Envelhecimento populacional exige mudanças no manejo da saúde bucal no país
Com 30% da população acima dos 60 até 2050, o tema se torna prioridade nacional para evitar edentulismo e doenças crônicas
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Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, a saúde bucal da população idosa tem se tornado um desafio de saúde pública. Apesar dos avanços na odontologia e da ampliação do acesso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), esse cenário permanece crítico. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, até 2050, cerca de 30% da população brasileira terá 60 anos ou mais, o que ampliará consideravelmente a demanda por cuidados odontológicos específicos para essa faixa etária.
Entre os principais problemas bucais enfrentados por idosos estão o edentulismo (perda total dos dentes), que afeta diretamente a alimentação, a fala e a autoestima, além de doenças periodontais como gengivite e periodontite, que, quando não tratadas, podem agravar quadros clínicos de doenças crônicas como diabetes e enfermidades cardiovasculares.
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Também são frequentes as cáries radiculares, provocadas principalmente pela retração gengival e dificuldade de higienização, bem como o câncer de boca, mais comum nessa população, especialmente entre fumantes e consumidores regulares de álcool. Outro problema relevante é a xerostomia (boca seca), geralmente causada pelo uso contínuo de medicamentos.
Apesar da gravidade dessas condições, o acesso ao atendimento odontológico ainda é limitado. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 30% dos idosos fizeram uma consulta odontológica no último ano. As barreiras vão desde dificuldades físicas, como mobilidade reduzida, até questões econômicas, como aposentadorias insuficientes e planos de saúde limitados, além de barreiras culturais, como a ideia equivocada de que perder os dentes é algo natural do envelhecimento.
O modelo de atenção odontológica ainda é, majoritariamente, voltado para ações curativas, quando o ideal seria o foco preventivo ao longo da vida, com reforço na manutenção durante a terceira idade. Negligenciar a saúde da boca na terceira idade traz consequências que vão além do desconforto. Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que infecções bucais maltratadas aumentam o risco de pneumonia aspirativa, comum em idosos acamados ou institucionalizados.
A perda de dentes também está associada à desnutrição, fragilidade física e maior risco de quedas. Por isso, especialistas reforçam a importância de campanhas de educação em saúde, acompanhamento preventivo desde a meia-idade e uma abordagem integrada entre odontologia e geriatria.
Atenção personalizada e novos recursos
Para idosos com mobilidade reduzida ou acamados, empresas como a de Luciana Tedesco, Home Dental Care LTDA, oferecem atendimento domiciliar especializado. Em um caso relatado pela dentista, um idoso que apresentava dores persistentes foi inicialmente atendido em casa. Contudo, a gravidade do quadro exigiu seu encaminhamento a um centro cirúrgico, onde foi possível realizar um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. “Apesar da dedicação da família, que zelava pela fisioterapia, higiene e banho do paciente, a revisão bucal, recomendada a cada quatro meses, havia sido negligenciada, evidenciando a importância de incluir a saúde bucal na rotina de cuidados regulares”, explica.
Para Luciana Tedesco, práticas diárias são fundamentais para evitar ou minimizar os impactos da deterioração da saúde bucal em idosos:
- Higiene bucal diária com escovação adequada e uso de fio dental, preferencialmente com escovas de cerdas macias e creme dental com flúor
- Hidratação constante e uso de saliva artificial ou géis lubrificantes bucais, especialmente em casos de boca seca
- O uso de irrigadores bucais, como os oferecidos pela Relaxmedic, é especialmente importante. Esses dispositivos complementam a higiene. A pressão suave da água facilita a limpeza interdental e da gengiva, prevenindo inflamações e melhorando a higienização geral
- Visitas regulares ao dentista para prevenção, limpeza profissional e diagnóstico precoce de lesões ou infecções
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“A saúde bucal na terceira idade é uma peça-chave para o bem-estar geral e a qualidade de vida, exigindo atenção contínua e soluções inovadoras que atendam às necessidades de uma população cada vez mais longeva”, diz.