(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas ANNA MARINA

Cine Brasil: 90 anos de efervescência urbana e cultural

Com a vida noturna agitada dos cassinos, teatro de revista, bailes e salas de cinema, nasce o Cine Brasil, em 14 de julho de 1932


14/07/2022 04:00 - atualizado 13/07/2022 20:31

Cine Theatro Brasil Vallourec, no Centro de BH
Desde 2013, após ser restaurado, centro cultural passou a ser Cine Theatro Brasil Vallourec (foto: Gabriel Araújo/Divulgação)

Em uma época em que os olhos estão voltados para a revitalização do Centro da cidade, não podemos deixar passar em branco o dia de hoje, 14 de julho, quando se completam 90 anos de fundação do belo Cine Brasil, atualmente, Cine Theatro Brasil Vallourec. O primeiro prédio histórico do Centro de Belo Horizonte a ser revitalizado.

Com certeza, os moradores mais antigos lembrarão da efervescência do Centro da capital, que veio com a chegada do Cine Brasil nos anos 1930. Para os mais novos, vale a pena resgatar um pouco da história. O crescimento econômico provocou uma mudança na ocupação do Centro da cidade. A área residencial passou a receber prédios comerciais. Teve início a verticalização de BH, e cada vez mais os grandes edifícios passaram a fazer parte da paisagem.

Foi nesse cenário de efervescência urbana e cultural – com a vida noturna agitada dos cassinos, teatro de revista, bailes e salas de cinema – que nasce o Cine Brasil, em 14 de julho de 1932. Foi o primeiro prédio da cidade sob a influência do estilo art déco, projetado por Alberto Murgel, e continua sendo referência para a arquitetura urbana moderna e um marco para BH. Inspirado na tradição francesa que apostava em volumes geométricos bem definidos, pouca ornamentação e vitrais de ferro e vidro martelado, a construção também rompeu barreiras ao utilizar concreto armado, importado da Inglaterra. Seu estilo arquitetônico abriu caminho para novas construções, como as sedes da Prefeitura Municipal e dos Correios.

Inaugurado como o maior cinema do país, sua primeira exibição foi o romance musical “Deliciosa”, estrelado por Janet Gaynor e Raul Roulien, que reuniu 5 mil pessoas. Foi lá que o público assistiu em 1940 o clássico “E o vento levou”, o desenho “Branca de Neve”, e o filme carnavalesco da Atlântida com Oscarito e Grande Otelo.

Durante alguns anos, foi o prédio mais alto da capital, com seus oito andares. Turistas e moradores pagavam ingresso para visitar o terraço e avistar toda a Serra do Curral. O Cine Theatro Brasil era point da sociedade belo-horizontina e tinha bailes de carnaval nos foyers. Tinha o Bar Brasil e o primeiro Restaurante Popular de Minas Gerais, inaugurado por Juscelino Kubitschek, em 1952. Encerrou suas atividades em 1999, com a exibição de “O especialista”, de Sylvester Stalone.

Em 2006, a Fundação Sidertube adquiriu o prédio, restaurou e, depois de sete anos de trabalho, em 2013, foi inaugurado o Cine Theatro Brasil Vallourec, com a bela exposição “Guerra e paz”, de Candido Portinari. Na restauração, foi encontrada uma cápsula do tempo, no Teatro de Câmara, com fotos e jornais da época.

No final dos anos 1960 e início da década de 1970, o Cine Brasil abrigou o programa semanal, o “Brasa 4”, exibido pela TV Itacolomi. O Grande Teatro hoje tem mil lugares, 200 são cadeiras originais.

Para celebrar a data tão importante, o Cine Theatro Brasil Vallourec está com programação gratuita e especial. As atrações começam às 8h, com a Banda da Guarda Municipal, na entrada principal do Cine Brasil, na Praça Sete, e seguem até as 21h, com apresentação de artes cênicas no Grande Teatro.

Para relembrar os tempos áureos daquela que já foi a maior sala de exibição do país, sessões de cinema no Teatro de Câmara com grandes clássicos: “O garoto” (Charles Chaplin), “Scarface” (Howard Hawks), “M, O vampiro de Dusseldorf” (Fritz Lang) e “Festim diabólico” (Alfred Hitchcock).

Haverá ainda visitas guiadas para quem quiser conhecer um pouco mais dos bastidores do centro cultural. A programação completa com os horários pode ser consultada no site do Cine Teatro. Apesar de ser gratuita, é preciso retirar ingressos para o Grande Teatro no site eventim.com.br ou na bilheteria do teatro. Para as sessões de cinema do Teatro de Câmara, os ingressos devem ser retirados na bilheteria local 1h antes de cada sessão.

Para fechar a programação dos 90 anos, em 29 de julho, haverá concerto “Música de cinema”, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), sob regência de Sérgio Gomes, com a exibição simultânea de imagens de alguns filmes. A apresentação marca a parceria do Cine com a Fundação Clóvis Salgado.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)