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Estado de Minas COLUNA DA ANNA MARINA

Nome nos individualiza, nos personifica na sociedade, é algo íntimo

Conheço muita gente que não gosta do nome e não conheço uma única pessoa que nunca na vida pensou qual o nome que gostaria de ter


10/08/2022 04:00 - atualizado 10/08/2022 08:52

Ilustração da coluna da Anna Marina por Marcelo Lelis

Nosso nome é o que nos individualiza, nos personifica na sociedade, é algo íntimo. É uma etiqueta que carregaremos por toda a nossa vida. Um direito de todos, sempre composto pelo primeiro nome e o sobrenome. E o mais impressionante é que algo tão importante não é de nossa escolha, mas criado ou escolhido pelos outros, geralmente os pais e muitas vezes com grande influência de terceiros.

Penso que a maioria das pessoas gosta do nome que recebeu, mas conheço muita gente que não gosta, e não conheço uma única pessoa que nunca na vida pensou qual o nome que gostaria de ter. Geralmente, esse pensamento vem quando resolvemos perguntar aos pais como e por que escolheram aquele nome para nós. Não são poucos os que ficam aliviados quando escutam as opções, em perceber que ganharam o melhor nome de todos. O fato é que não gostar do nome é mais comum do que imaginamos. Não apenas por acharem o nome feio, mas porque certos nomes trazem constrangimentos e outros uma energia ruim, como se fosse um peso.

Ao contrário de como fazemos na maioria das vezes, a escolha dos nomes era muito importante nos tempos bíblicos. Cada nome tinha um significado, era uma grande responsabilidade e ele se tornava parte importante da vida da criança. Segundo o dicionário Webster 1828, a palavra nome significa a reputação de alguém, o carácter, uma pessoa. É a própria pessoa. O nome é a pessoa. Também significa autoridade.

Na “Bíblia”, o nome nunca é um “rótulo”; é sempre a pessoa. E muitas vezes Deus trocava o nome da pessoa, de acordo com seu papel na história. Dois exemplos: Abrão significa pai ilustre, quando Deus o chamou para sair de sua terra ir para outro lugar e que ele seria o pai de muitas nações e, por isso, seu nome passou a ser Abraão. Jacó, irmão gêmeo de Esaú, nasceu segurando o calcanhar do irmão, por isso recebeu esse nome, que significa “agarrador de calcanhar” ou “suplantador”. Quando ele lutou com Deus até finalmente se render a Ele, passou a se chamar Israel, que significa “homem que luta com Deus”. Conhecer o nome da pessoa era conhecer seu caráter.

Alguns nomes constrangem como, por exemplo, Alma, Aleluia, Maria das Dores, Socorro, Piedade, Alce Barbuda, Amável Pinto, Ava Gina, Asteroide, Barrigudinha, Bizarro, Chevrolet etc. Alguns têm significados ruins como, por exemplo, Mara, que significa amarga. Vilma significa "a que protege", "protetora corajosa", mas na nossa língua é a junção de vil e má e muitos não gostam, Caleb significa cachorro.

Estou tocando nesse assunto porque encontrei, recentemente, com a querida Cris Guerra, amiga que eu gosto e admiro muito. Há alguns meses, ela decidiu mudar seu nome de Cris Guerra para Cris Pàz. Achei uma bobagem, mas esperei encontrar com ela para saber direito dos motivos.

Já cheguei falando que eu não tinha nada a ver com isso, mas que achava uma bobagem, porque o nome dela é lindo, forte. Ela é uma pessoa de tanto sucesso, competente, etc. E ela, com muito amor e delicadeza, me explicou dizendo que a vida toda teve que lutar muito para tudo. Sofreu muitas perdas. Sempre foi chamada pelos outros de mulher guerreira. E, agora, decidiu parar com o Guerra, que traz todo esse peso, e passar para o Pàz, que traz leveza e descanso.

Entendi plenamente. Claro que ela fez tudo isso baseada em análise numerológica para ver a energia do nome etc. Mas depois de tudo que ela me disse que passou na vida, entendi que faz todo o sentido. Tenho certeza que a vida da Cris Pàz será cheia de alegria, que nesse novo momento ela vai colher só coisas boas.

Fico admirada e encantada com pessoas que tomam atitudes para mudar o que não lhe agradam, porque a mudança é algo muito difícil de fazer e enfrentar. Tenho uma amiga que detestava o nome que o pai lhe deu – era feio demais, mesmo – e sempre foi chamada por um apelido. Depois de mais velha, entrou na Justiça e conseguiu trocar seu nome. Escolheu o que gostava e hoje é muito feliz se chamando Ana Sílvia.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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