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Estado de Minas

Frederico Flores, líder do Bando da Degola, será julgado na quinta-feira

O ex-estudante de direito é acusado de homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, extorsão, ocultação de cadáver e formação de quadrilha


postado em 11/09/2013 10:01 / atualizado em 11/09/2013 10:31

Flores em audiência no fórum em 2011 e uma imagem dele divulgada na época do crime(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press 29/04/2011 e Anonimo.16/04/2010 )
Flores em audiência no fórum em 2011 e uma imagem dele divulgada na época do crime (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press 29/04/2011 e Anonimo.16/04/2010 )

Começa a ser julgado na quinta-feira o líder do Bando da Degola, Frederico Costa Flores de Carvalho, acusado de comandar os assassinatos dos empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39. O crime aconteceu em apartamento do Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em abril de 2010. O réu vai enfrentar o II Tribunal do Júri sob acusações de homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, extorsão, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. A sessão está marcada para 8h30, no Fórum Lafayette, e será presidida pelo juiz Glauco Fernandes com o Ministério Público representado pelo promotor Francisco Assis Santiago.

Durante o processo, a defesa do ex-estudante de direito tentou provar a insanidade mental do réu, mas um laudo indicou que ele é inteiramente capaz de compreender a gravidade dos crimes cometidos. A decisão que determinou o seu julgamento pelo júri popular foi publicada em setembro de 2009. Na sentença, o juiz considerou suficientes os indícios de autoria para mandar o réu a julgamento por duplo homicídio triplamente qualificado - com emprego de meio cruel, com dificuldade de defesa para as vítimas e para garantir a ocultação e a impunidade dos outros crimes cometidos.Flores está preso na Penitenciaria Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Ao todo, sete pessoas respondem pelo crime contra os empresário. Dois réus envolvidos nesses homicídios já foram condenados: o ex-policial militar Renato Mozer, a 59 anos de reclusão, e o estudante Arlindo Sorares Lobo, a 44 anos de prisão - ambos por homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Os outros acusados que aguardam julgamento são a médica Gabriela Corrêa Ferreira da Costa, o pastor evangélico Sidney Eduardo Beijamin e o o advogado Luiz Astolfo, o garçom Adrian Gabriel Grigorcea e o ex-policial André Bartolomeu.

Cronologia do crime: entenda o caso macabro das decapitações de empresários em 2010:

7/4 Quarta-Feira
Segundo investigações da Polícia Civil, o garçom Adrian Grigorcea leva o genro, Rayder Rodrigues, ao apartamento de Frederico Costa Flores Carvalho, no Bairro Sion. Lá, o dono do imóvel, com dois policiais, amarram e torturam Rayder para conseguir informações sobre contas bancárias de suas lojas.

8/4 Quinta-Feira
No segundo dia, além de um dos policiais e de Frederico, um advogado e uma médica também estavam no apartamento e, à frente do computador, Rayder era obrigado a conseguir mais dinheiro com seu sócio, Fabiano Ferreira Moura, por meio de um programa de mensagens instantâneas.

9/4 Sexta-Feira
Rayder foi obrigado a sacar R$ 28 mil de bancos. O dinheiro foi entregue a Frederico. No mesmo dia, seu sócio, Fabiano, foi levado ao apartamento e pressionado a entregar a documentação de seu automóvel. Como não cedeu, os dois policiais o levaram para um quarto, onde foi estrangulado. Rayder teria sido drogado, antes de ser esfaqueado por Frederico repetidas vezes. Depois de matar, integrantes do bando teriam cortado dedos e cabeças das vítimas, para dificultar sua identificação.

10/4 Sábado
Os corpos foram jogados numa estrada que liga a BR-040 à Fazenda Rio de Peixe, em Nova Lima, na Grande BH. As cabeças foram escondidas em outro local, ainda não revelado. Depois disso, os autores teriam lavado os carros e o imóvel, promovendo um churrasco no apartamento. À tarde, seguranças de uma mineradora ligaram para a PM ao encontrar os dois corpos, carbonizados.

12/4 Segunda-Feira
De manhã, ao chegar no apartamento de Frederico, Adrian foi obrigado a sacar todo dinheiro que tinha sido transferido para sua conta dias antes, o que totalizaria R$ 150 mil. Mas, na agência, teve autorização para retirar apenas R$ 6,5 mil e fez programação para sacar R$ 70 mil no dia seguinte. Ao sair, teria sido obrigado por Frederico a avisar onde estava de hora em hora.

13/4 Terça-Feira
De madrugada, M. M. P. e C. R. O. se encontraram com Adrian, que confessou participação na ocorrência e foi pressionado a denunciar o crime. Pela manhã, a PM montou um operação para prisão, em flagrante, dos suspeitos.

14/4 Quarta-Feira
Às 4h, depois de 16 horas de depoimento, três suspeitos são levados para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão e um policial é entregue à Corregedoria da Polícia Militar.

15/4 Quinta-Feira
Dois suspeitos citados no boletim de ocorrência se apresentaram no Departamento de Investigações para prestar depoimento e colaborar no caso. A médica Gabriela Ferreira Corrêa Costa e o cabo André Bartolomeu saem presos direto para a carceragem do Ceresp.

16/4 Sexta-Feira
Frederico mantém-se calado em depoimento aos policiais. Durante toda a tarde, agentes e delegados da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão em oito imóveis de envolvidos.

17/4 Sábado
O ex-presidente da CUT, Carlos Calazans, denuncia ter sido torturado e ter sofrido uma tentativa de extorsão por Frederico Flores. Polícia busca cabeças no Parque das Mangabeiras, sem sucesso.

18/4 Domingo
Após missa de sétimo dia, irmão de Fabiano divulga nota, em nome da família, pedindo a apuração dos crimes e confirmando que Fabiano e Rayder mantinham um esquema de lavagem de dinheiro que movimentava somas milionárias, oriundo de falcatruas de agiotagem e contrabando. Ele acusou Frederico de ter construído uma rede de extorsão e chantagem.

19/4 Segunda-Feira
Polícia ouve novos depoimentos e suspende buscas por cabeças até a descoberta de novas pistas. Advogado de Frederico pede a suspensão de seus depoimentos, mesmo informais. Relação da empresa de Frederico com político e sindicalistas é confirmada.


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