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Estado de Minas ANTôNIO ROBERTO

Os jovens e suas dificuldades

"Conhecer as fragilidades dos jovens de hoje pode ser útil aos seus educadores e a eles próprios no caminho do seu desenvolvimento"


postado em 26/05/2019 07:00

(foto: Reprodução/NoBrasil)
(foto: Reprodução/NoBrasil)

“O que está havendo com nossos jovens? Meus filhos adolescentes me trazem muitos problemas. Não aceitam limites, querem roupas de marca, não se envolvem - Margarida, de Belo Horizonte


Cada geração tem características próprias, vivem realidades diferentes, respondem diversamente ao mundo em que vivem. E, como em tudo na vida humana, cada geração tem aspectos positivos e negativos. A atual juventude, comparada às anteriores, apresenta grandes avanços. É mais sensível, mais informada, menos preconceituosa, mais liberada afetivamente e sexualmente. Conhecer as fragilidades dos jovens de hoje pode ser útil aos seus educadores e a eles próprios no caminho do seu desenvolvimento.

1) Apego excessivo à imagem corporal

Pesquisa recente atesta que a atual juventude, na opinião dela própria, é extremamente vaidosa. Está perdendo o contato sadio com o próprio corpo, nas suas funções ligadas à vida, e enxergam o corpo como objeto primário de exibição e de conquista. A maioria acredita que a beleza, os músculos exuberantes lhe darão mais oportunidades na vida e que por isso serão mais amados. Academias, plásticas, consumo de produtos diet e cuidados exagerados com a aparência são antídotos mais para a vergonha do próprio corpo em transformação do que para uma vida saudável. No início da adolescência é até natural que isso ocorra. Vindos da infância logo começam a vida social buscando a afirmação dentro de uma sociedade narcisista. A gravidade, no entanto, está na persistência desse comportamento: a aparência física acima de qualquer valor.

2) O prazer imediato

Qualquer criança é movida pelo prazer imediato. Ela só faz o que gosta e não faz o que não gosta. O adulto emocionalmente é movido pelo prazer e pela realidade. A criança reluta em tomar um remédio porque tem o gosto amargo. Já o adulto, mesmo contrariando-se no gosto, toma o remédio por saber da importância. Levar em conta as consequências de nossos atos é considerar a realidade. Nossos jovens, acostumados à proteção dos pais, procuram um prazer instantâneo e não medem as consequências. Daí as principais queixas dos pais: eles não gostam de estudar e não estudam; eles chegam tarde da noite em casa, mesmo sabendo que têm aulas na manhã seguinte; eles ficam horas e horas na frente do computador; eles não me ajudam em nada etc.

A procura pelas drogas tem origem na incapacidade de conviver com as frustrações, com as dificuldades, incluindo aqui a tristeza e a solidão. Saber dar o sim e o não aos nossos filhos é a melhor forma de lhes dizer que a vida é feita de altos e baixos, do que é permitido e proibido e dos limites naturais e sociais.

3) Consumismo

Consequência dos dois itens anteriores é a supervalorização das roupas, dos cosméticos, das grifes e das joias como instrumentos de conquista e sedução. O carro deixa de ser um meio de transporte e se torna um meio para provar o tamanho do poder e status. O celular não é só uma forma para se comunicar, mas para ser amado. Nada contra o “ter”, a menos que o apego excessivo aos bens materiais nos aniquile enquanto pessoas, a menos que matem o nosso “ser.” As cobranças familiares pelo sucesso social, incluindo a beleza, podem levar nossa juventude a um profundo individualismo.

Em uma realidade onde milhares de pessoas vivem abaixo da linha da miséria, onde milhares morrem de fome, onde a maioria não tem onde morar, que a nossa juventude não tenha consciência disso e não lutem para melhorar essa realidade. Ensinar o amor aos nossos filhos passa por uma educação social, pelo ensino da cidadania e da ética.

4) Falta de envolvimento

Se eu estou perdido, narcisicamente, no meu mundo fechado, é natural que desapareça em mim a noção “do outro”. Não só do ponto de vista social, mas também do ponto de vista afetivo e mesmo familiar. Atualmente, poucos jovens se envolvem com problemas dos pais, sejam eles, financeiros, domésticos e profissionais. Poucos jovens descobriram que o “ficar” é apenas caminho. Não é a chegada. A vida, sob qualquer aspecto, exige de nós a entrega, o comprometimento, a construção e o envolvimento com o outro. Amor.

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