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Estado de Minas ANNA MARINA

Diabetes tipo 2 pode ser controlada, mas exige força de vontade do paciente

Especialista afirma que a modificação intensiva do estilo de vida e da alimentação é a melhor maneira de lidar com a doença


15/11/2022 04:00 - atualizado 15/11/2022 00:30

Mão masculina despeja arroz integral em mesa já coberta por este cereal
Arroz integral é aliado de quem luta contra o diabetes (foto: Eduardo Rocha/divulgação)


Falo tanto de minhas doenças nesta coluna que recebi carta de leitor contando que foi considerado diabético tipo 2, pergunta como deve proceder e pede que explique como vou levando minha doença. Que, aliás, está entre as mais comuns e as mais temidas no mundo, pois pode causar complicações cardíacas, danos nos nervos, problemas oculares e renais, aumentando riscos de incapacidade e morte precoce.

Para não bancar a bacana, fui buscar detalhes com uma especialista paulista, a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.

“Diabetes é um termo genérico para condições que envolvem níveis elevados de açúcar no sangue. Isso pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, produzido no pâncreas pelas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo, de forma que possa ser utilizada em diversas atividades celulares”, explica a médica.

“A falta da insulina ou o defeito em sua ação resulta em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. A condição, quando não controlada, pode trazer consequências negativas para visão, rins, coração, nervos e membros inferiores, além de provocar desidratação, dificuldade de cicatrização e complicações respiratórias”, afirma Marcella.

Se exames laboratoriais mostrarem que a pessoa tem pré-diabetes, é sinal de que já existem alterações no metabolismo dos açúcares. Com isso, estratégias para retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2 são necessárias.

“É sempre importante lembrar que o diabetes pode ser controlado, mas não tem cura”, acrescenta a médica. A abordagem testada e aprovada leva em consideração dieta saudável de baixa caloria combinada com pelo menos 150 minutos de atividades. Recomenda-se perder pelo menos 7% do peso corporal.

O balanço energético negativo, com ingestão de menos calorias do que o corpo gasta, é estratégia interessante, segundo a especialista, mas é necessário avaliar a qualidade nutrológica dos alimentos ingeridos.

“De forma alguma 300kcal (calorias) de salada, vegetais e proteínas magras têm o mesmo efeito metabólico de 300kcal de algodão-doce. Alimentos de calorias vazias, sem nutrientes, ricos em carboidratos simples, como os doces, aumentam o pico de insulina, o que pode ampliar os riscos de desenvolver diabetes e doenças metabólicas”, adverte Marcella.

“A terapia com medicamentos utilizados para tratar diabetes, em doses apropriadas, também pode ser indicada por um médico”, acrescenta.

O melhor caminho é não medir esforços para prevenir ou retardar a doença. “A modificação intensiva do estilo de vida continua sendo a melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, há benefícios adicionais associados à perda de peso, como a redução do risco de doenças cardíacas e derrames”, explica.

Com relação às mudanças no estilo de vida, é necessário melhorar hábitos alimentares, incluir exercícios físicos na rotina, melhorar a rotina do sono, evitar alcoolismo e tabagismo.

O exercício físico é considerado de grande importância. “Tal intervenção, comprovadamente, melhora a tolerância à glicose e reduz a resistência à insulina. A prática moderada tanto de exercícios aeróbicos quanto de força é indicada para todos, mais ainda para pré-diabéticos e portadores de síndromes metabólicas, desde que seja frequente e obedeça a uma periodicidade. Atividades de flexibilidade e relaxamento, associadas às de força e aeróbicas, também trazem impactos positivos. O mais importante é sair do sedentarismo”, aconselha a especialista.

Com relação à dieta, o ideal é limitar o consumo de calorias, carboidratos simples, como açúcares e farináceos refinados, gorduras, sal em excesso, alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas.

“É recomendado consumir mais carboidratos complexos, que têm maior quantidade de fibras, proteínas e gorduras saudáveis, nutrientes responsáveis por diminuir os picos de glicose no sangue. Exemplos de alimentos com alta quantidade de fibras são as frutas, como abacate, mamão, ameixa, melão e melancia; vegetais, como agrião, alface, abóbora, aipo, aspargo e beterraba; grãos, como arroz integral e aveia; e leguminosas, como feijão e ervilha.

Também é indicado ingerir micronutrientes, principalmente vitaminas, minerais e substâncias com atividades antioxidantes, responsáveis por combater os radicais livres induzidos pelo excesso de açúcar no sangue. Eles estão presentes em frutas (uvas, laranjas, mamão, abacaxi e mirtilo), verduras (brócolis, couve e espinafre), temperos e especiarias (gengibre, açafrão, cominho, canela e pimenta do reino) e ervas (sálvia, alecrim, tomilho e manjericão).

“Se você tem diabetes em sua família, pré-diabetes ou preocupações sobre o desenvolvimento de diabetes, converse com o médico nutrólogo sobre a melhor combinação de estratégias preventivas para o seu caso”, recomenda Marcella Garcez.

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