medo por becos e trilhas que separavam a Rua 8 de um pasto onde imperava o reino dos carrapatos.

Montar cavalos em pelo e cavalgar pelo pasto do Sr. José Pia.

Isso sim, liberdade total.

Assim, fomos conquistando o mundo e dominando espaços impossíveis.
O primeiro copo de cerveja.
O cigarro, cuja fumaça nunca me desceu pelos pulmões.

A mochila nas costas e caronas na estrada.
A liberdade estava na estrada.
O perigo também.

O primeiro beijo, o sexo descoberto.
Estrada sem volta.
Escravo do desejo, abdicamos de nós mesmos e viramos presa fácil daqueles em quem depositamos nossas ilusões.

Livres e prisioneiros de nossos limites, sonhos e miragens, caminhamos vida adentro.

Cegos na maior parte do tempo, começamos a duvidar do nosso próprio desejo.

Onde mora a tal liberdade? Deve ser vizinha da felicidade. Endereço sem CEP, difícil e quase impossível.

Chegando no destino, já não temos certeza se é lá mesmo que deveríamos estar.
Ao duvidarmos, já não estamos mais na mesma estrada.

A liberdade é escorregadia.
Aprendeu com a felicidade o jogo do esconde-esconde.

A busca e o caminho nos revelam aspectos fundamentais de onde não encontraremos a liberdade.
Certamente não está na beligerância.

Em nome da liberdade, vimos a maior potência do mundo ficar impotente diante de sua própria arrogância e sair às pressas de três guerras nos últimos 50 anos.

Em nome da liberdade, mataram e gastaram trilhões de dólares, os quais deveriam estar promovendo a vida e o bem-estar do seu povo.

Certamente a liberdade não se encontra na ponta de uma baioneta. Muito menos na energia dissipada pelo ódio.

Em 2019, Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, respondeu ao Trampalhão, "amigo" do Messias:

"...Você tem medo de que a China nos supere, e eu concordo com você. Mas você sabe por que a China nos superará? Eu normalizei relações diplomáticas com Pequim em 1979, desde essa data...

Você sabe quantas vezes a China entrou em guerra com alguém? Nem uma vez, enquanto nós estamos constantemente em guerra.

Os Estados Unidos são a nação mais guerreira da história do mundo, pois quer impor aos outros Estados que respondam ao nosso governo e aos valores americanos, e querem controlar as empresas que dispõem de recursos energéticos em outros países.

A China, por outro lado, está investindo seus recursos em projetos de infraestrutura, ferrovias de alta velocidade intercontinentais e transoceânicos, tecnologia 6G, inteligência robótica, universidades, hospitais, portos e edifícios, em vez de usá-los em despesas militares.

Quantos quilômetros de ferrovias de alta velocidade temos em nosso país? Nós desperdiçamos U$ 300 bilhões em despesas militares para subjugar países que procuravam sair da nossa hegemonia.

A China não desperdiçou nem um centavo em guerra e por isso nos ultrapassa em quase todas as áreas. E se tivéssemos tomado U$ 3 trilhões para instalar infraestruturas, robôs e saúde pública nos EUA teríamos trens-bala transoceânicos de alta velocidade. Teríamos caminhos que se manteriam adequados. Nosso sistema educativo seria tão bom quanto o da Coreia do Sul ou Xangai".

(Jimmy Carter, na Newsweek Magazine, em 04/2019)

Ou seja, a liberdade se conquista com inteligência, sensibilidade, compromisso e fundamentalmente com maturidade.

Independência ou morte?! Sempre achei o Grito do Ipiranga um equívoco adolescente.

Independência ou VIDA, faria mais sentido.

Com a morte não se conquista nada, perde-se sempre. Basta perguntar para as famílias dos quase 600 mil mortos nessa pandemia.

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