AIRFRYER

Airfryer faz mal para saúde? Veja o que dizem os estudos

A queridinha da cozinha moderna é prática, mas precisa de cuidados para evitar compostos tóxicos em altas temperaturas

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A airfryer conquistou o coração de quem busca praticidade e refeições mais leves. Seu funcionamento por convecção de ar quente permite cozinhar com pouco ou nenhum óleo, prometendo um resultado crocante sem gordura. Mas, como em toda inovação, surgem dúvidas: até que ponto ela é segura? O que a ciência tem a dizer sobre os riscos específicos e reais de usá-la com frequência?

A alta demanda por respostas sobre os efeitos da airfryer reflete tanto o medo de se tornar refém de um mito quanto o desejo de aproveitar ao máximo os benefícios. Saúde e praticidade combinam bem, mas é preciso estar atento ao uso correto, pois é dele que vêm os problemas, não da tecnologia em si.

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O que realmente causa “mal” é a temperatura, não a airfryer

O principal risco não vem do aparelho, mas da alta temperatura em que os alimentos ficam expostos. Estudos mostram que substâncias potencialmente tóxicas se formam quando alimentos ricos em amido ou proteínas são cozidos acima de certas temperaturas, cerca de 120?°C e, principalmente, acima de 180?°C.

Um desses compostos, que pode ser prejudicial à saúde, é a acrilamida, resultado da chamada reação de Maillard (responsável por cor e sabor) e presente em alimentos como batatas, pães e biscoitos quando expostos ao calor intenso. 

Por outro lado, a airfryer pode ser menos prejudicial ao meio ambiente e à qualidade do ar em comparação a métodos tradicionais de fritura, pois emite menos partículas poluentes e compostos voláteis.

Batatas devem ser cozidas a temperaturas moderadas; acima de 180?°C o risco aumenta
Batatas devem ser cozidas a temperaturas moderadas; acima de 180?°C o risco aumenta Freepik

A Pesquisa da Universidade de Gazi (Turquia),  demonstra que preparar batatas a temperaturas acima de 195?°C aumenta substancialmente a formação de acrilamida.

Comparativo airfryer x fritura imersão

Um estudo de 2015 descobriu que batatas fritas na fritura tradicional geram cerca de 90% mais acrilamida do que na airfryer, já que o óleo atinge temperaturas mais elevadas do que o ar circulante.

Ainda que o risco exista, a quantidade ingerida normalmente estaria abaixo do limite tóxico. Estudos envolvendo mais de um milhão de pessoas não encontraram ligação clara entre consumo dietético de acrilamida e câncer

Resumindo: sim, a airfryer pode gerar acrilamida, mas em doses consideravelmente menores que na fritura tradicional, desde que usada corretamente.

Como usar de forma segura e reduzir os riscos

Seu uso não precisa ser trocado por métodos manuais, basta adotar boas práticas:

  • Controle a temperatura: prefira cozinhar abaixo de 180?°C, evitando chegar perto de 195?°C, especialmente em alimentos ricos em amido, como batatas;

  • Evite dourar demais: a coloração clara a dourado leve é o parâmetro ideal. Partes escuras ou queimadas indicam maior presença de compostos tóxicos;

  • Molho em água antes: deixar batatas de molho por 15–30 minutos reduz os açúcares superficiais e, consequentemente, a formação de acrilamida;

  • Pré-cozimento: cozinhar rapidamente no vapor ou água antes de finalizar na airfryer diminui o tempo de exposição ao calor seco;

  • Varie os alimentos: faça legumes, proteínas magras e grãos, reduzindo a frequência de alimentos com maior risco;

  • Evite industrializados pré-fritos: produtos congelados geralmente já contêm acrilamida gerada na produção, o que soma à formatação do preparo caseiro;

  • Limpeza e manutenção: resíduos carbonizados acumulados podem intensificar a geração de compostos tóxicos; mantenha o interior sempre limpo .

Quando a airfryer é mesmo uma boa escolha

  • Menos gordura: reduz em até 80% o uso de óleo, diminuindo calorias e gorduras saturadas;

  • Qualidade do ar: emite menos partículas e VOCs no ambiente doméstico em comparação a frituras com óleo quente;

  • Versatilidade e sabor: além de batatas, aceita carnes, leguminosas e legumes; o resultado costuma agradar pelo sabor e crocância sem excesso de gordura .

Alimentos dourados na airfryer: o ponto ideal evita a formação de compostos tóxicos como a acrilamida
Alimentos dourados na airfryer: o ponto ideal evita a formação de compostos tóxicos como a acrilamida Freepik

Cuidados extras na hora de cozinhar

  • Fique atento aos sinais de aviso: tome cuidado com fumaça, cheiro queimado ou mudança de cor; são indícios que algo está ultrapassando o ideal.

  • Siga o manual: modelos variam em potência e sensores térmicos; ajuste os tempos conforme o fabricante.

  • Combine métodos culinários: cozinhar parte no vapor ou refogar antes de finalizar na airfryer combina sabor com menos calorias e compostos ruins.

  • Equilibre a dieta geral: use a airfryer como alternativa, não base da alimentação. Frutas, verduras, fibras e proteínas magras continuam sendo essenciais.

A airfryer é uma ferramenta útil que une rapidez, sabor e menor uso de óleo. Mas, como qualquer método de cocção, exige atenção: o risco não está no aparelho, e sim no preparo correto, temperatura, tempo e escolhas alimentares fazem toda a diferença.

A exposição ocasional a substâncias como acrilamida, HAPs e AHs não representa por si um risco, desde que o aparelho seja utilizado de forma consciente e intercalado com outras práticas saudáveis.

Seja preparando uma coxinha na airfryer, um pão quentinho ou legumes crocantes, o eletrodoméstico é um aliado.. A única “revolução” neste contexto é na mentalidade de uso e isso começa ao entender que, por trás da praticidade, existe ciência e responsabilidade.

Com precaução e variedade, você mantém a airfryer como aliada da sua rotina sem abrir mão de segurança. Afinal, manter o controle é o melhor tempero para a saúde.

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