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Estado de Minas

Consumidores precisam aprender a driblar a inflação

Pesquisar preços, substituir itens e reduzir consumo são armas para evitar que alta de preços corroa o orçamento


postado em 07/05/2011 07:00 / atualizado em 07/05/2011 07:10

 

"Antes eu não tinha essa preocupação de comparar preços. Isso só surgiu agora", Telma Elian, psicóloga (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

 

Driblar a inflação não tem sido uma tarefa fácil para os consumidores. Isso porque todos os grupos que compõe o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE ficaram mais caros nos últimos quatro meses. No acumulado do ano até abril, os nove itens medidos pelo levantamento apresentaram taxa positiva, com destaque para educação, com alta de 7,32%, transportes (5,24%) e despesas pessoais (3,65%). Na Região Metropolitana de Belo Horizonte o cenário não é muito diferente, com apenas uma exceção, o grupo vestuário, que acumula deflação de 0,36% no ano.

Apesar das dificuldades, os consumidores ainda têm alternativas para fugir da escalada generalizada de custos e reduzir os impactos no orçamento. Para o diretor adjunto da Fundação Ipead/UFMG, Wanderley Ramalho, a pesquisa de preço deve começar a fazer parte das compras. “A população não pode ficar passiva e aceitar qualquer reajuste. É preciso questionar, comparar preços e mudar os hábitos de consumo”, pondera. Para o especialista, o papel dos consumidores é crucial para evitar a disseminação do componente especulativo, muito comum em cenários de inflação pressionada.

“Quando há inflação, há também tendências de especulação. Para não deixar que isso ganhe espaço, o consumidor tem que ficar vigilante e mitigar esse componente”, pondera. Medida já adotada pela psicóloga Telma Elian. “Antes eu não tinha essa preocupação de comparar preços. Isso só surgiu agora”, afirma. Não bastasse a caçada pelo menor preço, a lista de Telma diminuiu. “Estou comprando menos. Além disso, antes pego os folhetos dos supermercados e analiso. Só compro o que está na promoção”, garante.

Mudança de hábito

A substituição de itens da cesta também se torna uma prática comum entre os consumidores que querem economizar. Impressionada com os altos preços do açúcar, a advogada Ana Paula Bertolini resolveu reduzir a compra do produto. “Depois que começou a subir passei a usar mais adoçante e até mesmo a comprar sucos que já vêm adoçados. Agora é raro comprar um saco de cinco quilos”, observa. Telma também adota a medida em casa e tenta deixar o feijão de lado em prol da soja. “Minha filha não gosta muito, mas dou um jeito de disfarçar com tempero para que ela não perceba”, conta.

E não é só no supermercado que as pessoas começam a apertar o cinto para restringir gastos. Com a explosão dos preços da gasolina e do álcool nas bombas, os principais vilões da inflação nos últimos dois meses, foi preciso criar novos hábitos de locomoção. “Passei a buscar minha filha na escola a pé. Muitos pais também se juntam para que um dia um fique responsável por levar e outro por buscar”, explica Telma.

O transporte em grupo para as festas, muito comum entre os pais que querem dividir a responsabilidade, se intensificou. “Um leva o grupo e o outro busca. Temos que tentar driblar de alguma forma”, pondera. Reunir grupos e utilizar toda a capacidade de transporte do carro é uma boa dica também no dia a dia. Para a advogada Ana Paula, correr dos combustíveis é mais difícil, mas sempre que pode, tenta uma carona para ratear as despesas. “Em alguns casos eu iria sozinha com meu carro, mas agora tento essa alternativa”, afirma.


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