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Estado de Minas ANNA MARINA

Fobia social vem aumentando. Especialista ensina a enfrentá-la

Neste período pandêmico, as pessoas têm dificuldade em voltar a socializar e participar de atividades no trabalho, escola ou faculdade


28/11/2022 04:00 - atualizado 27/11/2022 22:39

Ilustração mostra pessoas tampando o rosto com as mãos
(foto: FLopes/CB/D.A Press)

 
Uma das consequências da COVID-19, que volta a assustar a população com a chegada de novas variantes, é a ansiedade, entre outros distúrbios envolvendo a saúde mental. Lidar com o problema não tem sido fácil. A psicóloga Marihá Lopes, especialista em terapia cognitiva comportamental e doutora em psicologia social, esclarece dúvidas sobre a questão:
 
“Assim como os sintomas da COVID-19 foram mudando conforme as variantes, a saúde mental da população também sofreu mudança expressiva. De início, falava-se sobre depressão e ansiedade, explicadas facilmente devido a perdas e incertezas vividas pelas pessoas. As coisas foram voltando ao normal, mas nova preocupação surgiu: como voltar a me relacionar com os colegas de trabalho e da faculdade, além dos amigos?
 
Esse sofrimento pode ser entendido como ansiedade social ou fobia social. Não vamos aqui dar diagnóstico, mas refletir sobre mudanças detectadas por profissionais de saúde mental. Em meu site, até o início do ano, a maioria das palavras-chave de busca eram 'transtorno de ansiedade', 'o que é transtorno de ansiedade' e 'ansiedade generalizada'.
 
Porém, conforme os meses se passaram, as palavras-chave 'fobia social' e 'ansiedade social' foram aparecendo de forma mais expressiva, chegando a ser os termos mais buscados.
 
A ansiedade social faz parte dos transtornos de ansiedade. Ela pode estar no pavor de se apresentar em público, no pânico em se expor a multidões, no medo de ir a festas, na aversão a participar de reuniões, na ansiedade de encontrar pessoas desconhecidas em um barzinho, por exemplo.
 
É comum a pessoa acreditar que está sempre sendo observada para ser criticada. Ela deixa de fazer algumas atividades, passando a fugir de situações sociais, acadêmicas e até de trabalho.
 
Esse tipo de demanda aumentou no consultório. É compreensível, pois muitos voltaram a trabalhar presencialmente ou de forma híbrida. São pessoas que eram vistas como mais tímidas ou retraídas e até mesmo com o diagnóstico formalizado, mas elas foram se expondo e conseguiram viver socialmente devido a essa exposição. Com o retorno das atividades, têm dificuldade em voltar a socializar e participar de atividades no trabalho, escola ou faculdade.
 
O que fazer? A ansiedade segue uma espiral, que sobe e chega ao ápice nas crises de ansiedade ou pânico. Para frear a subida, o entendimento dos pensamentos disfuncionais, ou seja, que não nos fazem bem, é importante para identificar que regra o cérebro está elaborando para se manter nessa situação.
 
É comum a pessoa sentir aumento do batimento cardíaco, sudorese e tremor. Ela pensa que será avaliada negativamente, foca nos aspectos negativos de si mesma, confirmando sua crença de inadequação social.
 
O acompanhamento psicoterapêutico e/ou psiquiátrico ajuda na flexibilização dos pensamentos, aumenta o repertório de habilidades sociais, diminui os sintomas de ansiedade e possibilita que a pessoa possa retornar a suas atividades.
 
É importante lembrar que, na verdade, essas situações sociais são eventos geralmente inofensivos. Então, caso tenha dificuldade de enfrentá-las sozinho, uma boa dica pode ser modificar o foco de atenção, ao invés de valorizar as apresentações nas quais julgou não ter ido bem.
 
Lembre-se das situações sociais que conseguiu vivenciar. O nosso cérebro foi desenvolvido para focar no que poderia dar errado. Isso fez com que nossos ancestrais pudessem permanecer vivos. Ainda carregamos essa estrutura, então é necessário um pouco de esforço de revisitar tudo o que já conseguimos realizar e vivenciar socialmente.”
 
A especialista faz um alerta: não procure ajuda só quando você já estiver totalmente paralisado.
 
“Quanto mais cedo iniciar um tratamento, mais rápida é a melhora”, garante a psicóloga Marihá Lopes.

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