DANÇA

Movidos, com bailarinos PCD, traz o Nordeste futurista a BH

Grupo potiguar apresenta o espetáculo 'SER(tão)' desta quarta a sexta-feira (5 a 7/11), no Marília e Sesc Tupinambás. Mário Nascimento assina coreografias

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O grupo Movidos Dança faz turnê em Minas determinado a revelar um Nordeste diferente ao público. Depois de passar por Mariana e Ouro Preto, o espetáculo “SER(tão)”, criação da companhia potiguar, chega a Belo Horizonte nesta quarta-feira (5/11), com três apresentações e oficina gratuitas. A temporada começou no Maranhão e se encerra no Espírito Santo.

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Com coreografia e direção de Mário Nascimento, do Corpo de Dança do Amazonas e que trabalhou muitos anos em BH, e direção artística de Anderson Leão, “SER(tão)” não se limita à dança, de acordo com os autores. Buscou construir estética que aponta para o Nordeste futurista.

“A ideia de Nordeste futurista nasce do desejo de romper com os estereótipos que há tanto tempo são colocados sobre a região. A gente quis ir além daquela imagem única do Nordeste da seca, da pobreza, das casas de barro. Essa visão é limitada e não representa a complexidade, a potência e a diversidade desse território”, diz Anderson Leão.

A companhia tem integrantes PCDs (pessoas com deficiência). O diretor conta que, no palco, os bailarinos trazem à cena cores, memórias, ancestralidades e sons nordestinos, fruto de influências indígenas, africanas e europeias que pulsam nas festas, nas tradições populares e nas expressões culturais.


“O som do M4J, artista que assina a trilha do espetáculo, mistura forró, embolada e baião com batidas eletrônicas. Ele se encontra com a identidade coreográfica de Mário Nascimento, com uma dança contemporânea intensa, física e poética. Tudo isso constrói o Nordeste que olha para a frente sem perder suas raízes, reafirmando sua força e sua beleza no presente”, diz Anderson.


Os gestos evocam o cotidiano e a memória do nordestino – da forma de dançar o forró e rezas às tradições que atravessam gerações. “Não existe o velho e o novo, mas um ser que pode 'ser tão', e ser tudo quanto quiser”, afirma Anderson.


Cinco bailarinos estarão em cena. Criado em Natal (RN), em 2018, Movidos é formado por artistas com e sem deficiência, explica o diretor. Cada integrante, segundo ele, traz consigo bagagem muito diversa, da dança popular e de salão às danças urbanas, como hip hop, breaking e waacking.


Tal mistura já cria, por si só, uma narrativa de resistência que, na coreografia, aparece no encontro entre as identidades de cada intérprete.

“Não buscamos que todos dancem da mesma maneira. Cada corpo traz sua história, seu modo de se mover, e juntos eles constroem uma plural, que se reconhece nas diferenças. O resultado é um espetáculo em que o contemporâneo e o popular se abraçam, no diálogo entre o corpo de hoje e as raízes que sustentam o que somos”, diz.

Nova estética

Bailarino e diretor-geral do grupo, Daniel Silva diz que o processo de construção do espetáculo vem quebrar a estética culturalmente construída de um povo que apenas sofre.

“Reflete a beleza de ser e de estar nesse 'ser (tão)', de entender a força e a história de um povo capaz de construir e deixar um legado. Revela um povo intimamente ligado a tudo o que temos de mais rico, tecnológico e cultural”, conta.


Em consonância com sua proposta estética, o espetáculo oferece intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), audiodescrição e abafadores sonoros para pessoas com sensibilidade auditiva ou transtorno do espectro autista (TEA), além de espaços para usuários de cadeiras de rodas.


Daniel Silva, que é cadeirante, diz que a própria composição do grupo reflete a arte acessível a todos. “É entender que pessoas como eu existem e são capazes de produzir cultura. É a mensagem de que nós, PCDS, queremos e podemos ocupar todos os espaços”, diz.

Oficina



A turnê em Minas Gerais combina apresentações e ações formativas, nas quais bailarinos trabalham células coreográficas baseadas no espetáculo.

A oficina “Movidos à dança”, por exemplo, é um espaço de estudo e vivência em conexão com a gestualidade e as técnicas de danças de “(SER) tão”, explica a bailarina e professora Ariadna Medeiros. O objetivo, afirma, é estimular o desenvolvimento de uma audiência no âmbito da dança contemporânea.


“Esperamos que o público mineiro possa se reconhecer nesta dança que fala, acima de tudo, de Brasil, de todos nós. E que também se divirta com a estética do nosso trabalho, que quebra tabus”, conclui Daniel Silva.

“(SER) TÃO”


Com grupo Movidos Dança. Nesta quarta-feira (5/11), às 19h30, e quinta-feira (6/11), às 15h, no Teatro Marília (Avenida Professor Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia). Sexta-feira (7/11), às 19h, no Sesc Tupinambás (Rua dos Tupinambás, 908, Centro). Entrada franca. Oficina na sexta (7/11), das 9h às 12h, no Sesc Tupinambás.


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