TABAGISMO

Goma de mascar é aliada no tratamento para parar de fumar

O cigarro está relacionado a mais de 20% dos casos de câncer no país, segundo o Inca

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Responsável por cerca de 12 tipos de câncer e 161 mil mortes por ano no Brasil, o tabagismo segue como um dos maiores desafios de saúde pública no país. Embora muitos fumantes queiram parar, a dependência da nicotina dificulta o abandono definitivo do cigarro, uma condição clínica que exige apoio profissional e acesso a diferentes abordagens terapêuticas.

Nesse cenário, o país conta com novas opções para reforçar o combate ao vício, como a goma de mascar que contém copolímero de divinilbenzeno e metacrilato de nicotina, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O produto facilita o processo de cessação com menos efeitos colaterais e oferece maior autonomia ao paciente.

A novidade chega ao mercado em um momento estratégico: segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o cigarro está relacionado a mais de 20% dos casos de câncer no país. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mais de 8 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do tabaco, 1,2 milhão delas são fumantes passivos. Estima-se que mais de 60% dos 1,25 bilhão de usuários de tabaco no mundo desejam parar de fumar, mas cerca de 70% não têm acesso a serviços de apoio eficazes.

Desenvolvido pela farmacêutica Farmoquímica, o fitofármaco de uso oral, com sabor de menta e disponível nas dosagens de 2 mg ou 4 mg, atua diretamente nos sintomas da abstinência, como ansiedade, irritabilidade e desejo intenso pelo cigarro. O produto oferece uma alternativa moderna à terapia de reposição de nicotina (TRN), ajudando o organismo a lidar de forma mais natural com a transição rumo ao abandono definitivo do tabaco. 

“A cada tentativa bem-sucedida de parar de fumar, temos a chance de mudar drasticamente a expectativa e a qualidade de vida de uma pessoa. As gomas de nicotina são uma ferramenta adicional, simples de usar, e que pode fazer a diferença para quem está pronto para abandonar o cigarro”, afirma a pneumologista Enedina Scuarcialupi, coordenadora da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba.

Complemento do tratamento clínico

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda as gomas em suas diretrizes para o tratamento clínico da cessação do tabagismo em adultos, o uso de produtos de TRN pode aumentar em até 60% as chances de sucesso na tentativa de parar de fumar

No Brasil, o Ministério da Saúde também recomenda e disponibiliza as gomas de nicotina como parte do protocolo clínico para o tratamento do tabagismo. Segundo o documento oficial do Inca, o uso da goma pode dobrar a taxa de cessação no longo prazo em comparação ao placebo. O tratamento padrão dura 12 semanas e deve ser feito com orientação profissional.

“É urgente ampliar as opções terapêuticas e a comunicação sobre elas. Muitas vezes, o fumante acredita que parar de fumar é uma questão apenas de força de vontade. Mas a dependência da nicotina é uma condição clínica complexa, que exige orientação profissional, acompanhamento e, na maioria dos casos, tratamento medicamentoso e suporte psicológico”, explica Enedina.

A especialista destaca ainda que o vício em nicotina pode se instalar ainda na adolescência. “A iniciação precoce dobra a dificuldade de abandono na vida adulta. É por isso que políticas públicas, campanhas educativas e acesso facilitado a medicamentos devem caminhar juntos”, defende.

“Dados mostram que, quanto mais precoce o início do tabagismo, maior a chance de o indivíduo se tornar um fumante crônico e mais difícil será o processo de cessação. Por isso, ações educativas nas escolas também são fundamentais”, complementa a pneumologista.

Como a goma atua no organismo? 

Ao ser mastigada, a goma de nicotina libera a substância, que é absorvida pela mucosa bucal. Ela age nos receptores nicotínicos do sistema nervoso central, estimulando a liberação de dopamina, o neurotransmissor relacionado ao bem-estar. “Essa liberação ajuda a reduzir os sintomas de abstinência, facilitando o processo de cessação. A absorção gradual, diferente da rápida inalação pelo cigarro, evita picos de dependência e permite uma transição mais controlada”, explica Enedina.

Os ganhos para quem decide largar o cigarro são quase imediatos. Em 20 minutos, a pressão arterial e os batimentos cardíacos se estabilizam. Em 48 horas, o paladar e o olfato começam a melhorar. Após 12 semanas, a respiração e a circulação ficam mais eficientes. Dez anos depois, o risco de infarto e de vários tipos de câncer se aproxima ao de quem nunca fumou.

“Toda tentativa de parar de fumar vale a pena. E cada nova alternativa no mercado é uma chance a mais para salvar vidas. Precisamos desestigmatizar o uso de medicamentos e reforçar que parar de fumar não precisa ser uma jornada solitária”, afirma a pneumologista.

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