(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas COLUNA

A hora e a vez da biópsia líquida para a detecção precoce do câncer

"Instituto Nacional do Câncer dos EUA começa a testar exames de sangue que podem salvar vidas ao detectar cânceres em fase precoce"


31/07/2022 04:00 - atualizado 31/07/2022 08:19

Ilustração
Testes que rastreiam pessoas aparentemente saudáveis para muitos tipos de câncer por meio da análise de uma amostra de sangue estão começando a entrar na clínica – mas precisam ter sua eficácia, acurácia e segurança comprovadas através de grandes estudos clínicos. Agora, como parte do relançamento do Cancer Moonshot do presidente Joe Biden, o Instituto Nacional do Câncer americano (NCI) deverá patrocinar um grande ensaio clínico para atestar inequivocamente a efetividade dos testes atualmente disponíveis.
 
Recentemente, os conselheiros do NCI endossaram um estudo piloto de US$ 75 milhões em quatro anos, envolvendo pelo menos 24 mil pessoas para avaliar os testes, que captam principalmente vestígios de DNA e proteínas que os tumores derramam no sangue. O que mostra sobre a viabilidade desses testes, às vezes chamados de biópsias líquidas, ajudará o NCI a decidir se deve lançar um ensaio clínico de longo prazo, em até 300 mil voluntários com idades entre 45 e 70 anos, para saber se eles salvam vidas.
 
Empresas como GRAIL e Exact Sciences relatam que seus testes podem detectar muitos tumores em um estágio inicial, quando são mais fáceis de tratar. O GRAIL já está oferecendo seu teste de US$ 949, que requer receita médica, para pessoas com mais de 50 anos e outras com risco elevado de câncer.  Também lançou um teste de 140 mil pessoas no Reino Unido.

O teste chama-se “Galleri  Blood Test” e é utilizado para a detecção precoce de pelo menos 50 tipos de câncer, empregando o sequenciamento de cfDNA (DNA tumoral livre circulante) e a avaliação de metilação gênica pela técnica do bissulfito.
 
Mas esses testes podem não detectar cânceres e produzir falsos positivos, levando a procedimentos desnecessários e também à fobia e ansiedade dos pacientes que apresentem teste positivo.
Como primeiro passo para o estudo piloto, o NCI pretende validar as alegações das empresas usando amostras de sangue de pessoas já conhecidas por terem câncer, juntamente com outras que se acredita serem livres de câncer.

Alguns testes farão parte do estudo clínico piloto a partir de 2023 ou 2024. Alguns participantes farão um dos exames de sangue multi câncer juntamente com o rastreamento padrão do câncer, como mamografias, enquanto um grupo de controle receberá apenas os testes de rotina.

Uma preocupação é que, como a detecção precoce do câncer com um exame de sangue é uma ideia tão atraente, pode ser difícil encontrar pessoas dispostas a fazer parte do grupo de controle. Somente se o estudo piloto for um sucesso o NCI se comprometeria com o estudo de acompanhamento maior para avaliar se diagnósticos anteriores realmente reduzem a mortalidade.
 
Os estudos serão complexos e bastante desafiadores. Os técnicos e cientistas do NCI reconhecem os desafios, mas concordaram com a importância do esforço, pois é imperativo se debruçar sobre questões como o manuseio do sangue e o envio das amostras para os laboratórios envolvidos e a devolução dos resultados.

Os laboratórios precisam ter dados publicados e revisados por pares e mostrar que os mesmos podem replicar os resultados. Eles precisam ser capazes de bloquear os parâmetros do teste, o algoritmo que julga se os biomarcadores sanguíneos indicam câncer. O ensaio principal deverá incluir cerca de 75 mil pessoas por braço de estudo.

Então, se forem três testes e um braço de tratamento padrão, os ensaios recrutarão cerca de 300 mil voluntários e terão uma duração aproximada de 7 a 8 anos. A estimativa de estudos anteriores é que 1% dos participantes terão um teste positivo, indicando assim que têm algum tipo de câncer.

Entre os positivos, em um terço, nada é efetivamente encontrado; em um terço não há câncer, há alguma outra condição benigna que causou a positividade do teste; e em um terço, o câncer será confirmado em exames futuros. Essa é a expectativa de performance desses testes que passarão agora a ser testados em larga escala.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)