
“A raiz disso tudo é nomear um militar para um ministério técnico. Se dermos um jato a um médico, cai o avião. O Ministério da Saúde está sob intervenção militar. Essa questão é tão rudimentar, tão básica, que qualquer líder de grêmio estudantil da quarta série primária compraria agulhas e seringas.” As declarações, sem papas na língua, partiram do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, em entrevista à revista Veja.
“Essas idas e vindas são ruins, porque passam uma percepção de falta de planejamento. Desenhar planejamento neste cenário é muito difícil, e não é um problema exclusivo do país, mas em todo o mundo”, destacou, fazendo coro o também ex-ministro da Saúde Nelson Teich. “Deveríamos ter tido preocupação com a compra de seringas lá atrás.” Nada é necessário acrescentar para ambos.
São de morte mesmo as notícias dos últimos dias, já que foi divulgado o registro que partiu do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). O alvo foi nada menos que o seu ex-ministro da Saúde. E teve mais.
“Aqui o pessoal fala que não pode, mas vai oferecer o quê? Vão dar uma de Mandetta? Quando tiver falta de ar vai para o hospital?” E para finalizar acrescentou ainda: “Ô, Mandetta, fazer o quê no hospital se não tem remédios?”.
E não só ele esteve nas notícias de ontem, teve também o presidente do Congresso Nacional do Brasil, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Só que a notícia não indica que partiu dele, tratou-se de uma manifestação apócrifa. Melhor ir direto ao ponto.
A presidência do Senado esclarece que, diferentemente do que chegou a ser noticiado pela imprensa, a eleição para a Mesa do Senado será presencial, conforme dita o Regimento Interno da Casa, que prevê, expressamente, a votação por meio de cédulas em papel inseridas em envelope.
Saliente-se que esse tema já foi discutido em questão de ordem no plenário do Senado em fevereiro de 2019, ocasião em que foi decidido que a norma regimental relativa ao processamento da votação por cédulas impressas era de observância obrigatória. Assessoria de Imprensa da presidência do Senado.
Só para lembrar, a última vez em que Alcolumbre esteve nas notícias foi para dar uma passagem aos Estados Unidos. “As imagens da invasão ao Congresso americano, em uma tentativa clara de insurreição e de desprezo ao resultado das eleições por parte de um grupo, são inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade”. Sendo assim, é melhor aceitar que chegou a hora de encerrar. FIM!
Meio mastro

Um ato singelo, mas repleto de simbolismos. Na manhã de ontem, o presidente da ALMG, Agostinho Patrus (foto), decidiu realizar pessoalmente o hasteamento da bandeira de Minas Gerais no hall do Legislativo estadual. O pavilhão mineiro permanecerá hasteado a meio mastro na sede da Assembleia por três dias, em sinal de luto pelas mais de 200 mil mortes provocadas pela COVID-19 no Brasil. “Os números chocam, mas, muito mais do que números, são pessoas. São famílias devastadas pelas perdas”, lamentou, afirmando, ainda, que a prorrogação do estado de calamidade pública em Minas e o acesso à vacina a toda a população mineira serão as prioridades do Parlamento mineiro neste início de ano. Vale de fato a homenagem simbólica.
Alta médica
Depois de nada menos que 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), deixou o isolamento. Minutos depois de ter alta médica, ele publicou mensagem de conforto aos familiares de vítimas que morreram por causa da COVID-19: “Meus sentimentos e solidariedade a todas as famílias enlutadas pela morte de seus entes queridos também vítimas. São perdas irreparáveis que não encontram consolo na recuperação de mais de 7 milhões de brasileiros”. Ele recebeu alta e a sua volta ao trabalho está marcada para segunda-feira.
Fala quem…
… sabe tudo de economia. “O mundo nunca mais voltará a ser o mesmo porque está mudando todo dia. Mas, no geral, me parece que o Estado brasileiro se comportou bem nessa questão da COVID-19.” Começou assim o ex-ministro Delfim Netto, acrescentando com otimismo: “Quando veio a queda brutal da demanda e da oferta, nós assustamos, imaginamos que o PIB ia cair uns 9% ou 10%. Entretanto, vamos terminar o ano de 2020 com uma queda em torno de 4,5%. Se comparar com o Brasil, isso é um grande sucesso em comparação ao resto do mundo. O problema é saber como vamos sair”.
Haja dívida
“Com essa operação, a Petrobras mantém o foco na redução do seu endividamento, ao mesmo tempo em que concentra seus recursos em ativos com maior potencial de geração de valor, como os campos de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas. Em paralelo, a Petrobras segue comprometida com a transição para uma economia de baixo carbono, investindo em novas tecnologias para descarbonização da produção e no desenvolvimento de combustíveis mais eficientes e sustentáveis. O detalhe para uma empresa deste tamanho é o preço: o valor da venda é de R$ 42,5 milhões, a ser pago em única parcela no fechamento da transação.”
E tem tweet
“A todos aqueles que perguntaram, eu não vou à cerimônia de posse, em 20 de janeiro.” Simples assim, seco e pela rede social. É óbvio que se trata do presidente republicano dos Estados Unidos, Donald Trump. Todos os outros ex-presidentes americanos ainda vivos assistirão à cerimônia, com a exceção de Jimmy Carter, que tem 96 anos. E sem ainda confirmação oficial, quem deve ser elegante é o vice-presidente Mike Pence, mas ainda não deu a devida confirmação.
Pinga-fogo
Em tempo, ainda sobre o ex-ministro Delfim Netto: “Tivemos um desenvolvimento cujo resultado foi um aumento dramático na concentração de riqueza – e, portanto, na desigualdade. A COVID-19 veio mostrar isso com toda clareza. A vida se transformou numa coisa muito dura”.
Fala quem pode. Delfim Netto foi ministro da Fazenda, da Agricultura, de Planejamento, além de deputado federal e embaixador na França. É um currículo que dispensa mais detalhes sobre a sua trajetória política.
Mais um em tempo, sobre a nota Haja dívida: o processo de desinvestimento da Eólica Mangue Seco 2 – Geradora e Comercializadora de Energia Elétrica S.A., continua em andamento, na fase vinculante para venda de 51%, totalidade da participação acionária da Petrobras na empresa.
Só para lembrar, o ainda presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem insistido em que não perdeu a eleição presidencial de novembro e que houve fraude e irregularidades. É episódio da série acredite se quiser...
Diante disso, com a insistência e tudo mais de Trump, o jeito é ficar por aqui. Afinal, finalmente, o fim de semana chegou e amanhã tem mais.