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VOZ MARCANTE

Léo Batista é diagnosticado com tumor no pâncreas; entenda a doença

O jornalista deu entrada no hospital dia 6 de janeiro, em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal

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O apresentador Léo Batista, de 92 anos, foi diagnosticado nesta sexta-feira (17) com um tumor no pâncreas. Segundo boletim médico divulgado pelo hospital Rios D’Or, o jornalista deu entrada no dia 6 de janeiro, em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. No momento, Batista está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

No momento, Batista está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “O paciente João Batista Belinaso (Léo Batista) deu entrada no Hospital Rios D’Or no dia 06 de janeiro, em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. Após a realização de exames, foi diagnosticado um tumor no pâncreas. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva, com o devido acompanhamento clínico para o atual estado de saúde." 

Profissional da Globo desde 1970, Léo Batista é conhecido como a ‘Voz Marcante’ do jornalista esportivo brasileiro. Na emissora, Léo já trabalhou como repórter, apresentador e locutor. Ele foi o primeiro âncora do Globo Esporte e do Jornal Hoje, programas que estão na grade de programação da emissora até os dias atuais.

Câncer de pâncreas

Apesar da doença ser mais comum a partir dos 60 anos, há um aumento de diagnósticos conforme o avanço da idade. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 10.980 casos para cada ano do triênio 2023-2025, sendo 5.690 em mulheres e 5.290 em homens.

O pâncreas é o órgão responsável por liberar enzimas que atuam na digestão e na produção de hormônios que ajudam a manter o açúcar do sangue controlado. Medindo cerca de 15 cm, ele é composto pelas seguintes partes: cabeça (lado direito), corpo (centro) e cauda (lado esquerdo).

De acordo com João Paulo Fogacci de Farias, oncologista da Oncoclínicas, o termo "câncer de pâncreas" engloba diversos tipos de tumores malignos. "O termo é usado de maneira genérica, contudo, ele se refere ao tipo mais comum da neoplasia - que se origina na parte exócrina do pâncreas - o adenocarcinoma, responsável por 90% dos casos. Já os demais tipos incluem casos mais raros, como os pancreatoblastomas e neuroendócrinos", explica. 

Fatores de risco

Dentre os riscos associados ao desenvolvimento do câncer de pâncreas, o oncologista alerta quanto ao tabagismo, etilismo, obesidade, histórico familiar/síndromes hereditárias, diabetes mellitus e também a pancreatite crônica.

“No caso da obesidade, que é um marco presente na sociedade atual, a condição possui relação com diversos problemas de saúde, inclusive o câncer de pâncreas. Contudo, é possível reverter esse quadro uma vez que o fator é modificável”, explica. Ou seja, perder 10% do peso já reduz riscos para a saúde, como indica um estudo publicado no "Journal of Endocrinological Investigation", realizado pela Universidade de São Paulo.

Estima-se que entre 5% e 10% dos adenocarcinomas de pâncreas sejam de origem hereditária estando frequentemente associados a  síndromes genéticas.

Sintomas

Na fase inicial da doença, o câncer de pâncreas não costuma indicar sinais ou sintomas. Mas, segundo o oncologista, conforme ocorre o aumento do tumor e/ou quando há disseminação da neoplasia para outras partes do corpo, iniciam-se os sintomas. 

Alguns fatores merecem atenção e a procura de um especialista para a investigação correta, como:

  • Fraqueza
  • Perda de peso
  • Falta de apetite
  • Dor abdominal
  • Dor nas costas
  • Urina escura
  • Icterícia (olhos e pele de cor amarela)
  • Náuseas
  • Dores nas costas
  • Trombose venosa profunda 
  • Piora abrupta de um diabetes

Diagnóstico

Após a suspeita diagnóstica, a investigação é fundamental para que o início do tratamento ocorra. "Quanto antes o câncer for descoberto, maiores são as chances de cura através do tratamento precoce. Por isso, caso note algo fora do normal, não hesite em procurar um médico", aconselha João Fogacci.

Em apenas 10% e 15% dos casos o diagnóstico se dá em estágios iniciais, uma vez que a doença costuma ser assintomática no começo. "Essa questão, infelizmente, recorre frequentemente no descobrimento tardio da neoplasia", comenta.

O primeiro passo é a realização de um exame físico e também a coleta de dados do paciente, sobre seu histórico familiar e também pessoal. Com isso, ele será submetido a exames complementares, como os laboratoriais (de sangue), de imagem (tomografia computadorizada, ressonância e PET Scan), angiografia (exame de imagem específico para a visualização da relação dos vasos sanguíneos com o tumor) e biópsia.

Tratamento e prevenção

Após a confirmação do câncer de pâncreas, em estágio inicial, o oncologista reforça que tanto a cirurgia, como a quimioterapia, são de igual importância. "Caso o paciente tenha condições para realizá-las, ambos os procedimentos serão necessários. Nas últimas décadas, a cirurgia oncológica teve um grande avanço através de técnicas minimamente invasivas, o que leva a recuperação e reabilitação mais rápida do paciente. A cirurgia robótica em câncer de pâncreas é promissora, porém, estudos estão em andamento para comprovar sua segurança", explica.

Uma tendência atual nos casos de doença localizada no pâncreas (apenas estágio inicial) é de realizar a quimioterapia antes da cirurgia. “Estudos mostram que até 50% dos pacientes podem não se recuperar a tempo após a cirurgia de pâncreas para iniciar o tratamento quimioterápico. Além disso, a inversão da ordem pode promover melhores resultados no controle da doença, pois, consequentemente, pode reduzir o tumor e posteriormente facilitar sua remoção."

Contudo, entre 70% e 80% dos casos ainda são diagnosticados em estágio avançado e inoperável, reduzindo muito a probabilidade de cura através dos tratamentos ainda é baixa. Em casos como esse, o objetivo é oferecer o maior conforto possível ao paciente, além dos cuidados paliativos para a diminuição dos sintomas.

Como forma de prevenir o risco do desenvolvimento do câncer pancreático, o oncologista cita cuidados importantes para serem colocados em prática. "Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas regularmente, ter uma dieta equilibrada rica em frutas, vegetais e grãos integrais, manter um peso saudável e parar de fumar são pontos fundamentais para adotar na rotina. Ficar atento ao histórico familiar e na dúvida buscar orientação médica especializada", recomenda. 

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