Especialistas alertam que é hora de diminuir desperdício

Para especialistas o momento é uma boa oportunidade para o consumidor reduzir o percentual do lixo, que cresce com a melhoria da renda e economizar, diminuindo também o desperdício que começa na produção e termina na lixeira doméstica. No caso dos alimentos, as perdas nos lares brasileiros atingem 40%. Em países como o Canadá o percentual não ultrapassa os 8%.

O belo-horizontino já produz 1,2 quilo de lixo por habitante, praticamente a mesma quantidade dos países europeus, segundo números divulgados no Panorama de Resíduos Sólido do Brasil, publicado no ano passado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). “Isso sem que a cidade tenha um aterro sanitário capaz de sustentar esse hábito de vida. Na Europa o lixo é incinerado com energia gerada pelos próprios resíduos”, compara Ronaldo Gusmão, coordenador-geral da Conferência Latino-Americana sobre Sustentabilidade (Ecolatina).

 Gusmão aponta que grandes indústrias já estão adotando no país a redução das embalagens sem comprometer o conteúdo. “Tudo que vai para o lixo é dinheiro jogado fora. Precisam ser feitas campanhas educativas para incentivar a população a reduzir sua produção de lixo. É preciso pensar também na volta da embalagem de papel.”

Quem apoia o fim das sacolas de plástico acredita que o sucesso das retornáveis, vendidas a partir de R$ 1,98, é um sinal positivo da população. No supermercado Verdemar, a procura surpreendeu e um lote de 120 mil sacolas foi esgotado nas últimas cinco semanas. Novos produtos só estarão disponíveis em julho. Na rede Super Nosso, mais de 40 mil sumiram das gôndolas nos últimos 20 dias. Segundo a rede Carrefour, 80 mil sacolas retornáveis foram vendidas no primeiro trimestre, sendo que depois de 18 de abril, as vendas aceleraram atingindo a marca das 200 mil unidades.