Estamos comendo plástico? Anvisa alerta para glitter em doces
Órgão esclareceu que materiais como o PP micronizado, usado em alguns pós-decorativos, não podem ser consumidos
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Depois de viralizar nas redes sociais uma denúncia de glitter de plástico em doces, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu na quarta-feira (22/10) um alerta de que materiais como o polipropileno não são comestíveis e devem ser denunciados.
Um vídeo iniciou a discussão sobre o glitter usado em decorações de alimentos. No vídeo, o criador de conteúdo Dario Centurione, da página "Almanaque SOS", foi a uma padaria e questionou a atendente sobre o produto utilizado nos bolos e doces. "Imagina se é plástico?", questionou.
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Dario mostrou que a composição do pó considerado "comestível" tem apenas plástico. Após chegar do estabelecimento com os doces adquiridos, o comunicador mostrou uma embalagem de glitter considerado comestível feito de PP (polipropileno) micronizado, um tipo de plástico.
O vídeo atingiu mais de 500 mil visualizações no TikTok e mais de três milhões no Instagram. Com a repercussão, a Anvisa se pronunciou em um comunicado oficial em seu site.
O que diz a Anvisa?
Plástico não é ingrediente alimentar - nem no glitter. A Anvisa esclareceu que materiais como o PP micronizado, usado em alguns pós-decorativos, não podem ser consumidos. São permitidos apenas em objetos decorativos, não comestíveis, como toppers e enfeites de bolo.
Glitters comestíveis devem ter apenas aditivos aprovados. Corantes, açúcares e outros ingredientes precisam constar na lista oficial de aditivos alimentares autorizados. Cada substância é avaliada pela agência antes de ser liberada para consumo.
O órgão também indicou formas de saber se o produto é realmente comestível. No comunicado, a Anvisa diz que é essencial conferir o rótulo: ele deve conter o nome "corante para fins alimentícios" ou "açúcar para confeitar". Se aparecerem termos como "PP" ou "PET", o produto não é comestível - é apenas decorativo.
É importante manter-se atento aos produtos misturados nas prateleiras. A agência reguladora alerta que lojas de confeitaria e festas podem vender lado a lado produtos comestíveis e não comestíveis. A recomendação é ler a lista de ingredientes antes de usar na comida.
Plásticos só devem ser usados para embalagens e utensílios. Mesmo nesses casos, o material precisa de autorização prévia da Anvisa e passa por testes de migração química para garantir que não contamine o alimento.
Como denunciar produtos irregulares?
Quem encontrar à venda produtos alimentícios com ingredientes não autorizados para consumo humano -como o polipropileno usado em alguns glitters decorativos - pode fazer uma denúncia à Vigilância Sanitária municipal. Os canais de contato estão disponíveis no portal da Anvisa. Também é possível registrar a queixa diretamente com a agência.
Para que o caso seja investigado, é importante fornecer o máximo de informações possíveis. A Anvisa recomenda enviar uma imagem do rótulo completo do produto, permitindo a identificação de:
- Marca e denominação do produto
- Instruções de uso (se houver)
- Dados do fabricante ou distribuidor (razão social e CNPJ)
- Lista de ingredientes ou composição
- Lote e data de validade