Saúde Mental

Transtorno borderline: 7 sinais que muitos confundem com estresse

Saiba identificar os 7 principais sintomas silenciosos do borderline, um transtorno que impacta milhões sem que percebam

Publicidade

Crises de irritação, impulsividade, sensação de vazio e medo intenso de rejeição. Esses sintomas podem até parecer reações exageradas ao estresse, mas para muitas pessoas são sinais de algo mais profundo, o transtorno de personalidade borderline (TPB), uma condição que afeta diretamente o comportamento, os relacionamentos e a saúde emocional de quem vive com ela.

Frequentemente confundido com estresse, ansiedade ou até “drama”, o borderline costuma ser silencioso no início. Pessoas diagnosticadas relatam que demoraram anos até entenderem que aquilo que sentiam não era normal, e que a instabilidade emocional tinha um nome e tratamento.

Com o aumento do debate sobre saúde mental, cresce também a necessidade de reconhecer os sinais precoces. A seguir, entenda o que é o transtorno borderline, como ele se manifesta no cotidiano e quais são os 7 sinais que muita gente ainda confunde com simples estresse.

Leia mais:

O que é o transtorno borderline?

O transtorno de personalidade borderline (TPB) é uma condição mental caracterizada por instabilidade emocional intensa, comportamentos impulsivos e dificuldade nos relacionamentos interpessoais. A pessoa com TPB geralmente sente tudo de forma exagerada: amor, raiva, tristeza, medo. Isso afeta tanto a própria identidade quanto suas relações com o mundo ao redor.

Não se trata de um “problema de atitude”, mas sim de um transtorno reconhecido pela medicina, com causas que envolvem fatores genéticos, neurológicos e experiências traumáticas (como abuso, negligência ou abandono na infância).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que até 2% da população mundial sofra com o transtorno, mas os números podem ser maiores, já que muitos casos seguem sem diagnóstico.

7 sinais do transtorno borderline que podem ser confundidos com estresse

Reconhecer os sintomas é o primeiro passo para buscar ajuda. Abaixo, listamos sinais comuns do transtorno borderline que muitas pessoas atribuem ao estresse ou à “pressão da vida adulta”.

1. Oscilações emocionais intensas e repentinas

Uma pessoa com borderline pode ir da euforia à tristeza profunda em questão de minutos, muitas vezes sem um gatilho claro. Ao contrário do estresse comum, que tende a gerar cansaço e irritação gradual, o TPB provoca mudanças bruscas de humor que surpreendem até quem sente.

Essas variações são acompanhadas de sentimentos de raiva, medo, angústia ou culpa, tudo ao mesmo tempo e com intensidade elevada.

2. Medo extremo de ser abandonado

Esse é um dos traços mais marcantes do transtorno. Mesmo em relacionamentos estáveis, a pessoa borderline pode viver com medo constante de ser rejeitada ou deixada de lado, o que gera comportamentos impulsivos para "testar" ou "provar" o afeto do outro.

Muitos confundem isso com ciúmes exagerado, mas na verdade se trata de um padrão emocional baseado em insegurança profunda.

3. Impulsividade em decisões e comportamentos

Gastos repentinos, mudanças bruscas de rotina, envolvimento com pessoas perigosas, abusos de álcool ou comida, são exemplos de comportamentos impulsivos comuns no TPB. Não são simples “fugas do estresse”, mas sim formas de aliviar rapidamente sensações internas insuportáveis.

A impulsividade também pode se manifestar em explosões verbais, brigas ou decisões que a pessoa logo se arrepende, mas não consegue evitar no momento.

4. Sensação crônica de vazio ou de não saber quem é

Muitos descrevem essa sensação como um “buraco no peito”. A pessoa borderline não se sente completa nem quando tudo parece estar indo bem, e essa falta de pertencimento ou identidade é um sintoma típico, embora pouco conhecido, do transtorno.

Durante crises, essa sensação pode levar a episódios depressivos, isolamento ou comportamentos autodestrutivos.

5. Relacionamentos intensos e instáveis

As relações com amigos, familiares ou parceiros costumam ser marcadas por extremos: ou tudo é idealizado, ou tudo se torna insuportável. É comum que a pessoa borderline mude de opinião sobre alguém muito rapidamente, ora colocando essa pessoa num pedestal, ora se sentindo profundamente traída por pequenas atitudes.

Esse padrão de “tudo ou nada” causa sofrimento nos dois lados e costuma ser um dos fatores que mais prejudicam a vida social do paciente.

6. Crises de raiva difíceis de controlar

A raiva no borderline não é apenas irritação, mas uma explosão emocional difícil de prever ou conter. Pode surgir com intensidade desproporcional diante de frustrações pequenas, e muitas vezes é seguida por arrependimento profundo.

Essas crises, que podem envolver gritos, palavras agressivas ou até autoagressão, são frequentemente atribuídas ao estresse, mas têm origem emocional mais profunda.

7. Dificuldade em lidar com críticas ou rejeições

A pessoa com TPB pode reagir com desespero ou colapso emocional diante de qualquer sinal de crítica ou rejeição, mesmo quando isso não foi intencional. Situações simples, como um cancelamento de plano ou um atraso, podem ser interpretadas como desprezo absoluto, ativando mecanismos de autodefesa emocional desproporcionais.

Esse padrão de interpretação afeta a autoestima e reforça o ciclo de sofrimento.

Transtorno de Borderline
Observar esses sinais com atenção e empatia é uma forma de promover saúde mental atlasstudio

Borderline e maternidade: um desafio pouco falado

O transtorno borderline pode se tornar ainda mais desafiador no contexto da maternidade. Mães com TPB enfrentam o desafio emocional do transtorno e também a culpa constante de não conseguirem se manter estáveis diante dos filhos.

A oscilação de humor, a hipersensibilidade e o medo de falhar como cuidadora agravam a carga mental da maternidade, o que exige uma rede de apoio estruturada e acompanhamento profissional contínuo.

Existe tratamento para borderline?

Sim. O transtorno borderline tem tratamento e pode ser estabilizado com o tempo, especialmente com o acompanhamento de profissionais da psicologia e psiquiatria. As abordagens mais eficazes incluem:

  • Terapia Dialética Comportamental (DBT): foco na regulação emocional, aceitação e habilidades sociais;
  • Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais;
  • Medicamentos: podem ser usados para tratar sintomas como depressão, ansiedade e impulsividade, sempre com orientação médica;
  • Grupos de apoio e psicoeducação: ajudam a pessoa borderline e seus familiares a entender melhor a condição.

Com o tratamento certo, muitas pessoas com TPB conseguem retomar uma vida funcional, com relacionamentos mais estáveis e autocontrole emocional.

Tópicos relacionados:

borderline saudemental

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay