(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Saiba como lidar com a crise no casamento

Esses momentos tormentosos são destrutivos quando mesclados por acusações, ofensas, culpabilizações e abuso das fragilidades de cada um


postado em 10/11/2019 04:00 / atualizado em 07/11/2019 19:55




“Meu marido e eu estamos em profunda crise. Temos brigado muito e estamos a ponto de nos separar. Muitas acusações, e as famílias, a dele e a minha, estão se envolvendo. Estou sofrendo muito e não sei o que fazer. Ajude-nos.”

Carolina, de Belo Horizonte


Todo relacionamento é um processo de construção sem fim. Nunca um casal estará definitivamente ajustado. Como a realidade muda, como as pessoas mudam, é natural que, de quando em quando, apareçam conflitos e tensões no casamento.

No início, no namoro, por exemplo, as ondas conflitivas são mais frequentes, pois duas personalidades diferentes, de origens diferentes, encontram-se à procura de um ajustamento. Um namoro que começa às mil maravilhas, passa por tempestades inevitáveis. Mesmo os casais que já convivem há vários anos têm os seus períodos de crise. Eles ocorrem, em geral, quando algum fato significativo acontece: uma morte em família, a perda do emprego, uma traição etc.

São situações-limite que têm um único objetivo: readaptar o casamento a uma nova realidade. A palavra crise, em chinês, é composta de dois ideogramas. Um significa risco e outro, oportunidade. Quando enfatizamos a oportunidade de crescimento, de mudança, de repactuar a relação, a crise, apesar de dolorosa, pode fazer o casamento avançar para patamares às vezes melhores que os anteriores. Nesse caso, a crise conjugal tem por objetivo resolver e elaborar os problemas que apareceram. Ao contrário disso, quando os parceiros não querem resolver o problema, mas apenas destruir um ao outro, o conflito toma dimensões gigantescas e a sensação é de desespero, pois quanto mais brigam, mais têm a sensação de estar atolados e afundando.

Esses momentos tormentosos são destrutivos quando são mesclados por acusações, ofensas, culpabilizações e abuso das fragilidades de cada um. Evitar esse tipo de coisa pode ajudar em muito a resolução dos verdadeiros problemas que são os fatos causadores da crise e a reorganização da vida conjugal daí pra frente.

Para atravessar essas crises, em que a incompreensão impede o diálogo, é preciso de cada um dos parceiros, além de paciência, um mínimo de esperança de que há solução. Pensar apenas em separação nessas horas é tirar toda a possibilidade de reorganização da vida em comum. Na realidade, não é fácil lidar com esse processo e a maioria das pessoas não está preparada para navegar nesse mar revolto e tempestuoso. Nesses casos, é aconselhável procurar um profissional que possa ajudá-los na travessia. As terapias de casal se destinam a intermediar um diálogo construtivo, em que as diferenças são explicitadas, os sentimentos negativos são livremente expressos, e o plano de recuperação do afeto e dos objetivos é estabelecido. Com tal determinação, o que antes parecia impossível acontece. As tensões perdem intensidade e os gestos afetuosos que estavam escondidos pela raiva, pela mágoa, pelo ciúme e pelo medo aparecem de novo.

Aí, um diálogo franco pode levar o casal a combinar uma nova forma de se relacionar. Um outro fato importante levantado pela leitora é a intromissão das famílias na crise. Colocar terceiros, sejam parentes ou amigos, nesse momento crucial para a relação conjugal, em geral, atrapalha mais do que ajuda. Um terceiro, a menos que seja um profissional, além de despreparado para a relação de ajuda, acaba se constituindo em um fator de pressão. O que está em jogo é a relação do casal. Os dois chegaram a esse momento crítico e eles é que têm a obrigação de sair dessa.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)