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EXCESSO DE HORMÔNIO

Cor da pele de jovem muda após diagnóstico de tumor raro no tórax

Sabrina Gomes desenvolveu a síndrome de Cushing, que se caracteriza pelo excesso de hormônio que estimula a produção de melanina

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Sabrina Gomes, de 24 anos, enfrenta uma alteração de pigmentação na pele devido a um tumor raro na região do tórax. Em razão do diagnóstico, ela desenvolveu a síndrome de Cushing, uma vez que o tumor produz em excesso um hormônio chamado ACTH, o que elevou os níveis de cortisol, produzido pelas glândulas adrenais. Com isso, a indicação médica foi a retirada das glândulas adrenais para reduzir a produção de cortisol, em um procedimento chamado adrenalictomia.

No entanto, com a cirurgia, sua pele mudou de cor, já que o excesso de produção ACTH continuou e o corpo passou a produzir melanina em excesso. "Essa cirurgia deixou a minha pele muito mais escura, junto com o tumor, que produz um hormônio chamado ACTH. Então, esse hormônio mexeu com a cor da minha pele. Junto com o tumor, como ele está bem grande, a cada vez eu vou ficando mais escura", explica Sabrina, em vídeo publicado em seu Instagram.

De acordo com o Lucio Vilar, especialista em Endocrinologia e Metabologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia & Metabologia (SBEM), em geral a indicação para esse tipo de tumor é cirúrgica, "mas nem sempre é indicada pela agressividade dos tumores, o que provavelmente foi o caso dessa paciente" "Quando a cirurgia não responde bem, temos que partir para outros medicamentos", explica.

Segundo de Ashley B. Grossman, da Universidade de Oxford, uma das funções do ACTH é, de fato, o estímulo à produção de melanina, o que pode deixar a pele e a boca com manchas escuras. Além da mudança de cor da pele que, segundo Vilar, costuma ser irreversível, nos últimos meses, o crescimento do tumor tem dificultado a respiração e limitando as atividades diárias de Sabrina.

Tratamento indisponível no SUS

Para tratar a condição, a cearense precisou recorrer à Justiça para obter o Lutécio PSMA, um medicamento caro e indisponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Em suas redes sociais, Sabrina compartilhou sua frustração: “Estou lutando contra uma doença rara e, mesmo com decisão judicial favorável, a Secretaria de Saúde do Ceará está negligenciando o fornecimento da medicação que salva minha vida.”

Atualmente em tratamento no Instituto do Câncer do Ceará (ICC) desde o último dia 7 de novembro, a jovem informou em uma nova publicação, nesta segunda-feira (11), que ainda aguarda a chegada do medicamento. “Vem de São Paulo e não há previsão. Eu só queria sair daqui, já não aguento mais o ambiente hospitalar”, desabafa.

A Secretaria de Saúde do Ceará informou ao SBT News que o ICC, que se apresenta como uma instituição de saúde privada e filantrópica do estado, é o responsável pelos cuidados médicos de Sabrina e que não possuía informações sobre os próximos passos do tratamento da paciente.

Procurado, o ICC disse que o medicamento Lutécio PSMA será administrado quando a paciente estiver em um "quadro clínico favorável", mas não deu previsão de data.

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