Minas aparece no top 2 com maior estimativa de casos de leucemia
A estimativa é para 2025, quando devem ser registradas quase mil notificações da doença no Estado
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Siga noNeste mês, marcado pela campanha Junho Laranja, de combate às leucemias, Minas Gerais ocupa a vice-liderança entre os estados brasileiros em um ranking nada comemorativo: por aqui devem ser registrados 990 casos da doença até o fim deste ano. São Paulo lidera as estimativas, com 2.600 possíveis novos diagnósticos neste mesmo período. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
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Ainda segundo o médico, que integra o corpo clínico da Cetus Oncologia – clínica especializada em tratamentos oncológicos com unidades em Belo Horizonte e região metropolitana – a evolução da doença aguda pode variar de semanas a dias, diferentemente dos subtipos crônicos, cujo crescimento é mais lento. “De modo geral o quadro engloba a chamada citopenia, ou seja, reduções da hemoglobina, células de defesa e as consequências disso, como sangramento, gengivorragia (sangramento das gengivas), quadros infecciosos inespecíficos e fadiga. Em casos menos comuns, há ocorrência de sangramento grave, com vômito de sangue e hematomas”.
Carvalho ressalta ser importante procurar ajuda médica imediata diante dos primeiros sintomas. “Toda suspeita de doença hemato-oncológica demanda investigação das células mutadas. Por isso, além de exames de sangue, é preciso realizar a chamada propedêutica medular, que consiste em uma análise apurada da medula óssea”, orienta Edson acrescentando que o rastreamento começa com a coleta sanguínea de amostras da região para exames específicos, como o mielograma. O método é feito com uma anestesia local para que uma agulha seja introduzida no osso do paciente para a realização da aspiração de uma parte do tecido, com retirada de um pequeno fragmento de osso. Após ser coletado, o material é enviado para laboratório para identificação ou não de células malignas que afetam os glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas do sangue. “Junto ao mielograma, é feito também a imunofenotipagem, método de alta complexidade que analisa a maturação das células nas neoplasias hematológicas. Através dela é possível definir se um paciente é portador de uma leucemia e seu tipo específico”, completa.
Avanços nos tratamentos
O hematologista da Cetus Oncologia afirma que, de modo geral, a quimioterapia, tanto de alta quanto baixa complexidade, é o tratamento mais recorrente para a leucemia. Graças ainda aos avanços da medicina, hoje é possível tratar a doença com os medicamentos-alvo, que nos últimos anos vêm contribuindo para uma melhora significativa nas taxas de resposta dos pacientes.
Já a radioterapia, por sua vez, pode ser uma terapia adjuvante, que se soma ao tratamento, principalmente se o paciente precisar de um transplante de medula, mas – de modo geral – não é a primeira opção. “Vale lembrar que nem toda leucemia demanda transplante de medula óssea assim como nem toda leucemia é tratável. Existem alguns subtipos crônicos, em que o paciente é apenas acompanhado, sem necessidade de se tratar”, explica.
Quanto ao transplante, a necessidade será maior, segundo Edson, nas leucemias agudas, ainda assim nos pacientes mais jovens. “Um idoso geralmente não é elegível [para o transplante] por se tratar de um procedimento bastante agressivo.”
Por fim, o especialista alerta ser fundamental que as pessoas se cadastrem nos bancos de sangue estaduais - no caso de Minas Gerais o Hemominas - para se tornarem possíveis doadores de medula óssea, usada nos casos em que o transplante é imprescindível. “A estimativa é de que a chance de se encontrar um doador compatível é de1 em 100 entre doadores aparentados e 1 em 100 mil entre não aparentados. Por isso é necessária uma grande quantidade de voluntários para assim aumentar a possibilidade de medulas compatíveis nos bancos”, enfatiza.
Saiba mais como se cadastrar à doação de medula óssea neste link: https://www.mg.gov.br/servico/cadastrar-se-como-candidato-doacao-de-medula-ossea