O alerta de saúde gerado pelo aumento de novos casos de sarampo em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, reforça uma recomendação essencial para quem planeja viajar: manter a carteira de vacinação em dia.

Seja para um destino dentro do Brasil ou no exterior, a imunização é a principal ferramenta para evitar doenças e garantir uma viagem tranquila, protegendo tanto a saúde individual quanto a coletiva.

Doenças que pareciam controladas, como o próprio sarampo, voltaram a circular em diversas regiões. O deslocamento de pessoas facilita a propagação de vírus e bactérias, tornando a vacinação uma medida de segurança indispensável antes de fazer as malas.

De acordo com Heryka Cavalcante, enfermeira responsável pelo serviço de vacinas do Sabin Diagnóstico e Saúde, a imunização deve ser realizada para evitar doenças contagiosas e endêmicas (que aparecem com mais frequência em determinada região).

“É recomendável que as vacinas sejam tomadas com, pelo menos, dez dias de antecedência, principalmente as de febre amarela. Algumas vacinas, como a de hepatite, exigem um esquema de doses, e é necessário completar o ciclo para garantir sua eficácia”, explica.

Quais vacinas tomar para destinos nacionais?

Viajar pelo Brasil também exige cuidados, principalmente para regiões de mata ou com surtos localizados de alguma doença. A verificação do cartão de vacinas é o primeiro passo. Os imunizantes mais importantes para destinos nacionais incluem:

  • Febre amarela: obrigatória para diversas áreas de mata e recomendada para quase todo o território nacional. Desde 2020, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra a febre amarela para crianças menores de 5 anos em duas doses: a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos. Para pessoas a partir dos 5 anos, a vacina é dose única. Quem vai para locais de risco e nunca se vacinou deve tomar a dose pelo menos 10 dias antes da viagem.

  • Sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral): com o ressurgimento de casos de sarampo, é fundamental estar com a vacinação em dia. O esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde prevê duas doses para pessoas de 5 a 29 anos e uma dose para quem tem de 30 a 59 anos e não tenha comprovação de vacinação prévia.

  • Tétano e difteria (dT): a vacina dupla adulto deve ser reforçada a cada 10 anos, ou a cada cinco anos em caso de ferimentos graves. É importante checar se a sua proteção ainda está válida antes de qualquer viagem.

E para viagens ao exterior?

Para destinos internacionais, as exigências variam conforme o país. Alguns governos solicitam o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) para comprovar a imunização. O documento pode ser emitido online no portal ConecteSUS após a vacinação.

Para viagens internacionais, as vacinas já citadas, como a do sarampo, também são exigidas. Quem embarca para a Europa e a Ásia Central deve se prevenir contra a doença, já que, desde 2017, os continentes enfrentam uma epidemia de sarampo.

Dessa forma, os viajantes não imunizados, e aqueles que não têm certeza disso, devem verificar se estão com o esquema vacinal completo. Além dela, outras vacinas podem ser recomendadas dependendo do destino, do tipo de viagem e da situação epidemiológica local.

Dentre as mais comuns estão:

  • Hepatite A e B: indicadas para praticamente todos os viajantes internacionais, especialmente para países com condições sanitárias precárias. No caso da hepatite B, pessoas não imunizadas que viajam para países de alta endemicidade apresentam alto risco de infecção. Essa é uma doença sexualmente transmissível e pode ser disseminada por hábitos como relações sexuais desprotegidas, uso compartilhado de drogas, tatuagens feitas com materiais não descartáveis ou mal esterilizados, entre outros.

  • Febre tifoide: recomendada para viagens a países da América do Sul, África e Ásia, principalmente se houver consumo de alimentos e água de fontes não seguras.

  • Meningite meningocócica: a vacina é indispensável para quem vai para a região conhecida como Cinturão da Meningite, na África. A imunização é, inclusive, uma exigência do Ministério da Saúde da Arábia Saudita. O Cinturão corta o continente africano do Senegal à Etiópia. A meningite meningocócica é uma doença endêmica transmitida por um portador assintomático, ou seja, de pessoa para pessoa, principalmente em aglomerações, e tem grande potencial epidêmico.

Todas as vacinas do Calendário Nacional estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Para imunizantes específicos, pode ser necessário procurar serviços privados de vacinação.

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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana

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