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Acreditar em sorte ou azar é uma forma de cegueira

As oportunidades e as ameaças estão à nossa volta, todo o tempo


postado em 20/10/2019 08:00 / atualizado em 19/10/2019 23:14


 


“Você sempre fala que não existem sorte e azar. Considero-me sem sorte. Nada dá certo para mim. Quando as coisas começam a melhorar, algo ocorre, atrapalhando tudo. Não tenho sorte no amor, nem no dinheiro, nem no social. Gostaria de uma palavra sua sobre isso.”
Carlos José, de Belo Horizonte
 
 

Quando acreditamos em algo falso, a coisa continua falsa, mas as consequências para nossa vida são verdadeiras. À medida que alguém acredita na sorte e no azar, a primeira consequência é a acomodação e a passividade. Se nosso destino já está traçado, não precisamos nos esforçar, nem enxergar as oportunidades, nem aprender onde erramos por as coisas não darem certo, nem refazer nossas escolhas. O que chamamos de sorte é apenas aproveitar, na hora certa, as oportunidades que a vida nos oferece. Azar é o contrário disso. Há uma parábola muito antiga e muito bonita sobre isso, de um autor desconhecido.

Havia um homem que, como o leitor acima, considerava-se absolutamente sem sorte. Tudo o que ele fazia dava errado. Quando ia plantar suas sementes, os passarinhos as comiam ou a chuva forte as levava e, quando isso não ocorria, a seca acabava com suas plantações. Ele reclamava o tempo todo. Suas queixas contínuas faziam as pessoas se afastarem dele. Todos o consideravam um chato e, com isso, ele vivia muito só. E isso reforçava sua crença no azar. E ele não conseguia entender a razão de tanta falta de sorte.

Um dia, resolveu tomar uma atitude e ir procurar um grande mestre que vivia em uma floresta a muitos quilômetros de sua cidade. Depois de andar muitos dias, logo ao entrar na floresta ele se deparou com um lobo muito magro, sem pelos, que lhe falou: “Moço, me ajude. Não sei o que está havendo comigo. Estou sem forças, não consigo ir ao rio beber água, dessa forma, vou morrer”. “Não posso ajudá-lo”, disse o homem. “Estou indo atrás de um mestre para me responder sobre o meu azar na vida.” “Então pergunte ao mestre o que está ocorrendo comigo”, falou o lobo. E o homem continuou seu caminho.

Já no meio da floresta, ao tropeçar numa raiz, viu uma árvore quase sem folhas, com os galhos retorcidos e a casca se soltando do tronco e que, ao ver o espanto do homem, lhe disse: “Não sei o que está ocorrendo comigo. Estou muito doente. Há 6 meses minhas folhas estão caindo”. Após a conversa, ela pediu ao homem para pedir ao mestre uma solução para seus problemas. Ele continuou sua jornada e, após alguns dias andando, ele chegou a um vale cheio de flores de várias cores e perfumes. Ele nem reparou nisso e chegou a uma casa. Diante dela estava uma moça lindíssima, que, depois de uma longa conversa, também lhe pediu um favor: “Pergunte ao mestre por que sinto tanto vazio no peito, sem nenhum motivo. O que devo fazer?.” Após mais alguns dias de caminhada, ele encontrou o mestre sábio.

O homem contou toda a sua triste vida e o mestre lhe disse:  “Sua sorte está no mundo, nas pessoas, nas coisas, nas circunstâncias”. Quando o homem ia saindo, o mestre lhe perguntou: “Você não está esquecendo de alguma coisa? Não quer resposta para uma árvore, um lobo e uma jovem?”

Ele voltou e ouviu as respostas e saiu em disparada. Na volta, encontrou com a moça: “O mestre disse que minha sorte está no mundo e que o que você sente é solidão, e que se você encontrar um companheiro você será muito feliz”. A moça então lhe perguntou: “Você quer ser esse companheiro?”. “Não”, respondeu o homem. “Não foi para ficar aqui que fiz essa viagem.” Saiu correndo e encontrou a árvore, que lhe cobrou a resposta do mestre: “O mestre disse que você está morrendo porque, no meio de suas raízes, há uma caixa de ferro cheia de moedas de ouro. “Se você cavar e tirar esse tesouro, você será saudável novamente.”

“Faça isso para mim, você pode ficar com o tesouro.” “O mestre falou que minha sorte está no mundo, não posso perder tempo. Adeus.” E saiu correndo de volta pra casa. Atravessando o resto da floresta encontrou o lobo, que estava mais magro ainda e mais fraco:

– O mestre mandou dizer-lhe que você não está doente. Você tem fome, e como não tem forças para caçar, vai morrer aí mesmo, a não ser que algum estúpido passe por aqui e você consiga comê-lo. O lobo, reunindo o resto de suas forças, deu um pulo e comeu o homem “sem sorte”.

Acreditar em sorte ou azar é uma forma de cegueira. As oportunidades e as ameaças estão à nossa volta, todo o tempo. Enquanto procuramos um culpado (o destino) para nossa vida, as oportunidades passam, nada fazemos, não mudamos com os nossos erros e ficamos à mercê dos infortúnios

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