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Estado de Minas

Conheça a queijeira mineira que ganhou prêmio na França

Lucilha de Faria aprendeu a fazer queijo com seus pais e avós, na Serra da Canastra. Aos 34 anos, ela comanda queijaria em São Roque de Minas e foi premiada no Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, um dos principais concursos do mundo


postado em 31/08/2019 04:00 / atualizado em 31/08/2019 09:26


Lucilha de Faria, de 34 anos, comanda a Queijaria Pingo de Amor, em São Roque de Minas, na Serra da Canastra(foto: Sebrae Nacional /Divulgação)
Lucilha de Faria, de 34 anos, comanda a Queijaria Pingo de Amor, em São Roque de Minas, na Serra da Canastra (foto: Sebrae Nacional /Divulgação)
 
Em época em que o queijo mineiro é tão prestigiado e reconhecido, é bom ficar conhecendo a história de uma dessas produtoras vencedoras, enviada pelo Sebrae à coluna:

“Desde que se entende por gente, a mineira Lucilha de Faria adora fazer queijos. Depois de superar muitas dificuldades – o que inclui depressão severa na infância –, transformou a paixão em profissão e a profissão em negócio de sucesso. Hoje, aos 34 anos, ela comanda a Queijaria Pingo de Amor, em São Roque de Minas, na Região da Serra da Canastra. A expedição #AquiTemSebrae foi até lá conhecer esta história. 

Lucilha sempre gostou das coisas da roça e aprendeu a fazer queijo, ainda criança, com seus pais e avós. Gosta tanto da fazenda que teve depressão quando precisou morar na cidade para estudar. 'Foi um período muito turbulento. Depois de ter nascido e crescido livre na fazenda, foi um baque ter de ir para a cidade. Morava com minha avó. Ver meus pais vindo para a roça e eu ter de ficar lá, na escola, acabava comigo. Eu me sentia em uma prisão', lembra. Depois de longo tratamento e de passar por essta fase difícil, ela decidiu que queria criar sua família na roça e viver do queijo.

Quando voltou para a fazenda, depois de terminar os estudos, percebeu a situação financeira de seus pais, com poucos recursos e sem muitas perspectivas. 'Queria viver da roça, do queijo, mas não sabia como, por onde começar. Foi quando um vizinho, que estava enfrentando dificuldades por causa da seca, pediu pra gente cuidar das vacas dele. Aí, começamos a tirar leite e fazer queijo', relembra ela. No começo do negócio, por volta de 2012, a produção diária de oito peças era vendida fresca ao atravessador, sem muito valor agregado, por menos de R$ 5 o quilo. O que não era suficiente pra sustentar a família, levando Lucilha e o marido, André, a quase perder tudo.

Foi quando eles decidiram se juntar à Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan), profissionalizar a produção e agregar valor ao queijo que vendiam. Na retomada da produção, o casal decidiu investir mais na qualidade do que na quantidade. 'Passamos a gastar mais leite para fazer o queijo e ter um produto melhor. Por meio do projeto com a Aprocan e o Sebrae, levamos o queijo para a Feira Aproxima, em Belo Horizonte. E depois para o Prêmio Brasil, em São Paulo, onde nosso produto foi premiado. De lá pra cá, a gente vem crescendo muito', revela Lucilha.

No começo da história da empresa, eram produzidos diariamente 100 litros de leite e oito queijos, que eram vendidos por R$ 4,50 cada um. Hoje, com um rebanho de 80 cabeças de gado, a fazenda produz 250 litros de leite por dia e 22 peças grandes de queijo canastra. Cada peça é comercializada, em média, por R$ 45. Com o apoio e orientação do Sebrae, Lucilha aperfeiçoou a produção, investiu no desenvolvimento da marca e participou de diversos eventos. Todo o trabalho de identidade visual da marca Pingo de Amor, por exemplo, foi desenvolvido a partir do programa Sebraetec, que subsidia o acesso dos pequenos negócios a serviços tecnológicos.

Na páscoa deste ano, quando estava construindo a estrutura para abrigar a quarta versão de sua queijaria, Lucilha teve uma ideia para conseguir faturamento extra. 'A criatividade, nesse caso, foi motivada por uma necessidade. Resolvi fazer um ovo de páscoa todo de queijo. Quando fiz o protótipo e postei nas redes sociais, os pedidos não pararam de chegar. No total, vendemos 300 ovos', lembra. Logo depois, em junho, o queijo Pingo de Amor foi premiado em um dos principais concursos de queijo do mundo, o Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, realizado na França. ‘Chegar lá sem falar francês, sem nunca ter saído do Brasil e ser premiada, depois de tudo o que a gente sofreu, foi uma sensação que nem sei descrever. Esste trabalho que o Sebrae faz aqui é muito importante, porque incentiva a profissionalização do produtor e reforça a nossa capacidade de trabalhar por qualidade e buscar mercados que nos valorizem', avalia a queijeira.”  

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