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Estado de Minas

Sacos de lixo entram na lista de compras e encarecem orçamento

Aquisição do produto entra no foco das donas de casa e pesa no orçamento. Diferença de preços chega a 85,7% em BH


postado em 07/05/2011 07:00 / atualizado em 07/05/2011 07:10

 

Heloísa Machado voltou a precisar das embalagens:
Heloísa Machado voltou a precisar das embalagens: "Não são baratas" (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

 

Com o fim da distribuição das sacolas plásticas em Belo Horizonte, a embalagem para o lixo entrou na lista de compras e já pesa no orçamento doméstico. Levantamento do site Mercado Mineiro em 10 supermercados da capital mostra que o preço médio encontrado pelo produto reciclado de 50 litros, com 30 unidades, é de R$ 17. A variação de preços é alta e chega a 85,7%, uma vez que o pacote de sacos de lixo é vendido entre R$ 11,79 e R$ 21,90 na cidade. Fabricantes acreditam que o valor do produto permaneça estável. A expectativa é de que não seja registrada nenhuma alta forte na procura pelos saquinhos, pois a população de baixa renda deve retomar ao velho hábito de dispensar o lixo sem acondicioná-lo em embalagens de polietileno.

Antes de escolher qual produto vai levar para casa, o consumidor deverá avaliar também o custo-benefício de cada um. A diferença de preços entre fabricantes é grande. Em alguns casos, as embalagens com mais unidades saem mais barato. A embalagem de 15 litros com 60 unidades, por exemplo, pode ser encontrada por R$ 21,9. E há casos em que o produto, com a mesma capacidade mas com 100 unidades, custa R$ 7,98. Quanto maior a capacidade, menor costuma ser o custo. Sacos de 15 litros, com 60 unidades podem custar R$ 21,90. Mercadoria do mesmo fabricante com 30 unidades e 100 litros sai por R$ 18,59. O número de embalagens é menor, mas a capacidade é seis vezes maior.

A dona de casa Heloísa Machado acrescentou a embalagem plástica à sua lista de supermercado. Ela pagou pelo produto reciclado pouco mais de R$ 20 e, mesmo podendo arcar com o custo extra, observa que não são baratas. Ela conta que para fazer o produto render, está utilizando a capacidade máxima das embalagens. “Passei a dispensar o lixo a cada dois dias, ao invés de diariamente.”

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens de Plástico (Abief), Alfredo Schmitt, o crescimento da demanda pelo produto nas classes A e B não será suficiente para fazer o preço cair. “As famílias mais pobres que recebiam a sacolinha de graça não vão gastar em média R$ 15 por mês para comprar sacos plásticos. O impacto na produção da indústria vai ser bastante grande.”

Aos 82 anos, Lia Orlandi França é voluntária em trabalhos sociais em regiões de baixa renda. Moradora de um ponto nobre de BH, ela observa que o hábito da reciclagem e reaproveitamento ainda é tímido até mesmo em locais que contam com a coleta seletiva. “Estou muito preocupada. Não vejo investimentos na educação da população. Com o fim das sacolas, ninguém está ensinando aos mais pobres como lidar com seu lixo”, diz. Ela recicla os resíduos domésticos há vários anos.
As embalagens para lixo vendidas na cidade devem ser recicladas. “Tivemos que readequar o estoque para atender à lei”, diz Marcos Kayser, gerente de marketing da rede Super Nosso, com 12 lojas na cidade, sendo cinco gourmets. Apesar de os números referentes aos últimos 20 dias ainda não terem sido fechados, ele ressalta que a rede já sentiu um crescimento na demanda pelos sacos de lixo.

A babá Angélica Ferreira não compra os sacos para lixo porque, segundo ela, o volume de sacolinhas que recebia no comércio era muito grande e ainda conta com algum estoque. Ela se assustou ao verificar na gôndola o preço do item. “É muito caro, não é acessível para todos.” Angélica diz que a partir de agora vai reaproveitar o máximo que puder as embalagens que tiver em casa.

Um grande gargalo dos sacos plásticos é a coleta seletiva. Em Belo Horizonte, a medida atinge o percentual de 10% e é criticada por especialistas. Ronaldo Gusmão, coordenador-geral da Conferência Latino-Americana sobre Sustentabilidade (Ecolatina) comenta que sem uma coleta ampla o plástico das embalagens vai parar no aterro, e assim como as sacolas, ficará no meio ambiente por mais 400 anos.

Qual é a diferença?

Sacos de plástico (de lixo)

>> Como as sacolas proibidas, são produzidos de polietileno e permanecem no meio ambiente por até 400 anos.
>> A vantagem é que como podem ser reciclados, se houver coleta seletiva deixam de ir para o aterro sanitário.
>> Custo médio para o consumidor: R$ 17 (50 litros/30 unidades).

Sacolas compostáveis
>> O produto é o único permitido em Belo Horizonte.
>> Prometem uma decomposição em 180 dias.
>> São produzidas a partir do amido do milho.
>> Custo para o consumidor: R$ 0,19 a unidade para seis quilos


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